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Da negociação de propina ao acordo com MP: veja linha do tempo de investigação contra presidente Ademar Traiano e ex-deputado

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Por Redação em 19/03/2024 às 19:31:59
Ademar Traiano (PSD), presidente da Alep, e ex-deputado Plauto Miró receberam propina de R$ 100 mil cada de empresário Vicente Malucelli, então diretor de TV que prestava serviços para a Alep. Áudio mostra parte da negociação entre deputado Ademar Traiano para recebimento de propina

As provas reunidas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) sobre o recebimento de propina do deputado estadual Ademar Traiano (PSD), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), e o ex-deputado Plauto Miró, detalham o passo a passo da investigação.

Os depoimentos e áudios foram revelados pelo g1 e a RPC, que tiveram acesso ao material. Veja abaixo a linha do tempo do caso.

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O pagamento aconteceu em 2015, quando Vicente Malucelli era diretor da TV Icaraí, então prestadora de serviço da TV Assembleia.

Ademar Traiano e Plauto Miró não respondem a processos depois de terem formalizado Acordos de Não Persecução Penal (ANPP) e Acordos de Não Persecução Cível (ANPC) com o MP, nos quais admitiram que pediram e receberam propina.

deputado estadual Ademar Traiano (PSD), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), e o ex-deputado estadual Plauto Miró (na época, filiado ao DEM) confessaram ao Ministério Público do Paraná (MP-PR)

Reprodução

Entenda:

OUÇA: Áudio mostra negociação entre presidente da Alep e empresário

VEJA: Empresário relata pressão de Traiano para receber propina

PONTO A PONTO: Depoimentos e áudios explicam negociação de propina

Joel Malucelli, presidente do Grupo J.Malucelli, e o primo dele, o empresário Vicente Malucelli, vão ao Ministério Público delatar um suposto caso de corrupção envolvendo Traiano, que já ocupava a presidência da Alep, e o então primeiro secretário, Plauto Miró.

Segundo as investigações, em uma reunião com Vicente, os políticos teriam pedido dinheiro.

"Eu entendi naquele momento que se eu não colaborasse, se eu não desse essa ajuda de campanha, a gente ia ter o contrato rescindido, foi esse o nosso entendimento", afirmou Vicente em depoimento ao MP.

As apurações do MP começaram em 2020. Promotores ouviram suspeitos, testemunhas e quebrou sigilos bancários, mas "declarou esgotadas as investigações sobre o crime de lavagem de capitais".

Porém, o MP apontou "a existência de indícios de corrupção passiva" a Ademar Traiano e Plauto Miró.

Veja a linha do tempo do caso abaixo:

?? Novembro de 2012

A TV Icaraí, do Grupo Malucelli, vence a licitação para produzir conteúdo para a Assembleia Legislativa. O contrato é de três anos.

?? Fevereiro de 2015

Ademar Traiano, então no PSDB, é eleito presidente da Assembleia.

?? Agosto de 2015

De acordo com as investigações, Ademar Traiano e o então deputado estadual Plauto Miró pedem R$ 300 mil a Vicente Malucelli, diretor da emissora.

?? Setembro de 2015

De acordo com o Ministério Público, o valor da propina baixou para R$ 200 mil, R$ 100 mil para cada deputado. Os promotores apontam que Vicente Malucelli providenciou os pagamentos.

Conforme o MP, Ademar Traiano recebeu, em setembro de 2015, a primeira parte do pagamento, R$ 50 mil em dinheiro dentro da Assembleia, no gabinete da presidência.

Segundo as investigações, o político passou a pressionar Vicente Malucelli.

Plauto Miró, como aponta o MP, recebeu a parte dele em dinheiro na sede do Grupo Malucelli.

?? Outubro e novembro de 2015

O Ministério Público rastreou o caminho dos três cheques do pagamento a Traiano. Na época, a promotoria descobriu que dois deles foram parar nas mãos de um mecânico de Francisco Beltrão, reduto eleitoral do presidente da Assembleia.

O outro cheque, segundo as investigações, foi depositado na conta de uma empresa de transportes de Curitiba, mas ela e o mecânico não são investigados no caso.

?? Maio de 2020

O Ministério Público começa as investigações suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo Traiano e Miró.

?? Dezembro de 2022

Ademar Traiano e Plauto Miró assinam acordo de não persecução penal, confessam os crimes, devolvem dinheiro, pagam multa que somadas passaram de R$ 740 mil e não são processados.

?? Outubro de 2023

Quase um ano depois, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) homologa o acordo entre os políticos e o MP.

?? Dezembro de 2023

Em dezembro do mesmo ano, o os acordos são homologados. Segundo o Ministério Público, após essa fase, os termos dos acordos devem se tornar públicos, o que não aconteceu.

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