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EdifĂ­cio Holiday: saiba quando vai ser o leilão e veja imagens de dentro do prĂ©dio

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Por Redação em 13/04/2024 às 14:03:47
Justiça prevê demolição como uma das opções. Prefeitura do Recife recomenda reforma do imóvel, que está interditado desde 2019. Veja como está o Edifício Holiday por dentro

O leilão para venda do Edifício Holiday, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, será realizado nos dias 22 e 23 de maio, de forma eletrônica. Neste sábado (13), um grupo de avaliadores esteve no prédio para determinar o valor mínimo de venda do imóvel. Imagens da análise mostram como estão os apartamentos e corredores por dentro (veja vídeo acima).

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Um dos primeiros arranha-céus erguidos na cidade, o prédio construído em 1956 foi desocupado há cinco anos por causa de riscos estruturais. Segundo determinação judicial, os proprietários dos 476 apartamentos existentes no local deverão ser indenizados.

"A gente vai analisar as condições da alvenaria, da estrutura, das instalações elétricas, das instalações hidrossanitárias. Ou seja, de tudo o que compõe o imóvel para poder identificar o quanto que pode ser aproveitado e o quanto que pode ser desprezado e reconstruído", explicou o avaliador do prédio, Gustavo Farias.

Em seguida, o grupo vai fazer um estudo de mercado, para definir o valor do terreno e de uma construção desse tipo naquela região. Esse trabalho deve durar uma semana.

Equipe faz a avaliação do valor do Edifício Holiday, em Boa Viagem, no Recife

Divulgação/Ibape-PE

Com 17 andares, onde moravam mais de 3 mil moradores, o Holiday representa, segundo estudiosos, um marco arquitetônico e social para a cidade. No entanto, ao longo dos anos, acumulou uma série de problemas estruturais, incluindo ligações elétricas clandestinas que culminaram num alto risco de explosão.

Hoje, os apartamentos do Holiday não têm esquadrias, portas, janelas, instalação elétrica, nem hidráulica. Além disso, estruturas do prédio que já estavam deterioradas estão em piores condições após os anos de interdição. Os avaliadores também encontraram muito lixo dentro do edifício.

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Futuro do prédio

A sentença do juiz Marcos Garcez de Menezes Júnior, proferida no dia 4 de abril, detalha o processo do leilão e prevê como opções tanto a reforma quanto a demolição do prédio. Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o custo de qualquer uma dessas medidas deve ser abatido do valor a ser pago por quem comprar o imóvel.

Edifício Holiday, na Zona Sul do Recife

Marlon Costa/Pernambuco Press

Em um documento com orientações para o leilão, elaborado a pedido da Justiça, a prefeitura do Recife recomendou a preservação dos "elementos originais" do Holiday, "a menos que, comprovadamente, sejam atestados comprometimento considerável da estrutura do edifício".

Moradores são contra leilão

Os proprietários de apartamentos no Holiday têm críticas sobre o leilão. Eles defendem que o edifício seja recuperado para que as próprias famílias voltem a viver no local e se queixam de não terem sido ouvidos pela Justiça.

"Essa avaliação não foi concordada conosco. O outro juiz tinha prometido que faria uma audiência com todos os moradores, com os proprietários, isso não foi feito. Ele arbitrariamente definiu que seria feito esse leilão", disse a dona de casa Girleide Ferreira, cuja família tem seis apartamentos no imóvel.

Para o aposentado Ivo Dumer, dono de um kitnet e de um apartamento no Holiday, o leilão "foi empurrado de goela abaixo". "A gente sabe que a avaliação do leilão é uma mixaria que a gente vai ter", argumentou.

Venda foi autorizada pelo TJPE

A realização do leilão foi autorizada pela Justiça em novembro do ano passado, por decisão do juiz Luiz Gomes da Rocha Neto, da 7ÂȘ Vara da Fazenda Pública da Capital, que tem o município do Recife como parte autora.

Ele afirmou, na sentença, que os proprietários dos apartamentos, "distanciados do cumprimento da função social", abriram mão do direito de posse da propriedade, "admitindo restar-lhes (...) o direito de ser indenizado pela perda do bem imóvel".

Ao tomar a decisão, o juiz considerou a ocorrência de sucessivos arrombamentos das paredes e constantes furtos de equipamentos presentes no local, além da "falta de condições para atender as demandas de reparos e retomada das condições de habitabilidade" por parte do condomínio.

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Cinco anos de interdição

A desocupação do Edifício Holiday começou no dia 9 de março de 2019, quando alguns moradores deixaram o imóvel depois que a antiga Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), atual Neoenergia, cortou a energia por causa de falhas no sistema elétrico do local, motivando um protesto organizado pelos moradores;

Quatro dias depois, o TJPE determinou a imediata interdição e desocupação do prédio. A retirada dos moradores foi concluída no dia 23 de março daquele ano;

A partir de então, o imóvel ficou sob os cuidados da prefeitura do Recife, permanecendo inabitado;

Em setembro de 2020, vários tapumes que tinham sido colocados no local foram retirados, expondo um cenário de degradação e sujeira;

Além disso, desde a interdição, casos de roubos se tornaram frequentes no local. Entre as ocorrências, dois homens foram flagrados pela TV Globo roubando janelas e esquadrias do edifício;

Em outubro de 2021, uma decisão judicial determinou a demolição de construções irregulares no térreo e no entorno do Holiday;

Três anos após a interdição, em março de 2022, ex-moradores do prédio fizeram um protesto pedindo ajuda contra a degradação do imóvel;

Em novembro de 2023, alegando que o condomínio e os proprietários não conseguiam garantir a segurança do patrimônio nem os reparos necessários no imóvel, o juiz Luiz Gomes da Rocha Neto autorizou que um leilão fosse realizado para a venda do edifício, determinando que os donos dos apartamentos fossem indenizados;

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