A peça possui mais de 300 anos e foi doada pelo governo da Dinamarca para repor o acervo perdido destruído em um incêndio no Museu Nacional em 2018. Manto Tupinambá é apresentado no Museu Nacional, no Rio
Reprodução/TV Globo
Um manto original sagrado do povo Tupinambá, com mais de 300 anos, foi apresentado nesta quinta-feira (12) no Museu Nacional, no Rio.
Entoando cânticos ao toque do maracá, mais de 200 indígenas foram dar as boas-vindas ao manto sagrado tupinambá. O presidente Lula participou da cerimônia.
A peça costurada com penas vermelhas dos guarás foi levada por colonizadores para Europa e estava há mais de 300 anos na Dinamarca.
"Ele representa pra gente a cura do povo Tupinambá. É pajé velho, é o ancião velho, é a cura, que só basta a gente visitar ele, ele informa qual medicamento a gente usa no nosso povo", disse o cacique Luciano Akawã.
Comitivas de anciões, caciques e pajés fizeram rituais nos últimos dias para receber o manto.
Para as lideranças indígenas, ele preserva a memória e os valores do povo Tupinambá, que vivia em boa parte do litoral brasileiro antes da chegada dos colonizadores.
Agora, fará parte do acervo do novo Museu Nacional, destruído por um incêndio em 2018, e que deve ser reaberto no ano que vem.
Os Tupinambás lutam para ser os guardiões do manto.
"Hoje, dizemos basta, somos os herdeiros verdadeiros do manto sagrado. Ele retorna para levantar não somente nós Tupinambás brasileiros. Chega trazendo força, fé e coragem para todos nós povos indígenas e povo brasileiro", falou o ativista indígena, Yakuy Tupinambá.
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