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VĂ­deo: jovem do ParanĂĄ vive com 'olho de gato', condição ocular rara que mudou formato e posição das pupilas

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Por Redação em 03/03/2024 às 04:14:18
Anelize Kloster, de 29 anos, nasceu com 'coloboma'. No caso da jovem, condição não comprometeu a visão, mas oftalmologista explica que, em alguns casos, doença pode resultar em cegueira. Jovem vive com 'olho de gato', condição rara que mudou formato e posição das pupilas

Ao olhar nos olhos da jovem Anelize Kloster, de 29 anos, é possível notar com facilidade: o formato da pupila dela se assemelha ao de um felino. Assista acima.

Não à toa, a característica é conhecida popularmente como "síndrome do olho de gato" – resultado de uma condição genética rara que pode atingir uma a cada 100 mil pessoas, podendo ou não comprometer a visão.

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A jovem mora em Guarapuava, região central do Paraná, e vive desde o nascimento com a doença, chamada coloboma e também conhecida no meio médico como síndrome Schmid-Fraccaro.

No caso de Anelize, as pupilas dos dois olhos não ficam no centro da íris, mas sim na parte de baixo do olho.

Anelize Kloster, de 29 anos, tem síndrome do olho de gato

Eduardo Andrade/RPC

A mudança de posição causa a impressão de que pupila dela é mais achatada, se aproximando do formato de filete que a pupila de um gato possui. Por coincidência ou não, a jovem contou que sempre gostou de gatos e teve vários em casa.

"Minha mãe contava pra mim que quando eu nasci, ele [médico] falou: 'Olha, nasceu uma gatinha!'", lembra.

Jovem nasceu com condição conhecida como 'síndrome do olho de gato'

Arquivo pessoal

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30% da visão comprometida

A síndrome que afeta Anelize comprometeu 30% da visão dela no olho direito, porém, não chegou a atrapalhar a capacidade da jovem de enxergar.

Anelize Kloster, de 29 anos, tem síndrome do olho de gato

Eduardo Andrade/RPC

Segundo ela, o que atrapalha mesmo são outros distúrbios visuais, estes muito mais comuns: a miopia e o astigmatismo. Por conta deles, Anelize usa óculos de grau quando sente necessidade.

"Eu nasci enxergando e enxergando bem! Posso dizer que eu enxergo normal, porque eu não sei como as pessoas enxergam, mas na minha visão eu enxergo normal igual a todo mundo", avalia.

Curiosidade alheia

Anelize Kloster, de 29 anos, tem síndrome do olho de gato

Eduardo Andrade/RPC

A jovem, que é contadora e servidora pública, conta que está acostumada com a curiosidade alheia, que se manifestou por muito tempo em comentários e perguntas feitas a ela por quem convive com a jovem presencialmente.

"No começo sempre gera alvoroço, tanto na escola, na faculdade... Sempre! Mas depois, com o passar do tempo e convivendo comigo, vira normal. Eu falo: eu nasci assim, gente. E Deus quis assim, vamos respeitar a obra de arte de Deus", afirma.

Agora, porém, as dúvidas e as curiosidades voltaram a aparecer, só que nas redes sociais. Isso porque um vídeo dela falando sobre a condição viralizou recentemente, somando mais de dois milhões de visualizações no TikTok.

No material, Anelize cita os comentários que mais recebeu durante a vida para esclarecer que enxerga normalmente; que não usa lentes de contato; e que não fez tatuagem no olho.

Jovem esclareceu dúvidas sobre 'olho de gato' nas redes

Reprodução

"Eu amo! Meu olho é super diferente! [...] Claro que hoje eu acho mais lindo ainda, né? Porque a gente vai crescendo, vai se tornando mulher e é um diferencial", avalia.

Olhos de gato, coloboma, síndrome Schmid-Fraccaro...

Ao g1, o médico oftalmologista Carlos Augusto Bastos explicou que o coloboma surge durante a formação do feto e não possui tratamento. O quadro varia de pessoa para pessoa.

Segundo Bastos, a condição ocorre por uma falha de formação no momento da divisão do cromossomo 22.

"Quando os cromossomos do pai e da mãe se unem, eles se dividem. O coloboma acontece quando o 22 não se divide. Por isso, não é uma condição que 'passa' dos pais para os filhos ou que se pode evitar, por exemplo", explica o especialista.

Também de acordo com Bastos, não há tratamento para o coloboma porque não é necessário, uma vez que não costuma ter reflexos graves na vida das pessoas.

"Os sintomas variam muito de pessoa para pessoa: tem paciente que nasce cego, tem quem é sensível à luz, tem quem possui doenças cardíacas ou renais, e tem quem só tem o olho diferente", relata.

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