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'Não podemos fazer outra coisa a não ser o diálogo', diz Mauro Vieira sobre eleições na Venezuela

Eleições na Venezuela estão marcadas para 28 de julho; principal nome de oposição a Maduro não poderá disputar.

Por Redação em 14/03/2024 às 14:10:06
Foto: Reprodução internet

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Eleições na Venezuela estão marcadas para 28 de julho; principal nome de oposição a Maduro não poderá disputar. Declaração foi dada durante audiência pública no Senado. O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta quinta-feira (14) que cabe ao governo brasileiro o diálogo em relação às eleições presidenciais na Venezuela, marcadas para o dia 28 de julho deste ano, dia do aniversário do ex-presidente Hugo Chávez.

A declaração foi dada durante a participação do ministro em uma audiência pública da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

"Eu creio que não podemos fazer outra coisa a não ser o diálogo, nós temos dialogado intensamente, não é de agora, eu fui ministro das relações exteriores da presidente Dilma Rousseff", afirmou Mauro Vieira.

Nas eleições venezuelanas, o atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sucessor político de Chávez, vai concorrer à reeleição. O Supremo Tribunal de Justiça, alinhado a Maduro, inabilitou uma eventual candidatura de María Corina Machado, que hoje é a principal política de oposição no país caribenho. Agora, a oposição terá de indicar um novo nome.

Este mês, o presidente Lula comentou sobre as eleições na Venezuela, na ocasião, ele disse que, em 2018, quando foi impedido de disputar as eleições presidenciais pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), "não ficou chorando" e indicou outro candidato, Fernando Haddad.

O presidente disse ainda que esperava que as eleições da Venezuela fossem "as mais democráticas possíveis". Nesta quinta, Mauro Vieira reforçou esta posição do governo.

"O que nós queremos e nos preocupa muito é apoiar para que haja a realização de eleições justas, transparentes e abertas, aceitas por todos", afirmou o ministro.

Lula e Israel

Durante a audiência pública, Mauro Vieira também afirmou que a posição de Lula sobre o conflito na Faixa de Gaza vem de uma "profunda indignação".

Em fevereiro, o presidente Lula comparou a guerra entre Israel e Hamas ao Holocausto promovido por Adolf Hitler contra milhões de judeus. No mesmo mês, o presidente foi declarado Persona non grata pelo governo do país.

"É nesse contexto de profunda indignação que se inserem declarações do presidente Lula, são palavras que expressam a sinceridade de sinceridade de quem busca preservar e valorizar o valor supremo que é a vida humana", afirmou.

Vieira disse ainda que lamentava a forma como o presidente Lula foi tratado pela chancelaria de Israel.

"Lamento que a chancelaria de Israel tenha se dirigido de forma desrespeitosa a um chefe de estado de um país amigo, o presidente Lula. Por sinal, foi o primeiro chefe de estado do Brasil a visitar Israel em março de 2010, em visita oficial", afirmou.

Viagem à Palestina

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores informou que Mauro Vieira fará uma viagem à Palestina nos próximos dias. O roteiro, de 15 a 20 de março, também inclui passagens por outros três países: Jordânia, Líbano e Arábia Saudita.

A viagem a Ramala acontece no contexto da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas - que controla a Faixa de Gaza - e em meio às críticas por parte do presidente Lula de que o governo de Benjamin Netanyahu tem cometido "genocídio" contra a população palestina que vive em Gaza. Declarações que, entre outras, levaram o presidente a ser declarado "persona non grata"em Isarel.

"[Mauro Vieira] tratará de questões regionais de relevância e interesse mútuo, em particular o conflito e a aguda crise humanitária que atingem a Faixa de Gaza e sua população, bem como as perspectivas para estabelecimento de um cessar-fogo e eventual retomada de negociações voltadas a alcançar paz duradoura para o Oriente Médio", informou o governo brasileiro.

Durante a presidência brasileira do Conselho de Segurança da ONU, em outubro do ano passado, o país tentou aprovar resoluções que levassem a um cessar-fogo na região e também à manutenção de corredores humanitários para saída de civis.

Os textos, contudo, acabaram rejeitados. Os Estados Unidos, por exemplo, rejeitaram propostas que, em sua visão, não condenavam explicitamente o Hamas ou não deixavam claro o direito de Israel reagir ao ataque.

"[Na viagem, Mauro Vieira] reiterará ainda o compromisso brasileiro com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e em segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas", informou o Ministério das Relações Exteriores.

Conforme o Itamaraty, Mauro Vieira também abordará na viagem ao Oriente Médio temas como cooperação técnica, comércio e investimentos.
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