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Justiça mantĂ©m prisão de sequestrador de ônibus no Rio

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Por Redação em 14/03/2024 às 15:25:16
Paulo Sérgio de Lima foi transferido da 4ÂȘ DP (Praça da República) para a Cadeia Pública José Frederico Marques, nesta quarta-feira (13). Ele manteve 16 pessoas reféns por 3 horas na Rodoviária do Rio. Duas pessoas foram baleadas — uma ficou em estado grave. Sequestrador é transferido para presídio

Paulo Sérgio de Lima, o homem que sequestrou um ônibus na Rodoviária do Rio e manteve 16 pessoas reféns por 3 horas, teve a prisão mantida pela Justiça do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (14), em audiência de custódia.

O juiz Pedro Ivo Martins Caruso D'Ippolito decidiu converter a prisão em flagrante para preventiva e argumentou que Paulo já tinha outras anotações criminais.

"O custodiado ostenta anotações e condenações em sua FAC pela prática de crimes graves, como roubo. Trata-se de reincidente. Inclusive, encontrava-se foragido do Sistema Penitenciário Há, portanto, diante do histórico criminal do custodiado, risco concreto de reiteração delitiva, o que torna, igualmente, a prisão preventiva necessária para garantia da ordem pública", escreveu o magistrado.

Além disso, o juiz destaca que, no início da audiência, Paulo estava exaltado e agressivo com policiais penais que o conduziam para a sala das audiências. Para o juiz, o preso revela "elevada audácia e destemor".

Durante a audiência de custódia, o advogado de Paulo Sérgio solicitou que seu cliente seja levado a um presídio neutro por medo de represálias. O pedido foi aceito, e um e ofício será enviado à Secretaria de Administração Penitenciária para que seja feita a transferência.

Depois de ser preso, Paulo Sérgio disse que estava fugindo para Minas Gerais com medo de represálias de traficantes.

'Tarde interrompida', diz preso

Paulo Sérgio foi transferido, na quarta-feira (13), da 4ÂȘ DP (Praça da República) para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte. Antes, porém, foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML) para exame de corpo de delito - que checa se houve ou não agressão na hora da prisão ou em sede policial.

"Minha tarde foi interrompida pelos policiais. Me atrapalharam os policiais. Quatro civis disfarçados atrapalharam a minha viagem", disse Paulo Sérgio ao deixar a delegacia.

Após se render, Paulo Sérgio disse à polícia que achava estar cercado por policiais desde o momento em que comprou a passagem.

Em depoimento, ele explicou que era ligado ao Comando Vermelho na Muzema e que, durante uma briga, baleou um traficante da Rocinha, também dominada pela facção. Por temer represálias, decidiu fugir para Minas Gerais. Mas a polícia investiga essa versão.

Paulo Sério comprou passagem no gichê da Viação Útil, às 13h51, em espécie

Reprodução

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'Perseguição'

Paulo Sérgio de Lima, o homem que sequestrou um ônibus na Rodoviária do Rio e manteve 16 pessoas reféns por 3 horas

Reprodução/TV Globo

O sequestrador chegou ao guichê da Viação Sampaio às 13h51 de terça e comprou, em espécie, a passagem do semileito para Juiz de Fora que partiria às 14h30.

"Ao efetuar o pagamento, Paulo tirou um saco de dinheiro e achou que aquilo ali chamou a atenção de algumas pessoas, que para ele seriam policiais", afirmou o delegado Mário Andrade, da 4ÂȘ DP (Praça da República).

Mesmo desconfiado de que tinha sido notado, o criminoso resolveu embarcar. Já dentro do ônibus, cismou que alguns passageiros também eram policiais.

"Houve a falha mecânica. O motorista pediu auxílio e saiu do coletivo. Paulo achou que, nesse momento, os policiais iriam pegá-lo. Foi quando vieram passageiros, que estavam entrando no ônibus, ele achou que seriam policiais e fez menção de entregar a arma. Um se assustou e saiu correndo, e Paulo efetuou os disparos", prosseguiu o delegado.

Esses tiros atingiram o funcionário da Petrobras Bruno Lima da Costa, de 34 anos, no tórax e no abdômen. O estado de saúde de Bruno ainda era considerado grave nesta manhã.

Passageiro baleado em sequestro está grave no CTI

A Polícia Civil afirma que Paulo Sérgio também atirou contra policiais que faziam a negociação do lado de fora. Nenhum agente ficou ferido.

Versão investigada

A 4ÂȘ DP quer esclarecer se Paulo é de fato integrante do Comando Vermelho. Duas pessoas que não têm nenhuma relação com o sequestro foram à delegacia e o apontaram como um assaltante que agia na Rocinha e em São Conrado. Uma das testemunhas afirmou que ele roubou uma joia dela no domingo (10).

A polícia busca entender se Paulo estava fugindo porque tinha sido descoberto pelo tráfico — o CV não tolera roubos no entorno das comunidades que domina para não prejudicar a venda de drogas.

Janela do ônibus ficou com ao menos 7 marcas de tiro

Thaís Espírito Santo/g1 Rio
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