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Dólar abre em alta; ações da Petrobras despencam no exterior com dividendos abaixo do esperado

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Por Redação em 08/03/2024 às 09:41:46
No dia anterior, a moeda norte-americana teve uma retração de 0,23%, cotada a R$ 4,9336. Já o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 0,43%, aos 128.340 pontos. As ações da Petrobras despencam no pré-mercado.

ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (8), enquanto o mercado aguarda a divulgação de novos dados de emprego nos Estados Unidos.

Apesar desses números mexerem com os ânimos dos investidores por aqui também, o destaque do dia no mercado brasileiro é outro: o resultado da Petrobras, apresentado na noite desta quinta-feira (7), e que frustrou as expectativas.

A empresa teve seu segundo maior lucro histórico em 2023, de R$ 124,6 bilhões, mas isso representa uma redução de 33,8% em relação ao ano anterior. Além disso, a estatal decepcionou com os dividendos anunciados aos acionistas, de R$ 14,2 bilhões para o quarto trimestre. Se o valor for aprovado, o total de dividendos pagos referentes a 2023 será de R$ 72,4 bilhões.

Neste cenário, as ações da Petrobras no pré-mercado do exterior despencam mais de 10% - o que deve impactar, também, os papéis brasileiros e o desempenho do Ibovespa como um todo, tendo em vista o peso importante que a petroleira tem na composição do índice.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Às 09h02, o dólar subia 0,73%, cotado a R$ 4,9696. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda norte-americana teve baixa de 0,23%, cotado a R$ 4,9336.

Com o resultado, acumulou:

retração de 0,43% na semana;

queda de 0,78% no mês;

e avanço de 1,67% no ano.

Ibovespa

O Ibovespa começa a operar às 10h.

Na véspera, o índice teve baixa de 0,43%, aos 128.340 pontos.

Com o resultado, acumulou quedas de:

0,22% na semana;

0,10% no mês;

e 3,95% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?

A atenção dos investidores brasileiros, neste pregão, está voltada para as ações da Petrobras. A empresa registrou um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023, uma queda de 33,8% em relação aos R$ 188,3 bilhões alcançados em 2022.

O resultado veio depois de um lucro de R$ 31 bilhões no último trimestre do ano passado, uma alta de 16% em relação ao terceiro trimestre, mas uma redução de 28,4% na comparação com o mesmo período de 2022.

Segundo a Petrobras, o resultado é reflexo de alguns desafios que a empresa enfrentou no ano passado, sobretudo em relação à desvalorização de 18% do preço do petróleo nos mercados internacionais.

"Apesar desses desafios, vale ressaltar que tais impactos negativos foram parcialmente mitigados pelo aumento do volume de petróleo comercializado ao longo do período, com destaque para o crescimento nas exportações", diz a companhia, em nota.

Apesar dessa redução nos lucros, o mercado não vê os resultados como negativos. Em relatório, o analista de Setor Elétrico e Saneamento da Genial Investimentos, Vitor Souza, destaca que os números apresentados pela petroleira são vistos como "neutros".

"Ainda que abaixo do consenso, é importante mencionar que o resultado trimestral foi puxado para baixo devido a um evento não-recorrente e não-caixa de valor expressivo: R$7,4 bilhões", comenta.

O que, de fato, desagradou analistas e investidores foi o valor anunciado para o pagamento de dividendos.

O Conselho de Administração da Petrobras encaminhou à Assembleia Geral Ordinária, que ocorre no próximo 25 de abril, a proposta do pagamento de R$ 14,2 bilhões em dividendos - o equivalente a cerca de R$ 1,10 por ação, dividido em duas parcelas de R$ 0,55 por ação.

Com a aprovação desse valor, a petroleira terá distribuído R$ 72,4 bilhões em dividendos referentes ao ano de 2023. "Tal valor implica em um rendimento de 2,7% no 4T23 e 10,8% em termos anualizados – interessante, mas não o suficiente para justificar um posicionamento mais agressivo no papel", pontua Souza.

A XP Investimentos, em relatório, disse que esperava uma distribuição de dividendos de R$ 19,2 bilhões, "para o mínimo", a R$ 27,1 bilhões, "para o extraordinário".

"Ao contrário de nossas expectativas e da maioria dos investidores com quem conversamos, o Conselho de Administração da Petrobras optou por manter os dividendos de acordo com a fórmula mínima, propondo direcionar o lucro remanescente do ano (USD 8,9 bilhões, ou R$ 43,9 bilhões) para ser totalmente alocado na recém-criada reserva de remuneração de capital", comentam os analistas da XP.

Neste contexto, a instituição financeira enxerga na tese de investimentos da Petrobras uma questão de avaliar as chances de que grandes movimentos de fusão e aquisição possam ocorrer no curto prazo. "Se isso foi o que levou à decisão do Conselho de Administração, as ações provavelmente cairão ainda mais, devido a uma combinação de má alocação de capital com dividendos mais baixos".

"Por outro lado, se isso tiver sido motivado principalmente pela vontade do governo de manter um 'plano de reserva' para o caso de as contas fiscais se deteriorarem em breve, então esse dinheiro estocado acabará sendo pago de volta aos investidores e as ações poderão apresentar um bom desempenho de retorno total no futuro", diz a XP.

Saindo do Brasil e olhando para o exterior, o destaque fica com os novos dados de emprego que serão divulgados nos Estados Unidos pela manhã. O payroll, como é conhecido, é um dos mais importantes relatórios de empregos do país.
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