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Irmã de funcionĂĄrio baleado e decapitado dentro de hospital em Fortaleza diz que famĂ­lia desconhecia ameaças

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Por Redação em 24/04/2024 às 13:02:33
Sepultamento ocorre na tarde desta terça-feira (24) em Pacatuba, Grande Fortaleza. Família diz que Francisco Mizael era brincalhão e não tinha problemas com ninguém. Crime teria sido motivado por ciúmes que o suspeito tinha da sua companheira com a vítima, de acordo com secretário de Segurança Pública do Ceará. Francisco Mizael Souza da Silva, funcionário baleado e decapitado em hospital de Fortaleza.

Arquivo pessoal/Kílvia Muniz

A irmã do funcionário baleado e decapitado em um hospital de Fortaleza, Francisca Escóssia, afirmou, na manhã desta quarta-feira (24), que a família desconhecia qualquer tipo de ameaça contra Francisco Mizael Souza da Silva.

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O funcionário foi assassinado, nesta terça-feira (23), no Hospital Instituto Doutor José Frota, no Centro. A motivação seria porque o autor do crime tinha ciúmes da própria mulher com a vítima.

"A gente nunca soube que ele estava recebendo ameaças. Meu irmão não tinha problemas com ninguém e era muito alegre. Gostava de brincar com todo mundo. Se essa pessoa que era o pivô da situação teve algo com ele, foi em relacionamento de amizade e não passava disso. Se houve alguma coisa foi negligência do próprio estabelecimento que ele trabalhava", afirmou.

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Francisca Escóssia ainda reforçou que não recebeu nenhuma ajuda tanto da prefeitura de Fortaleza, que é gestora do hospital Instituto Dr. José Frota, onde o crime aconteceu, como também do Governo do Ceará.

"Para minha família não estão dando nenhum apoio. Minha família está aqui. Eu testou tentando buscar através de vocês Justiça. Ninguém veio até nós. Disseram só que a polícia está resolvendo e que devemos esperar. Dei meu número de telefone e contato e não recebemos nenhuma ligação e orientação", disse.

"A gente não vai deixar pra lá, a gente vai procurar a Justiça e os órgãos competentes para nos trazerem essa resposta e, principalmente, justiça pelo meu irmão, que deixou a mulher grávida e uma criança de seis anos", completou Francisca, que trabalha como secretária escolar.

A direção do hospital informou nesta quarta-feira (24) que, minutos após o crime, parentes dos funcionários terceirizados foram acolhidos pelas equipes de assistência do hospital e também pelos membros da gestão da unidade no decorrer do dia. Informam também que prestam atendimento psicológico aos demais funcionários abalados com a situação. .

O corpo de Mizael foi enterrado no fim da manhã desta quarta-feira (24) em Pacatuba, na Região Metropolitana.

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Ex-funcionário foi visto das dependências da unidade antes de matar funcionário no Hospital IJF, em Fortaleza.

Reprodução

Morte dentro de refeitório

O corpo da vítima, que trabalhava no setor de alimentação do hospital, ficou caído no refeitório da unidade. Outra pessoa também ficou ferida. "O sentimento é de indignação. Ele estava trabalhando, não estava fazendo nada de errado. Ele trabalhava aqui faz 10 anos. A gente fica ainda com muitas perguntas", declarou Francisca.

Ela disse ainda que a família descobriu sobre o crime através das redes sociais. "Uma pessoa ligada à empresa mandou o vídeo da situação em que meu irmão se encontrava, e disse o que realmente tinha acontecido", disse.

"Imediatamente, a gente não quis acreditar, mas pedi para meu esposo, que trabalha aqui do lado, para vir aqui e saber realmente o que tinha acontecido. Foi a pior cena que você possa imaginar", lamentou a secretária.

Prisão do suspeito

Um homem de 41 anos, principal suspeito do crime, foi preso poucas horas após o crime. Ele foi encontrado na cidade de Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza.

O anúncio da prisão foi feito pelo governador Elmano de Freitas nas suas redes sociais. Conforme Elmano, o suspeito foi localizado no distrito de Patacas, a cerca de 9 quilômetros do centro de Aquiraz. Com o homem foi apreendida uma motocicleta. "Agora responderá na Justiça pelo bárbaro crime que cometeu", afirmou o governador.

Segundo o secretário de Segurança Pública do Ceará, Samuel Elânio, o suspeito do crime entrou no hospital para matar o funcionário porque tinha ciúmes da esposa com ele. "Um dos funcionários, que foi a vítima, estaria se insinuando para a companheira do autor do crime, motivo pelo qual ele já tinha anunciado algumas vezes que ia praticar um ato desse tipo", explicou Elânio.

Suspeito é ex-funcionário do hospital

O suspeito do crime já havia trabalhado no IJF e entrou lá usando o reconhecimento facial, mesmo tendo sido demitido há mais de um ano. Ele levava consigo uma mochila na qual carregava a arma de fogo usada para matar a vítima.

De acordo com Elânio, a vítima foi atingida por quatro disparos, e depois foi decapitada. Imagens que circulam em grupos mostram a vítima fardada, caída no refeitório, com a cabeça ao lado. Também é possível ver uma faca próximo ao corpo. Um outro funcionário foi baleado e levado ao centro cirúrgico.

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O IJF, onde o crime ocorreu, é uma das principais unidades de saúde de Fortaleza, referência no atendimento às vítimas de traumas de alta complexidade, lesões vasculares graves e queimaduras. O hospital é gerido pela Prefeitura municipal.

Conforme testemunhas que estavam no hospital, foram ouvidos vários disparos e houve correria dentro da unidade. Além do funcionário morto, outra pessoa foi baleada e levada ao centro cirúrgico. Após o crime, o suspeito fugiu. Ele deixou a mochila com a arma de fogo no hospital.

A Direção do hospital informou que dois prestadores de serviços do setor de alimentação foram vítimas de agressão na área de recebimento de cargas do hospital. Um dos homens foi a óbito no local e o outro foi socorrido pelas equipes da Emergência.

"As famílias das vítimas estão sendo acolhidas e a situação está sendo acompanhada pelos órgãos de segurança, que está recebendo todo o apoio para as investigações.Reforçamos que todos os atendimentos aos pacientes seguem sendo realizados sem interrupção", disse a Direção do IJF.

Em nota, o prefeito José Sarto lamentou o caso e criticou a atuação do governo do Ceará na segurança pública.

"É inaceitável a violência em Fortaleza continuar do jeito que está. Hoje mais uma vez vivemos momentos de horror. Dois assassinatos brutais. A paralisia do Governo de Estado no combate às facções não parece ser apenas incompetência, mas também cumplicidade. Acionei as Secretarias de Segurança Cidadã, Educação, Saúde e Direitos Humanos para dar todo o suporte aos familiares das vítimas e aos nossos trabalhadores, a quem dedico toda minha solidariedade. Não permitirei que o acesso aos nossos serviços públicos sejam prejudicados pela insegurança", afirmou Sarto.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, também se pronunciou sobre o caso e criticou o prefeito de Fortaleza, José Sarto.

"Nossas forças de segurança estão à procura e prenderão muito em breve o criminoso, já identificado, que praticou um crime bárbaro, esta manhã, nas dependências do IJF, por motivos passionais. Segundo investigações, trata-se de um ex-funcionário, que foi demitido há mais de um ano e, mesmo assim, teve acesso ao hospital municipal com reconhecimento facial. Um crime lamentável, que terá rápida resposta da polícia. Há de se lamentar, também, a postura irresponsável e oportunista do prefeito de Fortaleza, que buscando criar um fato político em cima de uma tragédia, atribui o episódio a ação de facções. E ainda fala, levianamente, de cumplicidade do Estado. Em respeito aos cearenses, não entrarei nesse jogo de baixaria do prefeito, que não está preocupado em resolver os problemas, mas pensando unicamente na sua reeleição. A população de Fortaleza já está o julgando por isso. Pelo contrário, usarei todas as minhas energias para enfrentar o problema da violência, junto com nossas forças de segurança, que confio. Não irei jamais terceirizar responsabilidades, como faz covardemente o prefeito de Fortaleza, ultrapassando os limites da ética", escreveu Elmano.

Funcionário é morto a tiro e tem cabeça decapitada dentro do Hospital IJF, em Fortaleza.

Marcos Moura/ Prefeitura de Fortaleza

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