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Ceia na praia com colegas, negociações com a famĂ­lia e sensação de dever cumprido: profissionais relatam como Ă© passar a virada trabalhando

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Por Redação em 01/01/2024 às 06:41:28
O g1 conversou com trabalhadores como garis, PMs e guardas municipais que ajudam o público a passar a virada com segurança e acesso a serviços. Garis da equipe que passou a virada trabalhando em Copacabana

Thaís Espírito Santo/g1

Milhares de trabalhadores se empenharam na virada de 2023 para 2024 para que a festa do réveillon de Copacabana acontecesse com qualidade para os cariocas e turistas curtissem com segurança e acesso a transporte e saúde.

O g1 conversou com vários deles que relataram como é a experiência e narraram estratégias para amenizar o "plantão" e como são as tentativas de "acalmar" a família. Em comum, todos demonstraram sentimento de dever cumprido

Na Zona Sul do Rio, os garis da Comlurb se desdobraram para dar conta do lixo deixado nas ruas e areia da praia. O efetivo chega a 400 pessoas escaladas.

"É uma responsabilidade que eu tenho com a cidade e com a empresa. Criei meus filhos mostrando essa responsabilidade, não deveria precisar de tanto efetivo, mas a população não colabora tanto e joga muito lixo", comenta o gari Mauro Celso, de 46 anos e que há 15 anos se dedica ao réveillon de Copacabana.

"O gari é um fator principal para a realização da festa, senão é impossível", destaca Anderson Ambrósio, que há mais de 10 anos vive essa realidade.

Para driblar a possível chateação em trabalhar durante a festa mais famosa do Rio, eles realizam uma ceia entre eles na própria praia, e até familiares acabam participando.

"A gente trabalha feliz, com conforto, mesmo sem poder curtir livremente", explica o coordenador Josué Bastos.

A primeira-tenente da PM Stephanny Ribeiro

Reprodução

A primeira-tenente da PM Stephanny Ribeiro deixou as duas filhas pequenas para trabalhar neste feriado. Foram quase 3 mil policiais de expediente no local.

"Eu tenho duas filhas lindas e um marido que também é policial militar. Parte da nossa família está trabalhando para que todas as outras estejam felizes e em segurança", destaca a policial.

O sub-inspetor da Guarda Municipal Jorge dos Guedes, que já trabalhou em 31 viradas concorda.

"É difícil deixar a família em casa, ver os filhos crescendo, depois os netos. A parte gratificante é ajudar as pessoas, você poder prestar auxílio à população é a parte que compensa", comenta Guedes.

O médico coordenador dos postos de socorro da Prefeitura em Copacabana conta que faz o evento há ao menos 20 anos.

"Eu quase nunca passei réveillon com meus filhos, não lembro do último. Eu lembro que uma vez fiz uma carta para a minha filha prometendo que passaria o réveillon junto quando ela fizesse 18 anos. Acabou que eu não consegui, e ela ficou me mostrando a carta por anos", relembra o cirurgião José Alfredo Padilha.

Hoje, a filha dele também é médica e acabou entendendo que são ossos do ofício.

Trabalhadores também passam a virada trabalhando no MetrôRio, que funcionou por 24 horas para garantir que os passageiros chegassem até Copacabana.

"Enquanto está todo mundo se divertindo estamos aqui para garantir que todos consigam acessar o grande evento", afirma o especialista em planejamento operacional do MetrôRio, Marcelo Mancini.

O sub-inspetor da Guarda Municipal Jorge dos Guedes

Thaís Espírito Santo/g1

Imagem aérea feita pelo drone da Prefeitura do Rio mostra público em Copacabana

Reprodução/Prefeitura do Rio
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