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PC conclui que triplo homicĂ­dio em Ipatinga foi motivado por disputa do trĂĄfico de drogas

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Por Redação em 03/05/2024 às 17:28:43
Crime foi no dia 5 de janeiro, no bairro Bethânia, em Ipatinga. Quatro pessoas foram indiciadas. O grupo é suspeito de pertencer a uma quadrilha ligada ao PCC. Armas que teriam sido usadas no crime foram apreendidas e apresentadas junto com a conclusão do inquérito

Cristiane Rodrigues/g1

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o triplo homicídio registrado em janeiro deste ano, no bairro Bethânia, em Ipatinga. O resultado da investigação foi apresentado na manhã desta sexta-feira (3), no 12Âș Departamento. Para a PC, os crimes foram praticados por uma quadrilha envolvida com o tráfico de drogas e que planejava outros assassinatos na região.

Quatro pessoas foram indiciadas pelos homicídios, sendo que uma delas, um adolescente de 17 anos, morreu após um tiroteio na BR-381, em Santana do Paraíso, no início de março.

De acordo com o delegado Marcelo Marino, o quarteto fazia parte de uma quadrilha, ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que arquitetou uma série de assassinatos na região com o objetivo de comandar o tráfico de drogas, dominada por simpatizantes de outra facção criminosa, conhecida como Comando Vermelho (CV).

Detalhes do inquérito foi apresentado pelo delegado Marcelo Marino

Cristiane Rodrigues/g1

Relembre o caso

O triplo homicídio foi no dia 5 de janeiro, no canteiro central da Avenida Selim José de Sales. De acordo com o boletim de ocorrência, quatro homens estavam sentados em volta de uma mesa, usando drogas, quando foram surpreendidos por três criminosos que chegaram atirando.

Três deles, com idades de 37, 31 e 23 anos morreram na hora. Eles foram identificados como André Henrique Ferreira, Otávio Rodrigues da Silva e Gabriel Vieira de Souza.

A quarta vítima, de 22 anos, foi atingida por cinco disparos. O jovem sobreviveu ao ataque mas não conseguiu identificar os atiradores, que fugiram logo em seguida.

Homicídios para dominar pontos de tráfico

Segundo as investigações, os homicídios foram planejados na Penitenciária Dênio Moreira de Paula, em Ipaba, onde alguns integrantes estavam presos. Eles foram executados a partir de janeiro, após o descumprimento de uma saída temporária de Natal.

"Eles iam passar uma semana matando pessoas aqui. O projeto deles era esse. E praticaram esse crime logo no primeiro dia, 5 de janeiro. Contudo, houve um tiroteio com a polícia no dia 7, dois dias depois dos homicídios", disse o delegado.

Das vítimas do ataque no bairro Bethânia, duas tinham passagem por tráfico de drogas e o local é conhecido, no meio policial, como ponto de comercialização de entorpecentes.

Além do relatório criminal, que será oferecido à justiça, foram apresentadas duas armas apreendidas ao longo da investigação. Elas foram encontradas em outras ocorrências, registradas depois do triplo homicídio.

Cronograma das prisões

Os quatro indiciados no triplo homicídio estão envolvidos em três situações em que houve confronto direto com a polícia.

O primeiro indiciado, de 22 anos, foi preso na tentativa de homicídio, registrada no bairro Vila Celeste, no dia 7 de janeiro. Segundo o registro policial, criminosos atiraram contra os militares durante uma tentativa de abordagem. Ele era um dos quatro ocupantes do carro e foi detido após uma intensa perseguição. Os outros três conseguiram escapar. No trajeto de fuga, a arma utilizada no crime foi localizada.

A segunda ocorrência foi no dia 14 fevereiro, quando um cerco policial foi montado no bairro Caravelas após uma denúncia de tráfico de drogas. Durante a perseguição, os bandidos chegaram a atingir um militar na cabeça, de raspão. Entre os presos estava o segundo indiciado, de 29 anos. Ele tinha vários mandados de prisão em aberto. Uma prensa hidráulica, usada para compactar entorpecentes, e barras de cocaína foram apreendidas na casa onde ele estava.

Já os outros envolvidos, segundo a PC, foram detidos na terceira ocorrência, no dia 3 de março, logo após um tiroteio na BR-381, na altura do bairro Parque Caravelas, em Santana do Paraíso. Um deles, de 17 anos, morreu durante a troca de tiros. O outro, de 23 anos, chegou a ser baleado, mas foi socorrido e posteriormente preso. Um policial também ficou ferido após ser atingido por um tiro na perna.

Ainda de acordo com os levantamentos policiais, a abordagem aos suspeitos na rodovia aconteceu no momento em que eles voltavam de Governador Valadares, após matar um jovem, de 19 anos, no bairro Porto das Canoas.

"O normal que a gente vê é o homicida, depois que comete o crime, se esconder, se refugiar, porque sabe que a polícia está investigando o crime. Mas eles eram tão ousados que mataram em Governador Valadares e voltaram a Ipatinga com a missão de matar aqui também", disse Marino.

Fim da quadrilha

Segundo o delegado, as investigações continuam porque outros integrantes desta quadrilha também foram presos em outras ocorrências. No entanto, ele acredita que o grupo perdeu força após a prisão dos principais operadores do tráfico na região.

"Existem várias cidades de Minas Gerais em que foram feitas operações para desmantelar a tentativa de atuação do PCC. Então aqui não é a única cidade que eles avançaram com o objetivo de dominar pontos. E perderam! Para nossa felicidade e da sociedade, de um modo geral. A partir da dureza dos confrontos, das investigações e da atuação das polícias Civil e Militar, eles desistiram de Ipatinga [...] Essa quadrilha não opera mais aqui na nossa região", afirmou.

Entre os crimes oferecidos contra os indiciados estão homicídio, tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo, resistência, associação criminosa e formação de quadrilha.

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