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O que explica a 'infestação' de ĂĄguas-vivas nas praias do litoral cearense

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Por Redação em 01/04/2024 às 17:12:35
Animais apresentam riscos aos banhistas, por causar queimaduras. Centenas de águas-vivas são vistas na Praia do Mucuripe, em Fortaleza

Centenas de águas-vivam habitam as praias do litoral cearense nas últimas semanas. Houve também vários relatos de banhistas que sofreram queimaduras e choques anafiláticos após o contato com a espécie.

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O aumento da temperatura da água do mar e a chuva contribuem para o aumento do aparecimento de águas-vivas no litoral do Ceará. É o que explica o professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcelo Soares.

"O calor acelera a reprodução das águas-vivas. Fora isso, as chuvas trazem mais nutrientes para o mar, contribuindo também para a reprodução. [...] Em algumas regiões de águas mais paradas, perto de quebra-mares, em piers, elas se acumulam. Devem evitar essas áreas", explicou Marcelo Soares.

A presença de águas-vivas nas praias da capital foi intensificada e um nadador chegou a ser hospitalizado após ter contato com os animais. O corretor de imóveis Ricardo Duarte, 67 anos, foi resgatado por uma equipe feminina de canoagem após sofrer um ataque de água-viva, na Praia de Iracema, em Fortaleza. O acidente ocorreu na última terça-feira (26).

Ricardo Duarte sentiu dores no braço e depois falta de ar após ser atacado por água viva no mar de Fortaleza.

Ricardo Duarte/Arquivo Pessoal

Há dez dias, banhistas relataram acidentes com águas-vivas na Praia da Barra do Ceará. Os animais foram vistos tanto na praia como nas margens do Rio Ceará.

Pelas redes sociais, os banhistas afirmaram que sentiram queimações no corpo e logo em seguida foram alertados por salva-vidas da região sobre o aparecimento dos animais.

"Na Praia dos Pocinhos, no Bairro Pirambu, estava cheio delas hoje [domingo] pela manhã! Tinha umas quatro por lá", disse um banhista. "Fui uma vítima também hoje [domingo] na Praia de Iracema", afirmou outro.

Riscos

Toque da água-viva pode queimar a pele; orientação é evitar banho em locais onde tem a espécie

Fabiane de Paula/SVM

Aparentemente inofensiva à primeira vista, as águas-vivas têm consistência gelatinosa e possuem tentáculos que em contato com a pele podem causar queimaduras, com ardência e dor intensa no local.

No litoral brasileiro, as quem mais causam acidentes com banhistas são a caravela Physalia physalis, a hidromedusas Olindias sambaquiensis, a cifomedusa Chrysaora lactea.

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A recomendação do Corpo de Bombeiros, que acompanha as ocorrências com esses animais aquáticos, é que a pessoa que teve queimadura pelo contato com a água-viva lave o local com água salgada e nunca água doce, pois pode potencializar a queimadura.

Já a Guarda Municipal recomenda que as pessoas evitem entrar na água caso perceba a presença de águas-vivas.

Veja outras orientações do Corpo de Bombeiros para prevenir acidentes com os animais:

Esteja sempre em área protegida por guarda-vidas;

Pergunte ao bombeiro sobre as condições da água e se há presença de águas-vivas. Se houver, evite entrar no mar;

Saia da água imediatamente ao avistar águas-vivas;

Evite entrar no mar sozinho ou à noite;

Não toque nos animais, mesmo aqueles que estejam aparentemente mortos na areia da praia.

Se você for queimado, saia imediatamente da água e lave o local apenas com água do mar, sem esfregar as mãos na área afetada.

A única outra substância recomendável para se colocar na área atingida é o vinagre, que neutraliza a ação da toxina.

Nunca toque nos animais, nem mesmo naqueles que estejam mortos na areia da praia.

Caso haja grande área de queimadura, ou se surgirem sintomas como vômitos, náuseas, cãibras musculares ou dificuldade para respirar, é recomendado que se busque uma unidade de saúde para tratamento específico.

Praia do Mucuripe aparece lotada de águas-vivas

Fabiane de Paula/SVM

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