TV NEWS

É #FAKE que o Ibama tenha impedido moradores de abrir estrada no Rio Grande do Sul

.

Por Redação em 11/05/2024 às 06:48:58
Áudio anônimo alega que o órgão impediu voluntários, mas Ibama nem foi à cidade. Prefeito disse que intervenção foi impedida por órgão estadual, por questão de segurança. Circula nas redes sociais um áudio afirmando que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) teria impedido moradores de cidades gaúchas de alargar estradas para permitir transporte de alimentos para pessoas vítimas das enchentes que atingem o estado. É #FAKE.

É #FAKE

g1

O vídeo em que um perfil do Twitter mostra dois áudios sobre o tema tinha mais de 150 mil visualizações até a noite desta sexta-feira.

O que é #FATO e o que é #FAKE sobre a tragédia no Rio Grande do Sul

Em um deles, um homem afirma que "ontem, desceram máquinas, retroescavadeiras pra abrir mais a estrada, porque estava tendo deslizamento, pra haver um fluxo maior dos veículos, para os voluntários e caminhões descerem pra poder levar mantimentos e o Ibama, o Ibama mandou parar tudo."

Ainda segundo o áudio, que não identifica o autor da fala nem a data, "o Ibama agora mandou parar, cessar todo e qualquer alargamento da pista pra que haja fluidez no trânsito, pra salvar vidas, entre Vespasiano e Muçum, uma descida que precisa pra chegar ao vale. As pessoas vão morrer porque o Ibama não quer que abra estrada pra poder ter acesso e salvar essas pessoas, levar alimento a essas pessoas."

O Fato ou Fake tentou contato com o perfil que divulgou os áudios, mas não obteve retorno. Tanto o Ibama quanto o prefeito de Vespasiano Corrêa, uma das cidades mencionadas no áudio, negam que o fato tenha ocorrido.

Em nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência, "o órgão não está atuando nas estradas."

"Não é competência do Ibama impedir a circulação de veículos, ainda mais num momento de tanta gravidade para o estado", disse a superintendente do órgão no Rio Grande do Sul, Diana Maria Sartori, em vídeo divulgado sobre o tema.

Questão de segurança

O Fato ou Fake entrou em contato com o prefeito de Vespasiano Corrêa – uma das cidades mencionadas no áudio –, Thiago Manoel Michelon (PL).

Ele negou que o Ibama tenha ido à cidade e disse que o autor do áudio confundiu o órgão federal com a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Segundo Michelon, chegou-se a planejar uma ação na rodovia RS-129, que cedeu em decorrência das enchentes, mas a ação foi impedida pela EGR por questões de segurança.

"O que foi impedido foi lá na RS-129, onde a estrada cedeu, rachou e a estrada caiu. (...) Por ali tentamos abrir um desvio, o qual foi impedido pela EGR, porque os técnicos nos comprovaram, e eles têm razão sobre isso, que estava inseguro e um futuro deslizamento ia acabar podendo pôr em risco vidas", disse Michelon.

Michelon disse que a EGR está atuando em parceria com os municípios para "pavimentar de forma emergencial" uma segunda opção mais segura que possa servir de caminho entre as cidades até que o trecho atingido pelas enchentes seja reconstruído.

Em nota enviada ao Fato ou Fake, a EGR confirmou a informação dada pelo prefeito.

Leia abaixo a íntegra da nota da empresa:

"Em reunião realizada nesta sexta-feira (10.05), com prefeitos da região do Vale do Taquari, em Muçum, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) propôs a pavimentação de três quilômetros da estrada vicinal que liga Muçum a Vespasiano Corrêa, paralela à rodovia, para melhor atender o trânsito de veículos emergenciais e a população que se desloca pela rodovia entre esses municípios.

Os prefeitos dos municípios locais viram a possibilidade de a EGR construir um desvio por um caminho de serviço – utilizado pela empresa contratada quando da realização de serviços no local onde houve o deslizamento e desabamento da pista. Porém, após avaliação técnica, essa possibilidade foi descartada, pois apresentava riscos para a segurança dos usuários e a trafegabilidade na via.

A pavimentação dos três quilômetros terá início na localidade de Cidade Alta, em Muçum, e trará melhorias no segmento mais acidentado da estrada vicinal. A EGR assumirá a responsabilidade pela execução imediata da obra, com previsão de conclusão em 15 dias, considerando as condições climáticas favoráveis.

A EGR reafirma sua disposição para encontrar alternativas em função do deslizamento e consequente desabamento total da pista localizada no quilômetro 88 da ERS-129, em Muçum, priorizando não apenas a trafegabilidade, mas, acima de tudo, a segurança dos usuários da via".

VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE

Adicione nosso número de WhatsApp +55 (21) 97305-9827 (após adicionar o número, mande uma saudação para ser inscrito)
Comunicar erro
SPJ JORNAL 2