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Irmão de criação de ClĂĄudio Castro renuncia a cargo no governo

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Por Redação em 24/01/2024 às 10:57:59
Vinícius Sarciá Rocha era presidente do Conselho de Administração da Agência de Fomento do Rio — a Age-Rio. De acordo com o Diário Oficial desta quarta (24), o vice-presidente Tales José do Coutto Boiteux assume interinamente a presidência. Vinicius Sarcía Rocha, irmão de criação de Cláudio Castro, foi alvo de busca e apreensão da PF

Reprodução/TV Globo

Pouco mais de um mês depois de ser alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Federal (PF), por ordem do Superior Tribunal de Justiça (TJ), Vinícius Sarciá Rocha, irmão de criação do governador Cláudio Castro (PL), renunciou ao cargo de presidente do Conselho de Administração da Agência de Fomento do Rio (Age-Rio), nesta terça-feira (23).

De acordo com o Diário Oficial do Estado desta quarta (24), o vice-presidente Tales José do Coutto Boiteux assume interinamente a presidência. Ainda de acordo com a publicação, a renúncia já foi informada aos demais membros do conselho.

No dia das buscas, a PF apreendeu R$ 128 mil e US$ 7,5 mil (total de R$ 160 mil) em espécie na casa de Sarciá. Parte do dinheiro estava em caixa de remédios. Também foram apreendidas diversas anotações e planilhas com nomes, valores e porcentagens. A defesa dele disse que o dinheiro está declarado na Receita Federal.

Sarciá e Castro foram criados juntos. A mãe dele se casou com o pai do governador.

Operação Sétimo Mandamento

Segundo a PF, existem possíveis fraudes em programas assistenciais do estado.

"Foram identificados pagamentos de vantagens ilícitas variáveis entre 5% e 25% dos valores dos contratos na área de assistência social, que totalizam mais de R$ 70 milhões", afirmou a PF.

Vinícius Sarciá Rocha e Cláudio Castro

Reprodução/ Redes sociais

Outros alvos

Além de Sarciá, também sofreram buscas Astrid de Souza Brasil Nunes, subsecretária de Integração Sociogovernamental e de Projetos Especiais da Secretaria Estadual de Governo, e Allan Borges Nogueira, diretor de Governança Socioambiental da Cedae. Cláudio Castro não foi alvo de buscas, mas é investigado.

Programas investigados

Na Operação Sétimo Mandamento (não furtar), a PF investiga os crimes de organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, que teriam sido praticados na execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel entre os anos 2017 e 2020.

Em abril, o ministro Raul Araújo, do STJ, autorizou a abertura de um inquérito PF para investigar Castro pelo suposto envolvimento dele em um esquema de corrupção na época em que ele era vereador e vice-governador — também entre 2017 e 2020.

De acordo com as investigações da PF que levaram à operação desta quarta, "a organização criminosa penetrou nos setores públicos assistenciais sociais do estado e realizou fraude a licitações e contratos administrativos, desvio de verbas públicas e pagamentos de propinas aos envolvidos nos esquemas".

"O grupo obteve vantagens econômicas e políticas indevidas, pois procurou direcionar a execução dos projetos sociais para seus redutos eleitorais, aproveitando-se também da população mais necessitada", afirmou a PF.

Vinícius Sarciá Rocha, irmão de criação do governador Cláudio Castro

Reprodução/ Redes sociais

Desdobramento da Operação Catarata

A ação desta quarta é um desdobramento da investigação da Operação Catarata, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que apurava em 2020 um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII, órgão estadual responsável por políticas de assistência social.

Na ocasião, o MPRJ denunciou 25 pessoas — entre elas, a ex-deputada federal Cristiane Brasil e o ex-secretário estadual de Educação Pedro Fernandes. Os dois sempre negaram as acusações.

Também na Operação Catarata foi preso o empresário Flávio Chadud, dono da Servlog, acusado de pagar propina em troca de contratos públicos e gravado no episódio da mochila com Cláudio Castro.
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