Notas dadas pela máquina têm causado controvérsia, mas não desanimam os cantores amadores. Quem não interpreta uma melodia se diverte com os que se arriscam no desafio. Foliões se divertem com karaoke durante carnaval do Recife
O Karaokê do Recife Antigo, novidade do carnaval deste ano, está fazendo sucesso entre os foliões. O serviço gratuito é fornecido pela Prefeitura do Recife, por meio do Gabinete Recentro. Para utilizar, basta chegar (na rua próxima a Praça do Arsenal), entrar na fila, pegar o microfone e escolher a música (veja vídeo acima).
O Karaokê funciona no período da noite, até às 2h, finalizando na madrugada da Quarta-feira de Cinzas (14). As apresentações podem ser na versão solo ou em dupla. Ao fim, a máquina dá uma nota e os participantes recebem brindes. Até o momento, o brega é o ritmo mais escolhido.
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"Quem tiver interesse pode vir cantar sucessos como Raphaela Santos, Reginaldo Rossi, Alceu Valença, Priscila Senna, músicas intencionais, entre outros. Em seguida, entregamos uma água recentro, que é um copo reciclável, e uma bandana personalizada por artistas de Pernambuco", conta Felipe Carvalho, 32, que trabalha no apoio do stand.
Indecisas, as amigas Carlone Souza, 26, e Camila Mendes, 28, demoraram "meia hora" para escolher a música que cantariam, até chegarem ao consenso "Não quero dinheiro (Só quero amar)" de Tim Maia.
"É uma música animada, fala de carnaval, de dinheiro, de amor, tudo que a gente gosta. E também era a música que nós duas sabíamos cantar. Ainda erramos. Tiramos nota 7, mas no fim deu certo", disse Camila, de Camaragibe, ao lado da amiga, moradora da Várzea, na Zona Oeste do Recife.
Mesmo só tendo dois microfones por vez, as pessoas na fila dentro do estande e as que passam pela rua também interagem, fazendo coro com os participantes. Bastou as paraenses Patrícia do Rosário, 37 anos, e Flavia Yumi, 36 anos, escolherem o hit "Eu vou tomar um tacacá" para o espaço se tornar uma grande festa.
É a primeira vez que as amigas visitam a cidade. Elas elogiaram a iniciativa e a receptividade das pessoas. "A gente sempre faz Karaokê na resenha com os amigos; foi uma surpresa encontrar aqui, e ainda cantamos a música do nosso estado. É Belém no topo sempre", disse Flávia, bastante empolgada.
Quando questionadas quanto à nota 6, ambas alegaram erro na avaliação e pediram uma revisão. "Não achei justa a nota porque a gente deu o sangue, pulou, dançou. Mas, no fim, agitamos a galera, e é isso que importa", avaliou Patrícia.
Foliões cantaram no karaoke em meio ao carnaval do Recife
Victor Moura/g1
No estande de Karaokê, cantando junto e interagindo com o público, ficam os atores Beto Filho e Karla Galdino. Eles representam as figuras da cirandeira Lia e do cantor Chico Science, homenageados do carnaval do Recife.
Atenta a quem toma a iniciativa de cantar, Karla afirma que as mulheres têm maior participação no vocal, mas também tem visto muitos homens, casais, grupos de irmãos e amigos.
"Quem não participou, venha correndo que está bom demais. Estamos encontrando gente de todo Brasil. Todo mundo trazendo sua arte, seu canto. Até agora o brega está reinando. Mas forrozinho também sai. Pagode está mais ou menosÂ
", disse Karla.
Para Beto, que já cantou várias músicas de Chico Science, a experiência de troca com pessoas tão diferentes está sendo maravilhosa, apesar das queixas quanto à lisura da avaliação da máquina.
"A máquina é louca. Tem pessoas que cantam bem e tiram nota baixa, e outras que cantam mal e tiram nota boa. Mas o que vale mesmo é participar, se entregar, brincar o Karaokê", falou o ator.
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