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Raoni Ventapane, neto de Martinho da Vila, assina o samba-enredo da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025

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Por Redação em 28/09/2024 às 10:34:26
? NOTÍCIA

? É inevitável recorrer ao clichê de que "na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba" quando chega a notícia de que um dos netos do compositor fluminense integra o time campeão dos compositores que assinam o samba-enredo escolhido pela Unidos de Vila Isabel na madrugada deste sábado, 28 de setembro, para o desfile das escolas de sambas do Rio de Janeiro no Carnaval de 2025.

Integrante da Ala de Compositores da agremiação azul-e-branca que Martinho da Vila carrega no sobrenome artístico, Raoni Ventapane assina com Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva o samba criado a partir do enredo Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece.

Filho de Analimar Ventapane, Raoni é cantor, compositor e ritmista da Swingueira de Noel, nome do grupo de bateristas da Unidos de Vila Isabel.

O samba-enredo de Raoni Ventapane venceu outros dois sambas na disputa realizada na quadra da escola, que será a última a desfilar na segunda-feira de Carnaval.

Raoni Ventapane (ao centro) celebra a vitória do samba-enredo 'Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece' na disputa encerrada na madrugada de hoje

Divulgação / Unidos de Vila Isabel

? Eis a letra do samba-enredo campeão da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025:

Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece

(Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva)

"Embarque nesse trem da ilusão

Não tenha medo de se entregar

Pois nosso maquinista é capitão

E comanda a multidão que vem lá do boulevard…

O breu e o susto em meio a floresta

Por entre os arbustos, quem se manifesta?…

Cara feia pra mim é fome

Vá de retro lobisomem, curupira sai pra lá.

No clarão da lua cheia

Margeando rio abaixo

Ouço um canto de sereia

Ê caboclo d'água

Da água que me assombra

A sombra da meia noite

Foi-se a noite de luar

Na tempestade, encantada é a gaiola

Chora viola, pra alma penada sambar

Nas redondezas credo em cruz ave maria

Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia

Silêncio…

Ao som do último suspiro vai chegar

A batucada suingada de vampiros

Quando o apito anunciar….

Eu aprendi que desde os tempos de criança

A minha vila sempre foi bicho papão

Por isso, me encantei com esse feitiço

Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão

Solta o bicho minha vila dá um baile de alegria

É o povo do samba virado na bruxaria

Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece

Mais assombração que aparece"
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