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Alexandre de Moraes concede liberdade provisória a trĂȘs ex-integrantes da cĂșpula da PMDF rĂ©us por omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro

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Por Redação em 28/03/2024 às 16:47:35
Beneficiados são Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante-geral na época dos fatos; Fábio Augusto Vieira, comandante-geral à época, e o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos. Eles terão que colocar tornozeleira eletrônica, entregar passaportes e ficam proibidos de usar redes sociais. Meirelles acredita que os atos antidemocráticos de domingo não abalaram o funcionamento das instituições

JOEDSON ALVES/ANADOLU AGENCY VIA GETTY IMAGES

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade provisória, nesta quinta-feira (28), a três ex-integrantes da cúpula da PMDF que são réus por omissão nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.

O ministro substituiu as prisões dos seguintes militares, por medidas cautelares:

Klepter Rosa Gonçalves: subcomandante-geral na época dos fatos

Fábio Augusto Vieira: comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal à época

Marcelo Casimiro Vasconcelos: coronel da PMDF

Eles terão que colocar tornozeleira eletrônica, terão que entregar passaportes, além de ficarem proibidos de usar as redes sociais. Os militares estavam presos desde agosto de 2023.

Em fevereiro, por unanimidade, a Primeira Turma do STF aceitou denúncia contra sete militares. Os militares foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na denúncia, a PGR apresentou trocas de mensagens entre os investigados antes e durante os atos golpistas. Os diálogos obtidos pela PGR mostram, por exemplo, que havia policiais infiltrados no acampamento golpista instalado em frente ao Quartel General do Exército e que tudo o que os PMs observavam ali era transmitido em um grupo de mensagens criado pelos oficiais da corporação.

Para a PGR, havia, portanto, "alinhamento ideológico e de propósitos entre os denunciados e àqueles que pediam a intervenção das Forças Armadas".

"A 'falha' operacional não decorreu de deficiências dos serviços de inteligência da PMDF. O que ocorreu, em verdade, foi omissão dolosa por parte dos denunciados que, com unidade de desígnios, aceitaram os resultados visados pela turba antidemocrática e aderiram ao intento criminoso dos insurgentes", disse a Procuradoria.

No 8 de janeiro, golpistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília

O que diz a defesa dos militares

A defesa de Fábio Augusto Vieira, ex-comandante Geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), diz que ele "assumiu desde o início das investigações posição colaborativa e de cooperação, visando auxiliar a elucidação dos fatos e prestar os esclarecimentos devidos".

"A defesa técnica do ex-comandante-geral da PMDF celebra a correção da decisão e renova sua confiança no Estado Democrático de Direito, nas Instituições brasileiras e na Democracia", afirmam os advogados.

A defesa de Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante-geral na época dos fatos, disse que "cada um dos Coronéis que estiveram presentes no fatídico dia 08/01, tiveram condutas independentes". Conforme os advogados, "desde o início a defesa do Coronel Klepter tem chamado a atenção para essa peculiaridade, de maneira que havendo a individualização de condutas e, consequentemente, de responsabilidades, a concessão da liberdade provisória seria a consequência lógica. A sábia decisão proferida hoje, demonstra que o trabalho da defesa foi efetivo, e reforça a nossa convicção de teremos uma análise atenta, caso a caso, da conduta de cada um, e, ao final, certamente a convicção dos doutos Ministros será pela absolvição do Coronel Klepter."

Até a última atualização desta reportagem o g1 não havia conseguido falar com a defesa do coronel da PMDF Marcelo Casimiro Vasconcelos.

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