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Justiça mantém prisão de psicóloga que procurou hospital com bebê morto na mala

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Por Redação em 06/12/2023 às 16:12:54
Secretaria de Segurança Pública afirmou que caso foi registrado como aborto provocado pela gestante e ocultação de cadáver. No entanto, advogado informou que caso se trata de 'provável psicose puerperal'. Psicóloga que deu entrada em hospital com bebê morto em mala está internada na UTI em Campinas

Tiago Américo/EPTV

A psicóloga de 31 anos que deu entrada em um hospital particular de Campinas (SP), na terça-feira (5), com um recém-nascido morto em uma mala teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. A informação foi confirmada ao g1 nesta quarta-feira (6) pela defesa da mulher.

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Internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a mulher deve passar por exames psicológicos e ter alta ainda nesta quarta e será presa ao sair, segundo a Polícia Militar. O caso é investigado como aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento e ocultação de cadáver.

A defesa da psicóloga indicou, em nota, que o caso se trata de uma "provável psicose puerperal" – um tipo de transtorno pós-parto – e que a prisão da mulher é considerada "injustificável".

"Qualquer atitude sua, sob provável psicose puerperal, merece compreensão e acolhimento. Trata-se de situação que causa em seus estados mais agudos inclusive a ruptura com a realidade. Estamos certos de que o judiciário será sensível a isso", disse o advogado Ralph Tórtima Filho.

O delegado que acompanha o caso afirmou que o namorado da psicóloga sabia da gravidez. À Polícia Militar, a mulher contou que teria escondido a gravidez dos pais e alegou ter sofrido um aborto espontâneo.

Inicialmente, a informação era de que o parto teria ocorrido no sábado (2), mas, segundo a Polícia Civil, o procedimento ocorreu na casa da gestante, entre quinta (30) e sexta (1).

Segundo a OMS, o termo aborto é utilizado quando a interrupção da gravidez ocorra até a 22ª semana - veja mais abaixo.

Caso do bebê dentro da mala: mãe passa por exames psicológicos e espera resultados

Moradora de Itu

De acordo a PM, foi constatado que o bebê do sexo masculino, com 3,7 kg e 50 cm, "apresentava sinais evidentes de morte e rigidez", que indicavam o óbito superior a um dia.

Moradora de Itu (SP), a psicóloga teria dito ainda que logo após "o aborto espontâneo", colocou o bebê em uma mala e o escondeu em uma estante.

Ela compareceu ao hospital na terça, com os pais, para pedir ajuda. A Polícia Militar foi acionada ao local e a acompanha no quarto.

O Hospital São Luiz, onde a psicóloga está sendo atendida, não irá se posicionar sobre o caso.

Polícia Militar foi acionada após bebê ser levado morto a hospital privado em Campinas (SP), nesta terça (5)

Tiago Américo/EPTV

Aborto ou óbito fetal?

Maria Laura Costa do Nascimento, professora do departamento de Obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, explica que é considerado aborto quando a interrupção da gravidez ocorre até a 22ª semana de gestação. "Depois disso considera-se óbito fetal, se morte intrautero (ocorrida dentro do útero)", diz.

Segundo a profissional, é possível que uma gestante entre em trabalho de parto com o bebê morto. A médica destaca que por meio de análises de características do corpo do recém-nascido identificar se a morte ocorreu no útero ou não.

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Um documento da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) classifica o "abortamento como síndrome hemorrágica da primeira metade da gravidez, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) define como a interrupção da gravidez antes de 22 semanas, ou com um feto até 500g, ou de 16,5 cm, quer dizer, antes de atingida a viabilidade".

Ainda segundo o protocolo sobre "classificação, diagnóstico e conduta" da Febrasgo, o abortamento representa "a quarta causa de mortalidade materna no Brasil."

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