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Após prisão, outras supostas vĂ­timas de investigado por golpes em app de namoro fazem novas denĂșncias no RJ

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Por Redação em 02/04/2024 às 05:56:59
Delegado afirma que vítima foi até delegacia na Zona Oeste do Rio. Tayara Banharo, uma das vítimas de Caio, afirmou que duas mulheres entraram em contato com ela e se propuseram a ir à delegacia em São Paulo. Mulheres articulam armadilha para prender golpista de aplicativo de namoro

A prisão de Caio Henrique Camossato, investigado por estelionato contra 11 mulheres no Rio de Janeiro e em São Paulo, fez com que pelo menos 3 novas vítimas fossem a diferentes delegacias com informações sobre ele. O caso e a prisão foram revelados pelo Fantástico.

Tayara Banharo, uma das mulheres que já denunciaram Caio, afirmou que mais 2 supostas novas vítimas entraram em contato com ela e se propuseram a ir à delegacia prestar queixa contra ele.

"De ontem para hoje, já vieram umas 10 mulheres falar comigo sobre o Caio: algumas disseram que o papo com ele não desenvolveu, e outras disseram que ele as deixou muito lesadas. Uma delas disse que perdeu carro, vendeu apartamento por causa dele", contou ao g1.

Tayara disse que, em um dos primeiros encontros, Caio já pediu dinheiro. Ela chegou a emprestar R$ 1 mil, que foram devolvidos um mês depois. Mesmo assim, ela diz que a suspeita contra ele continuou:

"Não foi um valor alto. Mas quando eu fiz esse empréstimo, eu liguei o alerta. Consegui reagir bem rápido", relatou. Caio já tinha sido tema de reportagem no Fantástico em 2023.

A defesa de Caio Henrique Camossatto diz que as acusações não têm fundamento, que o que está em apuração não é crime, é um ilícito civil, ou seja: descumpre o que tinha sido acordado entre as partes. A defesa afirma que considera a prisão dele arbitrária e ilegal.

Caio Henrique Comossato, em foto na frente do espelho.

Reprodução/Fantástico

No Rio, uma vítima foi até a 34ÂȘ DP (Bangu), onde a investigação contra ele foi iniciada no estado. O delegado titular, Fábio Souza, explicou como era o modus operandi de Camossato:

"Ele conhecia as mulheres através de sites de relacionamento. Depois, começava a namorar, contava histórias, dizia que era fazendeiro, produtor musical, e que tinha uma situação financeira razoável", relembrou.

"Depois de um tempo, ele inventava uma desculpa. No caso que eu investiguei, ele disse que ia vender a fazenda e precisava de um dinheiro para fazer um aporte. A mulher empresta o dinheiro a ele, e depois ele não paga e some", explicou o delegado.

Para Fábio, não há dúvidas que Caio seguiu fazendo a mesma coisa até ser preso.

Segundo as investigações, a soma da dívida dele com pelo menos 11 mulheres ultrapassa R$ 1,8 milhão. Apenas uma vítima repassou R$ 500 mil a Caio. A pena prevista é de 5 anos de prisão.

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A armadilha

Caio, que era investigado em São Paulo em pelo menos cinco casos, já tinha sido condenado por estelionato em 2019, mas a pena foi convertida para prestação de serviços comunitários, que ele nunca cumpriu.

Assim que viu a reportagem, Tayara entrou em contato com algumas mulheres que já estavam organizando um grupo para acompanhar os passos dele e denunciar o estelionatário.

Como Caio continuava usando o cartão de crédito de uma delas, foi possível saber em que cidade ele estava. O grupo de mulheres descobriu quando Caio reabriu suas contas em redes sociais e em um aplicativo de relacionamentos.

Elas criaram uma armadilha. Tayara, então, montou um perfil falso em um aplicativo para atrair o estelionatário. O grupo de mulheres acompanhava cada troca de mensagens.

"A gente foi conversando com ele no WhatsApp até conseguir o mandado de prisão. Aí quando saiu o mandado de prisão, eu marquei um encontro com ele", revelou Tayara.

No dia 22 de março, em vez de encontrar a personagem criada por Tayara num restaurante do Rio, Caio encontrou a polícia.
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