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VĂ­deo: PMs e ambulantes se envolvem em confusão no Parque Villa-Lobos, Zona Oeste de SP

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Por Redação em 07/04/2024 às 17:27:40
Confusão ocorreu na tarde deste domingo (7) após ambulantes se manifestarem na frente do parque; eles alegam que porcentagem de repasse para regularização é alta. Um homem chegou a ser imobilizado por um PM por golpe semelhante ao mata-leão. Confusão entre PMs e ambulantes é registrado no Parque Villa-Lobos, em São Paulo

Uma confusão entre vendedores ambulantes e policiais militares foi registrada na tarde deste domingo (7) no Parque Villa-Lobos, na Zona Oeste de São Paulo.

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Nas imagens, enviadas à reportagem da TV Globo e g1, é possível ver uma grupo de PMs tentando imobilizar ambulantes na frente do parque. Um homem chegou a ser imobilizado por um PM por um golpe semelhante ao de "mata-leão".

Ainda nas imagens, é possível ver uma vendedora ambulante no chão sendo imobilizada pelo pescoço por uma policial militar (veja acima).

Em nota, a administração do Parque Villa-Lobos afirmou que há cerca de 20 dias, em razão do aumento exponencial de vendedores ilegais e diante de reclamações dos frequentadores e do conselho do parque, especialmente por conta da venda indiscriminada de bebidas alcoólicas, a concessionária notificou a Subprefeitura da região e a Secretaria de Segurança Pública para atuação no entorno.

Ainda conforme a administração, paralelamente foi aberto cadastro para verificar a possibilidade de nova rodada de regularização e avaliar individualmente os casos (veja nota completa abaixo)

Ao g1, a vendedora ambulante Beatriz do Socorro, de 56 anos, contou que a confusão se deu após ambulantes se manifestarem na frente do parque por volta das 13h em protesto pela falta de cadastro para que os vendedores possam trabalhar na área interna.

"Eu estou há 20 anos no parque. Eu trabalho com artesanato e água de coco. E eu nunca vi uma coisa horrível como o que está acontecendo com quem é ambulante. A nova administração do parque não nos deixa trabalhar. Nos propõe uma porcentagem de 40% de repasse a a gente não pode pagar isso. Pedimos 10%. Por isso, um grupo foi hoje se manifestar e deu no que deu".

"A gente trabalhava, até então, tranquilo no parque, cada um com seu produto. Só que com essa nova administração do Villa-Lobos eles cercaram tudo e não nos deixaram mais trabalhar. Somos pai, mãe de família, precisamos ganhar nosso trabalho. Inclusive eu também estou sem trabalho. Não conseguimos legalização ainda, a prefeitura não nos libera nada, não conseguimos nada. E o que acontece? Simplesmente todo mundo se revoltou, inclusive essa mulher que aparece no vídeo".

Confusão entre PMs e ambulantes é registrada no Parque Villas-Lobos, na Zona Oeste de São Paulo

Arquivo Pessoal

Ainda conforme Beatriz, os ambulantes querem se regularizar para voltarem a trabalhar no parque.

"A gente está precisando trabalhar. A gente está passando a necessidade em casa, não conseguimos mais trabalho devido a nossas idades. Tem gente que tem 50 anos, eu mesma tenho 56, outros têm 60 ou mais. Então, nessa idade, a gente não arruma mais emprego. E temos que trabalhar e fazer um serviço informal. Tem muitos que tem aí o MEI, tem o Tô Legal, e mesmo assim a prefeitura não libera, ninguém deixa a gente trabalhar. Mesmo que a administração liberasse uma porcentagem, mas que fosse a menos de 40%. A gente poderia até pagar, mas menos de 40%. A gente estava sugerindo 10% do nosso ganho diário e eles não querem, eles estão muito arredios", ressaltou.

"Todos os ambulantes querem trabalhar, querem se regularizar, querem poder trabalhar dentro do parque, não é em outro local, que essa administração facilite mais o trabalho para nós, que somos pais e mães de família", complementou.

A mulher que aparece nas imagens rendida por uma policial militar e, depois, caída no chão ferida publicou nas redes sociais que sofreu luxação no braço.

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"Após assumir, em 2022, a empresa responsável por alimentos e bebidas no parque regularizou parte dos comerciantes irregulares que atuavam no local. Eles permanecem trabalhando.

Posteriormente, com a presença de novos vendedores irregulares, ocorreu outra rodada de negociações que foi interrompida em razão de atos de ameaça e violência aos funcionários da administração, registradas em Boletim de Ocorrência;

Há cerca de 20 dias, em razão do aumento exponencial de vendedores ilegais e diante de reclamações dos frequentadores e do conselho do parque, especialmente por conta da venda indiscriminada de bebidas alcoólicas, a concessionária notificou a Subprefeitura da região e a Secretaria de Segurança Pública para atuação no entorno.

Paralelamente foi aberto cadastro para verificar a possibilidade de nova rodada de regularização e avaliar individualmente os casos.

Na última semana, ocorreu uma reunião na Alesp com representantes dos ambulantes, na qual foi pactuado que, enquanto a análise estivesse em andamento, não seria permitida a venda de produtos irregulares no parque.

Também foi exposto que, se houvesse novos atos de violência, as tratativas seriam suspensas imediatamente. Neste domingo, uma pequena parte do grupo esteve no parque, hostilizou e agrediu as equipes, além de enviar ameaças aos funcionários pelas redes sociais. A Polícia Militar foi acionada e conduziu a ocorrência.

Entre os principais problemas provocados pela informalidade estão: a venda de bebidas alcoólicas para menores de idade e em áreas não permitidas pelo contrato de concessão, distribuição de produtos perecíveis sem procedência ou controle de qualidade e a concorrência desleal com os comerciantes do parque que pagam impostos sobre a venda de produtos e emitem nota fiscal, conforme determina a lei".
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