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Bon Jovi rebate críticas e celebra 40 anos de banda com nova série: 'Envelhecer não me assusta'

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Por Redação em 26/04/2024 às 10:25:21
Cantor conversou com o g1 sobre série documental 'Thank You, Goodnight: A História de Bon Jovi', lançada nesta sexta-feira (26), que marca quatro décadas da banda. Bon Jovi lança documentário dos 40 anos da banda

Jon Bon Jovi afirma e reafirma que não tem medo de envelhecer e aparenta não ligar para críticas, pelo menos em um primeiro momento da conversa que teve com o g1.

Aos 62 anos, sex symbol do rock nos anos de 1980 e 1990, ele sustenta cabelos brancos e rugas no rosto. Ainda lida com problemas nas cordas vocais, que o impedem de chegar em notas mais altas como na juventude.

"Eu envelheço honesta e abertamente. São todos os 40 anos da minha carreira, sabe? Eu não tenho cirurgias, eu não tenho…", diz em entrevista em vídeo ao g1. "Eu tenho cabelos grisalhos, então, eu não tenho medo de dizer a verdade. E está tudo certo para mim."

Esse momento atual dele e da banda, e todos os bastidores do sucesso, podem ser conferidos na série documental de quatro episódios "Thank You, Goodnight: A História de Bon Jovi". A estreia é nesta sexta-feira (26), na plataforma Star+.

O grupo também se prepara para lançar o álbum "Forever", o 16º da carreira. O disco, que já conta com o single "Legendary", deve chegar aos fãs no dia 7 de junho.

Bon Jovi celebra 40 anos de carreira

Reprodução/Instagram/Bon Jovi

Dirigida por Gotham Chopra, o documentário narra a jornada de quatro décadas do grupo formado em Nova Jersey, nos EUA, por Jon, Richie Sambora, Alec Such, Tico Torres e David Bryan, em 1984, num cenário em que o hard rock e heavy metal dominavam os charts musicais.

Eles despontaram com a faixa "Runaway", do primeiro álbum "Bon Jovi", com o qual conseguiram certo espaço no cenário musical. A partir daí, gravaram videoclipes (renegados depois pela banda) e saíram em turnês, como mandava o roteiro de um grupo musical em ascensão.

Banda Bon Jovi, retratada na série documental 'Thank you, good night', que estreia nesta sexta-feira (26)

Reprodução/Instagram/Bon Jovi

Pesavam sobre eles, naquela época, críticas e piadas por serem rapazes atraentes com pinta e atitudes de bom moço. Flertavam com rock melódico com pegada metaleira, mas não eram considerados hard rock tampouco pop. Também se orgulhavam por se manter distante de letras e assuntos mais profundos, difíceis ou políticos - outro motivo para os comentários dos mais críticos.

Em uma época em que dependia muito da boa vontade das gravadoras, a banda precisava superar as expectativas com músicas no topo das paradas. A frustração de estar na corda bamba e a pressão por um grande sucesso lá na década de 1980 são temas que, na série, eles abordam, discutem e avaliam com a distância do tempo.

Por fim, o quinteto conseguiu tirar proveito do limbo musical. O primeiro lugar nas paradas veio com o álbum "Slippery when wet", de 1986, que contém as músicas "Wanted dead or alive", "You give love a bad name" e "Livin' on a prayer".

"Queríamos dar às pessoas algo positivo", disse Sambora uma vez em uma entrevista à revista "Rolling Stone", em 1987. "Não queremos ficar pesados. Não queremos falar às pessoas política, coisas assim."

O descompromisso com os temas e debates mais sérios continuou sendo uma das características da banda ao longo das quatro décadas. Em um dos episódios do documentário, eles mostram os bastidores de um dos shows mais marcantes da história da banda, no festival Moscow Music Peace, em 1989, realizado na capital da Rússia.

O show, um dos primeiros a acontecer com permissão do governo russo, na Guerra Fria, contou com bandas como Bon Jovi, Mötley Crüe, Ozzy Osbourne e Scorpions, um público de mais de 100 mil pessoas e transmitido para quase 60 países, incluindo os EUA.

Bon Jovi celebra 40 anos de carreira

Reprodução/Instagram/Bon Jovi

E aí, diferentemente do início da conversa com o g1, nota-se que o artista e a banda têm sim receio do que se pode falar deles: ao ser perguntado nesta entrevista se a banda voltaria à Rússia hoje em dia, Jon respondeu que não. No entanto, a pergunta desagradou o cantor e sua equipe. O trecho foi excluído da conversa registrada em vídeo.

Confira abaixo a entrevista com a pergunta cortada pela produção do cantor:

g1 - Assistindo ao documentário, eu lembrei de uma entrevista antiga sua em que falou sobre os primeiros videoclipes do Bon Jovi. Vou citar o que você falou: "Se um dia quiser me punir, me amarre e me faça assisti-los". Você assistiu ao documentário e viu justamente essa fase. Como foi revisitar esses momentos?

Jon Bon Jovi - Assistir ao documentário é toda uma… Eu acredito que todos nós, como banda, estamos muito orgulhosos. Foi uma reunião muito emocionante quando vimos os cortes brutos de vários episódios muitos meses atrás, porque você está olhando para trás, para o que conquistou e está envolvido no presente, pensando no futuro. Foi recompensador olhar para trás para marcar esse momento de 40 anos de aniversário da banda.

"Fazer vídeos não é fácil. Não é sempre uma experiência prazerosa."

Bon Jovi se apresenta no Rock in Rio de 2019

Alexandre Durão/G1

g1 - Um dos episódios mostra os problemas com a sua voz que vem lidando. Como um rockstar e um sex symbol, como você encara envelhecer e envelhecer na estrada?

Jon Bon Jovi - Envelhecer não me assusta. Eu envelheço honesta e abertamente. São todos os 40 anos da minha carreira, sabe? Eu não tenho cirurgias [plásticas, ele fez uma cirurgia nas cordas vocais em 2022], eu não tenho... Eu tenho cabelos grisalhos, então, eu não tenho medo de dizer a verdade. E está tudo certo para mim.

Jon Bon Jovi conversa com o g1 sobre os 40 anos de carreira

Reprodução/Instagram/Bon Jovi

g1 - Quando a banda foi formada, vocês não eram caracterizados como hard rock nem como pop, e receberam muitas críticas por isso. Como você enxerga essas críticas hoje?

Jon Bon Jovi - Tudo o que eu posso dizer, sabe, nós fazíamos música e aí, o que acontece depois está fora do nosso controle a partir do momento que você quer compartilhar em um ambiente público. Então, não é nem um nem outro.

g1 - [pergunta ao diretor Gotham Chopra] E como você via a banda?

Gotham Chopra - Uma das partes mais legais desta história é que a banda foi muito bem documentada durante todos esses anos. Eles coletaram muito material. Quando a banda chegou na cena e explodiu entre os anos de 1980 e 1990 foi muito bem documentada pela MTV e VH1.

"Mas, o seu ponto das críticas e dos comentários de que eles não eram hard rock, não eram pop, eles também não eram de outras tendências, e o grunge apareceu. A questão é essa: a banda ainda está aqui."

Muitas dessas bandas de hard rock e grunge vieram e foram embora e está aqui esta banda que lança singles de sucesso, novos álbuns, etc. Eu acho que esta é a história. Não é apenas sobre a música, mas também sobre as pessoas e a falta de vontade de se distrair com os críticos ou os haters, como eles os chamam, e simplesmente continuar seguindo em frente, porque eles são artistas de verdade.

Bon Jovi se prepara para lançar 'Forever', novo disco da banda previsto para maio

Reprodução/Instagram/Bon Jovi

O que vem desde o início é o amor pela arte e pela composição. O estilo de vida de rockstar é legal, e é ótimo o fato de estar documentado, mas nunca foi sobre isso. Eu não falo pelo Jon, mas uma das coisas que ele comenta é que é pela composição primeiro, depois a música, a diversão e a performance. E é isso que transparece.

"Eles nunca ficaram distraídos. Se foi algo, digamos, apenas foi um peso nos ombros, 'ok, provaremos que eles estão errados'. 'Eles acham que não somos a maior banda de hard rock? Entendido, podemos fazer um álbum de country.' E isso foi divertido de acompanhar."

g1 - Uma parte do documentário mostra um festival em Moscou, na Rússia, de 1989. Ozzy Osbourne estava lá, Scorpions, Motley Crew... Você acha que este festival aconteceria hoje? Bon Jovi tocaria?

Jon Bon Jovi - Poderia, com certeza. A gente pode tocar com todo mundo. Uma coisa que essa banda fez foi, a gente pode fazer turnê com Scorpions, Kiss ou Judas Priest e no mesmo ano com 38 Special [grupo de blues rock].

Bon Jovi beija fã no palco do Rock in Rio de 2019

Reprodução/TV Globo

E depois ir para Nashville e gravar três discos. Tivemos Metallica abrindo para a gente ou Van Halen abrindo para a gente. E tivemos Matchbox 20 e Goo Goo Dolls abrindo para a gente. Então, vou te contar um segredo: o objetivo é ser Bon Jovi. Não é ser os Rolling Stones ou o Metallica. É ser exclusivamente a gente. Então, quando você descreve a música a única descrição é "soa como Bon Jovi".

g1 - Mas eu quis dizer se vocês tocariam em Moscou, na Rússia... Vocês tocariam lá hoje?

Jon Bon Jovi - Eu toquei lá… bem, hoje, hoje, em 2024, não. Eu não iria em lugar nenhum perto da Rússia. Não hoje. Mas eu fui lá uns cinco anos atrás, eu estive no Lenin Stadium sem nenhuma dessas bandas, isso foi só comigo.
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