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Baterias de samba dão o ritmo da terça-feira de carnaval nas ladeiras de Olinda

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Por Redação em 13/02/2024 às 17:47:45
Patusco, D'Breck, Sambadeiras e Bateria Acadêmicos Tsunami transformam Sítio Histórico numa grande passarela para o samba, com grupos tradicionais do carnaval pernambucano. Baterias de samba Patusco e Sambadeiras desfilaram nas ladeiras de Olinda

O samba é democrático, assim como o carnaval. É dessa forma que o vocalista do Patusco, Wagner Guiné, explica a mistura de ritmos que invade as ladeiras de Olinda. "A gente fazer samba nas ladeiras já é tradição. Exaltamos a cultura do nosso Brasil, entrelaçada com a de Pernambuco, para levar alegria ao público que nos acompanha. Essa é a nossa missão", falou o cantor.

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A bateria, que desde 1962 faz parte da programação carnavalesca, reúne 150 integrantes, um carro de som, quatro cantores, além de milhares de foliões que acompanham o bloco no domingo e na terça-feira de carnaval, com concentração no Amparo. Além do desfile no sábado dedicado aos pequenos, no Patusquinho.

Jéssica Albuquerque começou no grupo ainda pequena, fazendo parte das oficinas para bateria mirim e hoje é mestre de tamborim da bateria do Patusco.

"Desde os nove anos de idade que eu frequento o Patusquinho. Comecei nas oficinas e, hoje, ser mestre de tamborim é um empoderamento para nós, mulheres. Isso é muito importante e o poder feminino é muito válido nesses espaços que vemos mais homens", detalhou. Além de Jéssica, outras duas mulheres também são mestres na bateria.

Jéssica Albuquerque, mestre de tamborim da bateria Patusco

Mariane Monteiro/g1

Já Ladeira da Misericórdia, a bateria que dá o ritmo se chama Sambadeiras, sempre no domingo e na terça-feira de carnaval. O grupo tem 16 anos e uma bateria formada exclusivamente por mulheres. Neste ano o desfile contou com 238 integrantes, duas vocalistas e dois carros de som.

"Eu me inscrevi para as oficinas, fiz o teste e fiquei apaixonada. É difícil explicar o carnaval, mas fazer parte de uma bateria só de mulheres é um empoderamento para a gente não só no carnaval, mas o ano todo", conta Sandra Cahú, que toca ganzá há dois anos na Sambadeiras.

Para o carnaval de 2024 o repertorio da bateria feminina trouxe como tema Pernambuco.

"Todo ano temos um tema que vai guiar nosso repertório durante o desfile. Este ano o tema é carnaval de Pernambuco e a gente focou em músicas de Chico Science, Alceu Valença e Lia de Itamaracá, mas já tivemos carnaval com o tema mulheres, no qual nosso repertório foi feminino", explicou Amanda Rodrigues, vocalista da Sambadeiras desde 2019.

Amanda Rodrigues, vocalista da Sambadeiras

Mariane Monteiro/g1

As folionas Maria Luiza Queiroz, Márcia Queiroz e Rosângela Lima são naturais de Olinda, mas moram na Paraíba e não perdem as Sambadeiras. "Todo ano a gente acompanha. Preparamos o look e brilhos nas cores delas para poder acompanhar todo esse samba que a gente ama", conta Maria Luiza.

MPB em ritmo de samba

D'Breck arrasta foliões no Sítio Histórico de Olinda

Mariane Monteiro/g1

Ao lado das Sambadeiras, na Rua do Bonfim, quem também não perde uma bateria de samba é a foliona Patrícia Galdino, que acompanhou a bateria D'Breck.

"Acompanho sempre que posso as baterias de samba, acho que todo candoblecista gosta de um samba", brincou. "Estou hospedada numa casa aqui perto e aproveitando para acompanhar as baterias que saem hoje", detalhou a foliona.

O D'Breck tem 25 anos e faz seu desfile por Olinda também no domingo e na terça-feira de carnaval. Com 86 integrantes e um carro de som, o repertório traz músicas de sucesso e clássicos da MPB em ritmo de samba.

"A ideia do D'Breck é trazer a mistura de ritmos para o carnaval de Olinda. O carnaval de Pernambuco é multicultural e em Olinda a gente vai encontrar frevo, maracatu, afoxé e o samba", explicou Danilo Oliveira, vocalista do grupo há 19 anos.

Simone Araújo faz parte da bateria com suas duas filhas. Ela, tocando tamborim, e as filhas tocando agbê e ganzá de fichas.

"A gente toca MPB, reggae, funk, outros gêneros musicais, mas sempre em ritmo de samba, e as pessoas gostam. Acho que esse é o diferencial que encanta. É uma história que a gente vai vivendo e se tornando uma família", contou Simone, que faz parte da bateria desde 2009.

Simone e Elis Regina durante desfile da bateria D'Breck

Mariane Monteiro/g1

Gil Almeida, que pelo segundo ano desfilou tocando na bateria, já entendeu o sentimento que é fazer parte do grupo. "É uma emoção inexplicável, apesar do sol e do calor, que é quente, a emoção é grande demais", relata.

E ainda não acabou, na terça-feira também é dia de Bateria Acadêmicos Tsunami. Saindo do mesmo ponto de concentração do D'Breck, na Rua do Bonfim, a Tsunami desde 2010 leva alegria e samba para as ladeiras de Olinda.

Com aproximadamente 70 componentes, a bateria também desfila no domingo de carnaval.

"Tenho 65 anos e aprendi a tocar tamborim há mais de 10 anos, aqui. No carnaval eu me sinto viva. Só por isso. Aqui é o meu lugar!", afirmou Gilda Fernandes, integrante da Tsunami.

As Sambadeiras reuniram 238 mulheres na bateria no carnaval de 2024

Mariane Monteiro/g1

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