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PolĂ­cia descarta legĂ­tima defesa em caso de mulher que matou namorado a facadas em Ribeirão Preto

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Por Redação em 14/03/2024 às 00:16:31
Brenda Caroline Pereira Xavier se entregou na semana passada, confessou o crime, mas foi liberada após depoimento. Delegado quer ouvir antigos parceiros do casal. Família de mulher que confessou matar ex-namorado entrega carteira e celular à polícia

O delegado Rodolfo Latif Sebba descartou, nesta quarta-feira (13), que Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, agiu em legítima defesa ao matar o namorado, o corretor de imóveis Carlos Felipe Camargo da Silva.

O caso aconteceu no dia 3 de março, no imóvel que os dois dividiam no bairro Ribeirão Verde, em Ribeirão Preto (SP).

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À EPTV, afiliada da TV Globo, Sebba disse que a Polícia Civil investiga outras circunstâncias que possam ter levado ao crime.

Brenda se apresentou na delegacia na quarta-feira passada, três dias após matar Carlos. Ela foi ouvida e liberada.

"Essa situação da legítima defesa, a polícia já dá como descartada. Agora a gente precisa entender outras circunstâncias, nosso objetivo é fazer o enquadramento jurídico aqui na polícia, apurar todos os fatos que estão chegando pra nós, os depoimentos que a gente está fazendo, que a gente fez da vizinhança também, pra ver se alguém escutou algum grito, algum pedido de socorro, alguma coisa nesse sentido".

Procurada pela EPTV, a defesa de Brenda disse que ela apresenta fraturas no nariz e nas costelas, o que provaria que foi agredida por Carlos.

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Além de novos depoimentos, a polícia também quer ouvir antigos parceiros de vítima e autora do crime para entender como eram os relacionamentos anteriores de Brenda e Carlos.

Segundo o delegado, a investigação deve ser concluída em breve.

Mulher confessou o crime

Ao se entregar à polícia na semana passada, Brenda surgiu com hematomas pelo corpo e afirmou ao delegado que sofria agressões de Carlos.

"Ela alegou que estava sendo agredida por ele e que a única forma de se defender seria pegando uma faca que estava no local e desferindo nele. Ela alegou isso, legítima defesa. Mas a obrigação da polícia agora é apurar os fatos e tentar entender o que aconteceu", disse Sebba logo após depoimento de Brenda.

Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, alegou legítima defesa para matar namorado em Ribeirão Preto (SP)

Arquivo pessoal

Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que o corretor de imóveis tinha, pelo menos, nove perfurações pelo corpo.

À EPTV, a fotógrafa disse que 'jamais tiraria a vida do namorado', mas se sentiu ameaçada por ele.

"Eu jamais tiraria a vida dele. Mas isso teve que ser feito para salvar a minha. Não foi a primeira agressão que sofri, já teve outras e existem provas disso também".

Brenda Caroline Pereira Xavier e Carlos Felipe Camargo da Silva em Ribeirão Preto (SP)

Reprodução/Redes sociais

Carlos morreu após dar entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ribeirão Preto.

Segundo a família do corretor, ele morava na cidade há quatro anos e tinha um relacionamento conturbado com Brenda.

O corpo dele foi sepultado dois dias após o crime, na Praia Grande (SP).

'Muito ciumenta'

Ao g1, a família de Carlos disse que a relação dos dois era conturbada e Brenda não aceitava o fim do relacionamento. Sobrinha da vítima, Tauane Felicio disse que a namorada do tio era muito ciumenta.

"[Ela] não estava aceitando que ele queria terminar, porque ela era muito ciumenta. Ele não aguentava mais".

O casal se conheceu assim que Carlos se mudou para Ribeirão e logo engatou um relacionamento. Após alguns meses, os dois passaram a morar juntos em uma casa no bairro Ribeirão Verde, local onde o crime aconteceu.

Um dia antes de ser morto, o corretor conversou com a família por chamada de vídeo e afirmou o desejo de romper o relacionamento com Brenda.

O caso

De acordo com a polícia, na noite do crime, Carlos foi até a casa da mãe e do irmão, Bruno Camargo Felício, com os pertences e pediu para voltar a morar com a família.

Aos policiais, Felício contou que, em seguida, Brenda apareceu no local e os dois conversaram do lado de fora do imóvel por cerca de dez minutos.

Depois da conversa, Carlos informou à família que ia reatar o namoro e voltar com Brenda para a casa onde viviam.

Carlos Felipe Camargo da Silva, de 29 anos, foi morto com golpes de faca em Ribeirão Preto (SP)

Reprodução/Redes Sociais

O irmão também disse à Polícia Civil que horas após o casal ir embora, recebeu uma ligação da mãe de Brenda dizendo que Carlos teria sofrido um acidente e morrido, mas sem explicar ou dar detalhes do que tinha acontecido.

Ao chegar à UPA Norte, para onde a vítima foi levada, o irmão foi informado que ele havia sido esfaqueado ao menos nove vezes.

De acordo com o boletim de ocorrência, na casa onde Carlos vivia com Brenda, a polícia constatou a presença de sangue em diferentes cômodos, inclusive em um dos quartos em que a mobília estava quebrada.

O imóvel ainda estava molhado, aparentando ter sido lavado, o que, segundo a polícia, indicaria a tentativa de mascarar a cena do crime. A faca utilizada no crime não foi encontrada.

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