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OEA aprova resolução condenando invasão de embaixada do México pelo Equador

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Por Redação em 10/04/2024 às 13:34:13
Organização dos Estados Americanos também exigiu diálogo entre os dois países. Embaixada do México em Quito, onde ex-vice-presidente equatoriano condenado em caso de corrupção estava refugiado, foi invadida na semana passada por policiais equatorianos. OEA se reúne para analisar regras diplomáticas após invasão de embaixada do México

A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta quarta-feira (10) uma resolução condenando a invasão da Embaixada do México no Equador por policiais equatorianos na semana passada.

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A invasão, feita para prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que havia sido condenado pela Justiça equatoriana, abriu uma crise diplomática sem precedentes entre os dois países. O México rompeu relações com Quito após o episódio.

Na resolução aprovada por ampla maioria, a OEA exigiu que os dois governos iniciem um diálogo, "em conformidade com o Direito Internacional".

O texto foi aprovado com 29 votos favoráveis e um contra, feito pelo Equador. Outro país, El Salvador, se absteve. O Brasil votou a favor.

Entre os pontos, a resolução da OEA:

Condena "veementemente a intrusão" na embaixada e "os atos de violência exercidos contra a integridade e a dignidade do pessoal diplomático";

Frisa a "obrigação de todos os Estados de zelar pelo respeito aos privilégios e imunidades das missões diplomáticas";

Exige que os Estados membros "assegurem que a inviolabilidade das sedes diplomáticas e do seu pessoal seja respeitada sem exceção";

Pede o início do diálogo entre as duas partes e que "tomem medidas imediatas para resolver este grave assunto de forma construtiva".

Relações deterioradas

Policiais do Equador posicionados na frente da Embaixada do México em Quito

Associated Press

Equador e México já viviam uma crise diplomática antes da invasão da embaixada do México em Quinto. Na semana passada a embaixadora do México no Equador foi declarada "persona non grata" após o governo afirmar que o presidente mexicano fez comentários "infelizes" sobre as eleições equatorianas de 2023.

No dia seguinte, o governo do México anunciou ter concedido asilo político a Jorge Glas, condenado a seis anos de prisão por corrupção em um caso que envolve a Odebrecht.

O ex-vice-presidente estava na embaixada mexicana desde dezembro de 2023. Ele alega ser alvo de perseguições da Procuradoria-Geral do Equador.

Diante do anúncio do asilo, o Ministério das Relações Exteriores do Equador afirmou que o México estava violando acordos de asilo político. Além disso, autoridades equatorianas pediram permissão ao México para entrar na embaixada em Quito e prender Glas.

Durante a noite, um grupo de policiais equatorianos foi até a Embaixada do México em Quito com veículos escuros. Segundo a Associated Pres, os agentes arrombaram as portas externas da sede mexicana e entraram no local.

A principal avenida de acesso à embaixada também foi fechada pela polícia.

O encarregado da Embaixada do México no Equador, Roberto Canseco, afirmou que houve um "atropelo ao direito internacional". Ele também chamou o ocorrido de "inaceitável" e "barbárie".

"Como criminosos, invadiram a Embaixada do México no Equador. Isso não é possível. Não pode ser. É uma loucura", disse Canesco.
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