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Entenda por que compra pela PUC pode salvar maior maternidade de Campinas

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Por Redação em 13/01/2024 às 08:47:33
Unidade acumula dívida milionária e afirma que uma aquisição pela PUC permitiria "a superação dos problemas financeiros atualmente vivenciados". Maternidade de Campinas é responsável por metade dos partos na região metropolitana de Campinas

Weverson Felipe/Maternidade de Campinas

A Sociedade Campineira de Educação e Instrução (SCEI), mantenedora do Hospital PUC-Campinas, informou que está aprofundando estudos para analisar a viabilidade da compra do Hospital Maternidade de Campinas, que acumula R$ 100 milhões em dívidas.

A maternidade é um hospital filantrópico responsável por 67% dos partos realizados no SUS Municipal em Campinas, mas enfrenta uma profunda crise financeira. Por isso, a compra pela PUC, diz a unidade, pode ser "uma solução financeira sustentável a longo prazo".

Em nota à imprensa, a mantenedora do Hospital PUC-Campinas, informou que, até o momento, não fez nenhuma proposta vinculante de aquisição da Maternidade de Campinas, mas admitiu interesse em avaliar de forma mais profunda essa possibilidade.

Para viabilizar a aquisição, diz a PUC, três questões estão sendo avaliadas:

a verificação de solvabilidade (capacidade de pagar) do endividamento total dentro de determinadas premissas;

aprovação da operação pela assembleia geral extraordinária dos associados da maternidade;

cumprimento de todos os requisitos legais previstos não só, mas, em especial, daqueles que são objeto da Lei de Recuperação Judicial.

Risco de fechar as portas

A Maternidade de Campinas é um hospital sem fins lucrativos, mas nas últimas duas décadas acumulou dívidas. O motivo, segundo a unidade, está na defasagem da tabela SUS. Por isso, há o risco real da unidade fechar as portas.

A unidade diz que uma aquisição pela PUC permitiria "a superação dos problemas financeiros atualmente vivenciados" e afirma que "o avanço ou não das tratativas será oportunamente divulgado".

Maior maternidade da região

A Maternidade de Campinas conta com 232 leitos, 977 funcionários e 552 médicos. São 750 partos realizados por mês na maternidade, metade de toda a Região Metropolitana de Campinas (RMC). Além disso, do total de nascimentos, 60% são de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade nasceu em 1913 para oferecer assistência às mulheres carentes

Maternidade de Campinas é unidade de referência para a região em UTI neonatal

Weverson Felipe

Termo de Ajustamento de Conduta

Em agosto de 2023, Ministério Público (MP-SP) e a Maternidade de Campinas (SP) celebraram acordo para melhorias e correções depois que a promotoria de Justiça abriu uma investigação em virtude do surto de diarreia e a mortes de dois bebês na UTI neonatal. Por falta de funcionários, parte dos leitos foram interditados pela prefeitura.

O Termo de Ajustamento de Conduta impõe penalidades à Maternidade por eventual descumprimento dos termos e foi assinado pelo promotor de Justiça Daniel Zulian, o presidente do hospital, Marcos Miele, além do secretário de Saúde, Lair Zambon.

Nota SCEI

A SCEI (Sociedade Campineira de Educação Instrução), mantenedora do HOSPITAL PUC-CAMPINAS, informa que até o presente instante não realizou qualquer proposta vinculante de aquisição de ativos ou qualquer outro tipo de negócio entre a SCEI e a Maternidade de Campinas.

Informa, ainda, que em atendimento às disposições estatutárias de ambas as instituições e considerando a busca da Maternidade de Campinas por uma solução financeira sustentável a longo prazo, em benefício de seus associados e da população de Campinas, que, instada, a SCEI, passou a avaliar uma possível operação de aquisição que permita a superação dos problemas financeiros atualmente vivenciados pela Maternidade de Campinas.

Neste sentido, a SCEI - HOSPITAL PUC CAMPINAS, após estudos preliminares, manifestou interesse em aprofundar tais análises para concluir pela viabilidade ou não de avançar em tais tratativas.

Ressalta-se que a realização dessa operação depende da superação de determinadas condições precedentes, dentre elas (I) a verificação de solvabilidade do endividamento total dentro de determinadas premissas; (II) aprovação da operação pela assembleia geral extraordinária dos associados da maternidade e (III) cumprimento de todos os requisitos legais previstos não só, mas, em especial, daqueles que são objeto da Lei de Recuperação Judicial.

Mais informações da operação serão oportunamente divulgadas.

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