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Governo deve receber estudo sobre volta do horĂĄrio de verão atĂ© segunda, diz ministro de Minas e Energia

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Por Redação em 12/09/2024 às 13:41:54
Alexandre Silveira participou de evento da Enel em SP nesta quinta (12) e comentou sobre medidas para reduzir os impactos da atual crise hídrica sobre o setor elétrico. Após a análise, proposta será submetida a decisão do governo Lula. Ministro de Minas e Energia participa de evento da Enel em SP

Reprodução/TV Globo

O Ministério de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quinta-feira (12) que deve receber até a próxima segunda (16) o retorno do estudo sobre a volta do horário de verão.

A medida é considerada para reduzir os impactos da atual crise hídrica sobre o setor elétrico. Após a análise, a proposta será submetida a decisão de governo.

"O horário de verão é uma possibilidade, mas ele tem toda uma estrutura sendo construída em torno das soluções globais para que a gente atravesse o período do verão. Eu vou receber esse trabalho até segunda-feira e se ele apontar por esse caminho nós vamos submeter claramente a uma decisão de governo, já que ele tem também repercussões em algumas áreas até positivas. No comércio, por exemplo, no turismo, em bares e restaurantes, tem muita gente que entende que o horário de verão é um horário inclusive que robustece a economia."

"Vamos estudar isso com serenidade. É uma conjugação entre a segurança energética, tão fundamental, da melhor qualidade da prestação e serviço das distribuidoras e da robustez da economia nacional".

Histórico

Na quarta-feira (11), em entrevista a jornalistas, o ministro já tinha confirmado que a proposta estava na pauta do governo.

Entretanto, segundo apurou o g1, ela é encarada como uma decisão política do governo, e não técnica.

Ministro defende debate mais amplo sobre o horário de verão.

Isso porque a retomada do horário de verão não traz uma economia significativa de energia. Na verdade, a mudança se dá no horário em que as pessoas consomem mais.

Dessa forma, a medida poderia ajudar a operação do sistema elétrico ao deslocar o pico de consumo, que costuma ocorrer no início da noite.

Nesse horário, a geração de energia solar cai por causa da falta de sol. Ao mesmo tempo, a geração eólica sobe porque há maior incidência de ventos à noite e em determinadas épocas do ano.

No intervalo entre a queda da solar e o aumento da eólica, há um pico de consumo que precisa ser suprido por energia hidrelétrica ou térmica.

Com a redução dos reservatórios e menor geração por usinas hidrelétrica, por causa da seca, é necessário acionar mais termelétricas — caras e que poluem mais — para atender ao pico de consumo.

"A solar não está mais produzindo, no início da noite normalmente a eólica produz menos, então nós precisamos de despachar a térmica. Se a gente puder diluir isso no horário de verão, talvez seja um ganho que vá dar a robustez, inclusive ao sistema", disse Alexandre Silveira.

A afirmação de Silveira foi endossada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, no início da tarde desta quarta.

Alckmin mencionou que o horário de verão "pode ser uma boa alternativa para poupar energia" e que "procurar evitar o desperdício" e "fazer uma campanha" ajudam também.

Horário permanente desde 1985

O horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931, no governo de Getúlio Vargas. Mas só passou a ser adotado com constância a partir de 1985.

A medida foi criada para aproveitar a iluminação natural durante o verão, quando os dias são mais longos e as noites mais curtas. Dessa forma, há economia de energia e redução do risco de apagões.

Suspensão no governo Bolsonaro

Em 2019, no governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), o horário de verão foi suspenso. A medida já era avaliada no governo de Michel Temer (MDB ).

Na ocasião, o governo afirmou que o adiantamento dos relógios em uma hora perdeu "razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico", por conta de mudanças no padrão de consumo de energia e de avanços tecnológicos, que alteraram o pico de consumo de energia.

A suspensão do horário de verão resistiu inclusive à crise hídrica de 2021. Na época, o governo chegou a estudar a retomada da política, solicitando um parecer do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
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