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Força-tarefa da PF e do MP faz operação para prender policiais civis de SP investigados por corrupção e lavagem de dinheiro

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Por Redação em 03/09/2024 às 08:36:48
Mandados estão sendo cumpridos em São Paulo e Arujá. Operação da Polícia Federal mira policiais corruptos em São Paulo.

Divulgação/PF

Uma força-tarefa da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP) faz uma operação nesta terça-feira (3) para prender policiais civis de São Paulo investigados por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Ao todo, a Justiça decretou as prisões de quatro envolvidos no esquema criminoso. Até a última atualização desta reportagem, dois agentes da Polícia Civil tinham sido presos nesta manhã pelas autoridades. Outras duas pessoas, que são traficantes já presos, também tiveram mandados expedidos contra eles.

A Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado (FICCO/SP) e o Ministério Público (MP), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, realizam, na manhã desta terça-feira (3), a Operação Face Off.

O objetivo é reprimir crimes de corrupção ativa e passiva e de lavagem de dinheiro praticados por narcotraficantes internacionais e policiais civis. Estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva nas cidades de São Paulo e Arujá.

Além dos mandados de busca e de prisão, foram decretadas ordens judiciais de sequestro de bens imóveis e veículos, assim como o bloqueio de valores em contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas investigadas pelas práticas criminosas supracitadas.

Nas investigações, foi apurado que dois narcotraficantes, vinculados a uma organização criminosa responsável pelo envio de diversas cargas de cocaína ao exterior, principalmente à Europa, pagaram vantagem indevida (propina) a investigadores da Polícia Civil no valor de R$ 800 mil, em novembro de 2020, seguindo-se outros pagamentos mensais, de valores ainda não determinados, ao menos até o primeiro semestre de 2021.

O pagamento da propina, que foi intermediado por advogados dos narcotraficantes, resultou à época na interrupção (arquivamento) de uma investigação que estava em curso no Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (DENARC), que apurava a atuação da organização criminosa no tráfico internacional de drogas.

No inquérito policial tambémm é apurado o crime de lavagem de dinheiro cometido pelos narcotraficantes, pelos policiais civis investigados e pessoas a eles associadas ("testas de ferro" ou "laranjas"), tendo sido coletados elementos probatórios que comprovam a ocultação e a dissimulação de bens e valores de origem ilícita, bem como a prática de outros crimes antecedentes, além dos delitos de corrupção ativa e passiva, a exemplo do tráfico ilícito de drogas e de crime contra a economia popular (usura pecuniária).

O Juízo determinou sequestro e bloqueio de valores em contas bancárias até o limite de R$ 15 milhões. Foi deferido ainda o sequestro de veículos pertencentes aos investigados com valor aproximado de R$ 2,1 milhões e de imóveis, cujo valor de mercado está estimado em cerca de R$ 8 milhões.

A FICCO/SP é composta atualmente pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria deaSegurança Pública, Secretaria da Administração Penitenciária e Secretaria Nacional de Políticas Penais.

A denominação da operação remete a um filme norte americano, do ano de 1997, em que policial e criminoso "trocam de rosto".
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