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PM investigado por simular confrontos para matar pessoas se entrega à polícia em Boa Vista

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Por Redação em 18/04/2024 às 17:42:10
Havia um mandado de prisão contra o soldado da PM André Galúcio Souza. Ele e outros dois colegas de farda são investigados pela Polícia Civil por assassinar jovem em falso confronto armado. Defesa alega inocência. Três PMs são investigados por assassinatos em Roraima

O soldado da Polícia Militar André Galúcio Souza se entregou à Polícia Civil na tarde desta quinta-feira (18) e foi preso. Ele e outros dois policiais, que já estão presos, são investigados por suspeita de matar pessoas em falsos confrontos policiais.

André Galúcio Souza, conhecido na corporação como soldado Galúcio, deve ficar preso temporariamente por 30 dias, conforme determinação na juíza Lana Leitão, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

Procurada sobre a prisão, a defesa dele ainda não enviou resposta ao g1. No entanto, antes, disse que a investigação não se sustenta em prova material e que vai provar a inocência.

Também estão presos o sargento da Polícia Militar Arnaldo Cinsinho Melville e o soldados Lucas Araruna. Os três foram alvos da operação Janus, deflagrada nessa quarta-feira (17). Somente Galúcio não havia sido encontrado na ação.

As investigações da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil apontam que os policiais militares investigados entravam nas residências das vítimas, mesmo sem ordem judicial e, em alguns casos, sem acionamento para ocorrência. Eles justificavam a resistência por parte das pessoas para realizar as execuções.

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Reprodução/Rede Amazônica

Os três policiais, segundo a Polícia Civil, são apontados como autores do assassinato de Pedro Henrique Reis de Moura, de 18 anos, em dezembro de 2023.

Segundo as investigações, os três invadiram a casa de Pedro e o executaram com dois tiros e alegaram uma situação de conflito armado.

Um relatório da Sesp, ao qual a Rede Amazônica teve acesso, aponta que, após a troca de tiros, Pedro Henrique foi levado para o Hospital Geral de Roraima (HGR) pelos próprios policiais. Imagens do hospital registraram a movimentação dos militares.

No documento, a Sesp concluiu que existia uma "alta probabilidade de que Pedro Henrique tenha sido levado ao pronto-socorro já sem sinais vitais" e que alguns protocolos foram negligenciados pelos PMs.

"O fato foi presenciado por pessoas que se encontravam na residência, incluindo-se uma criança. Hoje, quatro meses depois, investigadores da Delegacia Geral de Homicídios arrecadaram durante as buscas domiciliares aparelhos celulares, um computador, munições calibre 9mm, documentos e dois simulacros de arma de fogo", disse delegado titular da Delegacia Geral de Homicídios, João Evangelista.

O titular da DGH disse ainda que a operação deflagrada busca "esclarecer a verdade encoberta nos casos de mortes violentas ocorridas por intervenção policial."

"São casos com indicativos de execuções ocorridas no interior de residências. Outras investigações também buscam o esclarecimento de eventual milícia instituída no estado de Roraima e grupo de extermínio formado por policiais militares", disse.

Procurada, a Polícia Militar informou que está buscando "informações mais precisas sobre os autos do inquérito" para se posicionar mais especificamente sobre o caso.

Informou ainda que a Corregedoria está acompanhando o caso e todas as medidas administrativas serão adotadas caso seja comprovada a veracidade dos fatos. Segundo a PM, se comprovado, os militares serão responsabilizados.
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