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Após uma semana do acidente, amigo de motorista do Porsche passa por 2ÂȘ cirurgia e acorda do coma induzido em hospital de SP

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Por Redação em 09/04/2024 às 00:58:59
Marcus Rocha está internado em hospital desde 31 de março, quando Fernando Filho bateu carro de luxo em Sandero e matou motorista por aplicativo em SP. Amigo teve quatro costelas quebradas, baço retirado e colocou drenos nos pulmões. Fernando Sastre de Andrade Filho (foto) é o motorista do Porsche envolvido no acidente que matou um motorista por aplicativo.

Reprodução/TV Globo

Após uma semana do acidente com Porsche que matou um motorista por aplicativo em São Paulo, o amigo do condutor do carro de luxo, que se feriu gravemente na batida, passou pela segunda cirurgia e acordou do coma induzido a que estava sendo submetido no hospital.

O estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, de 22 anos, é amigo de infância do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que dirigia o Porsche que bateu na traseira do Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, que morreu após a colisão.

Segundo testemunhas, as três pessoas usavam cintos de segurança. Marcus estava no banco do carona do carro de luxo.

O acidente ocorreu na madrugada do dia 31 de março, domingo retrasado, na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, Zona Leste e foi gravado por câmeras de segurança (veja vídeo abaixo).

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Marcus teve quatro costelas quebradas e foi levado numa ambulância para o Hospital São Luiz Anália. Desde então, ele permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sem previsão de alta.

Nesse período, ele já foi operado para retirada do baço após complicações decorrentes da batida. E no último domingo (7) passou por uma nova operação, dessa vez para a implantação de drenos nos dois pulmões. O paciente teve "um derrame pleural bilateral" causado pelo trauma.

Os drenos têm a função de retirar líquido da pleura para auxiliar na sua respiração. A pleura é um tecido que recobre os pulmões e a parede interna do tórax. Ela auxilia na ventilação do órgão.

Amigo iniciou fisioterapia

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Procurado pelo g1 para comentar o assunto, o advogado José Roberto Soares Lourenço, que defende os interesses de Marcus e dos familiares dele, disse nesta segunda-feira (8) que seu cliente "está respondendo bem ao tratamento" e "já iniciou sessões de fisioterapia, mas ainda sem condições de falar sobre o ocorrido".

Marcus chegou a ficar entubado por uma semana e em coma induzido no hospital em razão das dores no corpo e dificuldades para respirar. Ele foi extubado após a segunda operação.

"A família continua dando apoio, com esperança e previsão de alta da UTI nos próximos dias", informou o advogado. Mas como o estado de saúde de Marcus ainda é "delicado", segundo seus advogados, ele não será ouvido pela Polícia Civil, neste momento.

Namorada do estudante

Polícia Civil vai até prédio onde funciona casa de pôquer onde dono de Porsche foi antes do acidente

Abraão Cruz/TV Globo

O escritório de advocacia que atua para Marcus também acompanha a namorada do estudante no caso. A jovem contou à investigação que ajudou no socorro ao namorado.

Foi ela também quem disse no 30Âș Distrito Policial (DP), Tatuapé, que o casal e Fernando e a namorada, beberam "alguns drinks" num restaurante antes de irem para uma casa de poker com "open bar". Ela não soube dizer se os dois rapazes beberam nesse local.

Outras câmeras de segurança gravaram a chegada e saída do grupo do estabelecimento.

Em seguida, de acordo com a testemunha, Fernando discutiu com a sua namorada, que não queria deixá-lo dirigir porque ele estava "alterado". Marcus se ofereceu para conduzir o Porsche do amigo, que recusou. Então foi de carona com o empresário no veículo enquanto suas namoradas seguiram atrás em outro automóvel.

Durante o trajeto, a namorada de Marcus contou que Fernando "acelerou" o carro de luxo e quando ligou para seu namorado, ele contou que o Porsche se envolveu num acidente. As namoradas dos rapazes foram ao local.

Fernando teria tido um corte na boca, mas não foi para nenhum hospital.

Motorista responde por morte

Câmera de segurança gravou momento que Renault Sandero branco é atingido na traseira por Porsche Carrera azul em São Paulo

Reprodução/Redes sociais

Polícia Civil indiciou Fernando por homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de matar, lesão corporal e fuga do local do acidente. O empresário responde aos crimes em liberdade.

A Polícia Técnico-Científica vai analisar as imagens para determinar qual era a velocidade do Porsche. O laudo será feito pelo Instituto de Criminalística (IC).

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Liberação pela PM e fuga

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A Polícia Militar (PM), que atendeu a ocorrência, acabou liberando o motorista do Porsche para sair do local do acidente sem fazer o teste do bafômetro nele. O equipamento poderia indicar se o empresário havia bebido álcool enquanto dirigia, o que é crime.

Os policiais militares alegaram que a mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, também foi ao local do acidente e disse que levaria o filho para tratar de um ferimento num hospital. Mas quando os agentes da PM foram depois a unidade médica, não encontraram nenhum dos dois.

A Corregedoria da PM apura se se os policiais militares que liberaram Fernando sem fazer o teste do bafômetro erraram no procedimento. A Ouvidoria da Polícia pediu as imagens das câmeras corporais dos agentes que atenderam a ocorrência para serem analisadas.

Para a Polícia Civil, o motorista do Porsche havia fugido. Depois de 38 horas, ele se apresentou espontaneamente na delegacia que investiga o caso.

A investigação também apura se Daniela cometeu crime de fraude processual pelo fato de a mãe de Fernando, segundo a investigação, ter impedido o motorista do Porsche de fazer teste do bafômetro e ter supostamente mentido ao dizer que o levaria a um hospital, mas não o fez.

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A defesa de Fernando divulgou nota à imprensa informando que seu cliente não bebeu e que o acidente foi uma "fatalidade".

Ele é gerente de uma das empresas da família e ganha R$ 15 mil de salário. Há cinco anos, foi aprovado em uma universidade privada da capital paulista, o Mackenzie, onde cursou engenharia civil por algum tempo. Segundo a instituição de ensino, ele não está matriculado lá desde 2021.

"Um sentimento de injustiça gigantesco dentro de mim", escreveu nesta segunda em seu Instagram, Luam Silva, filho de Ornaldo. O motorista por aplicativo deixou mais dois filhos e e esposa.
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