TV NEWS

Mesmo após anĂșncio de mudança no atendimento, UPAs de Curitiba voltam a lotar nesta quinta (11); 'Tem criança chorando, gente que estĂĄ gemendo de dor'

.

Por Redação em 11/04/2024 às 22:26:20
Prefeitura diz que está contratando mais profissionais para reforçar o serviço e orienta que pacientes com sintomas leves busquem as Unidades Básicas ou o teleatendimento. UPAs de Curitiba ficaram lotadas nesta quinta-feira (11)

E

Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Curitiba voltaram a ficar lotadas nesta quinta-feira (11) mesmo após a prefeitura anunciar no dia anterior mudanças diante da alta demanda pelo serviço.

Conforme a Secretaria de Saúde do município, desde esta quarta-feira (10) deveria ser adotada separação de pacientes com sintomas de dengue e de doenças respiratórias, expansão do teleatendimento e ainda ampliação da carga horária dos médicos.

Porém, o cenário encontrado pela reportagem da RPC ao passar por três UPAs da capital nesta quinta foi semelhante ao registrado no dia anterior: pacientes misturados, independente dos sintomas, e aguardando atendimento por até cerca de seis horas.

? Siga o canal do g1 PR no WhatsApp

? Siga o canal do g1 PR no Telegram

Na UPA do Cajuru, por exemplo, por volta das 19h15 desta quinta, 135 pessoas aguardavam atendimento. Ao longo do dia, quase 360 atendimentos foram feitos na unidade; na quarta foram mais de 500. Nove médicos se dividem para atender os pacientes.

Por lá, ainda não há divisão entre pacientes com sintomas de dengue e de doenças com respiratórios.

Os pacientes aguardam em uma fila do lado de fora em cadeiras improvisadas. A Lisete conta ter esperado das 9h45 até 16h30 para que a neta fosse atendida. "Pouco médico, é um absurdo isso. Para quê tantas salas que não têm médico?", reclama.

Do lado de dentro, a tenda onde serão atendidos pacientes com sintomas respiratórios e de dengue está montada, aguardando o resto da estrutura. Serão montados três consultórios, mas ainda não há uma previsão para que o atendimento no local comece.

Fila do lado de fora nesta quinta (11) na UPA do Cajuru

RPC Curitiba

A Cleide ficou seis horas na UPA da Cidade Industrial nesta quinta esperando pela consulta dos netos gêmeos, que têm dois anos de idade.

"Está lotado! As macas, as camas, tudo, sabe? E eles estão de pé fazendo procedimento", relata.

Na mesma unidade, a Izabeli trouxe o filho de 8 anos que machucou a cabeça na escola. Porém, o tempo de espera a fez desistir do atendimento: "A gente chegou por volta das 14h30 e elas falaram que estavam começando a atender o pessoal que chegou 11h!"

Assim como na UPA da CIC, na UPA do Campo Comprido o sistema de atendimento que separa pacientes com sintomas respiratórios e de dengue de pacientes com outros sintomas ainda não está funcionando.

"Não está separado por sintoma, porque muita gente para pouco espaço e pouco profissional atendendo", conta Edna, que trouxe a filha e aguardou atendimento por cerca de cinco horas.

"Tem criança chorando, gente que está gemendo de dor e eles nem deixam entrar ali, é um caos ali dentro", relata outra paciente.

Pacientes esperam até cerca de seis horas por atendimento em UPAs de Curitiba

RPC Curitiba

Enfermeira relata problemas

Em entrevista à RPC, uma enfermeira que trabalha em uma UPA de Curitiba, e que preferiu não ser identificada, relata a rotina dos problemas:

"Tem muito paciente para pouca estrutura. Então, muitas vezes os pacientes ficam sentados no chão porque não tem mais lugar, para esperar a triagem. Pacientes que ficam esperando vagas para hospitais ficam internados às vezes por dias , o paciente fica nas poltronas aguardando. Coloca uma maca extra, tira um monitor de um paciente que não está assim tão grave, que está mais estável, e coloca nesse que chegou", conta.

Procurada sobre as informações relatadas pela profissional, a prefeitura não respondeu.

A secretária municipal de Saúde, Beatriz Battistella, no entanto, disse nesta quinta que o tumulto nas unidades se deve justamente à mudança no fluxo de atendimento das pessoas com dengue.

"Nas unidades em que é possível isso acontece, uma separação do fluxo, usando a estrutura atual. Estamos contratando mais profissionais para apoiar esse trabalho dentro das tendas e no espaço das unidades", disse.

Enquanto isso, a orientação da prefeitura é para que pacientes com sintomas leves busquem as Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou o serviço de teleatendimento pelo número 3350-9000.

VÍDEO: Os mais assistidos do g1 PR

Leia mais notícias em g1 Paraná.
Comunicar erro
SPJ JORNAL 2