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Assessora de Marielle que sobreviveu a atentado também era alvo de executores, diz PGR

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Por Redação em 09/05/2024 às 17:05:18
Fernanda Chaves, que estava no carro junto com a vereadora do Psol e o motorista Anderson Gomes, só não morreu por ter sido protegida pelo corpo de Marielle. Segundo a denúncia, os mandates também queriam a sua morte. Fernanda Chaves fala sobre prisões no Caso Marielle

A jornalista Fernanda Chaves, que trabalhava como assessora da vereadora Marielle Franco (Psol) e estava no mesmo carro que foi metralhado na noite de 14 de março de 2018, também era um dos alvos dos mandantes do crime.

Essa foi a tese apresentada na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que também apontou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa como mandantes do atentado, em 2018, contra a vereadora Marielle Franco.

Segundo a denúncia, os mandantes também queriam a morte da jornalista. Para os investigadores, Fernanda só não morreu porque o corpo de Marielle acabou a protegendo dos tiros.

A PGR concluiu que os criminosos tinham como objetivo matar todos que estivessem com a vereadora no momento do atentado. A ideia era dificultar as investigações.

Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa, acusados de mandar matar Marielle Franco

Reprodução

Os três citados na denúncia estão presos desde o fim de março. A TV Globo apurou que a peça foi entregue na última terça-feira (7) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Outras duas pessoas foram denunciadas pela PGR por envolvimento no crime e presas pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (9): Robson Calixto da Fonseca, o Peixe, que foi assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, o Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A denúncia assinada pelo Vice-Procurador-Geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, aponta os irmãos Brazão como mandantes do homicídio e por integrar uma organização criminosa. Já o delegado Rivaldo Barbosa foi denunciado como mandante também do homicídio.

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Denúncia da PGR

Depois de um mês e meio de análise e aprofundamento da investigação da PF, a PGR concluiu que os irmãos Brazão e Barbosa devem ser processados e condenados pelo assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

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De acordo com a denúncia, a delação do matador-confesso, Ronnie Lessa, faz todo sentido para implicar os irmãos Brazão no mando da morte da Marielle e Anderson.

A PGR entendeu que pelos intermediários que participaram do crime, pelas circunstâncias, mais a narrativa do colaborador, Lessa se encontrou com os irmãos Brazão. O órgão afirma ainda o ex-PM recebeu dos irmãos a promessa de pagamento pelo assassinato da vereadora.

A denúncia da PGR considera provas decorrentes de dados de movimentação de veículos, monitoramento de telefones e triangulação de sinais de telefonia, além de oitivas de dezenas de testemunhas.

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Para a PGR, toda esta análise investigativa documental mais o histórico político dos irmãos Brazão confere a convicção para a acusação criminal contra os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo.

A denúncia aprofunda os interesses econômicos fundiários dos irmãos, as relações deles com as milícias e os atritos com adversários políticos como a vereadora Marielle e seu partido, o Psol.

O contexto da execução de Marielle estaria, segundo a PGR, 100% inserido na obsessão pela exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia. Áreas nas quais os irmãos Brazão se fizeram e se fortaleceram política e financeiramente, de acordo com a conclusão da PGR.
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