Desde a última semana, Força Aérea Brasileira já repatriou mais de 400 brasileiros, incluindo dezenas de crianças. Ao todo, cerca de 3 mil manifestaram intenção de deixar o Líbano. Brasileiros que ainda estão no Líbano e manifestaram intenção de deixar o país frente à escalada dos conflitos entre Israel e o grupo extremista Hezbollah começaram a receber, nesta terça-feira (8), a convocação para embarcar no terceiro voo de repatriação.
As mensagens para o terceiro voo começaram a ser enviadas na manhã desta terça, pelo horário de Brasília – tarde de terça no Líbano. A previsão, segundo o texto, é de que o embarque na capital Beirute aconteça nesta quarta-feira (9).
Os primeiros dois voos da Força Aérea Brasileira (FAB) trouxeram 455 brasileiros e parentes próximos de volta (228 no primeiro, 227 no segundo), incluindo dezenas de crianças. Alguns animais de estimação também foram embarcados.
Segundo voo da FAB com 227 brasileiros resgatados no Líbano chega a SP
Ao longo das 24 horas entre a convocação e o embarque, no entanto, o governo brasileiro segue monitorando a segurança nos arredores do Aeroporto Internacional de Beirute. Isso, porque a região tem sido alvo de constantes bombardeios por parte das forças de Israel.
O primeiro voo de repatriação, por exemplo, teve de ser adiado em 24 horas. Foi previsto inicialmente para a sexta-feira (4), mas só decolou no sábado (5). O motivo, segundo o governo brasileiro, foi o aumento da insegurança nas rodovias de acesso à capital libanesa naquele momento.
O Brasil usa uma única aeronave – um KC-30, a maior disponível para esse tipo de operação – para os voos.
Quando um dos voos chega ao Brasil, bastam algumas horas para reabastecimento, inspeções de segurança e a troca da tripulação para que o avião possa partir novamente.
A mensagem de convocação
A convocação às famílias de brasileiros é feita nominalmente, conforme o Ministério das Relações Exteriores e a Força Aérea Brasileira (FAB) montam as listas de passageiros.
Famílias com idosos, pessoas com deficiência e crianças pequenas têm prioridade, por exemplo. A lista de interessados também foi submetida à Polícia Federal, para checagem das informações.
A mensagem enviada a cada família, por WhatsApp, segue um padrão – o que muda, claro, é a data a cada voo. Leia o que diz o texto:
"A Embaixada do Brasil confirma a aprovação do seu pedido de inclusão no próximo voo de repatriação.
O ponto de encontro é o Aeroporto Internacional de Beirute. O deslocamento até o aeroporto deverá ser feito por meios próprios.
Para o embarque, por favor esteja no Aeroporto Internacional de Beirute na quarta-feira, 9/10, às 13h00.
Haverá um balcão da Embaixada do Brasil, identificado com bandeira brasileira, no saguão de embarque do aeroporto.
É essencial portar o original do documento de viagem que foi informado à Embaixada. Caso esteja sem seu passaporte ou ele esteja vencido, tenha consigo uma foto 3x4.
Cada passageiro do voo de repatriação poderá transportar uma mala para despacho de até 23 quilos, uma mala de mão de até 10 quilos e uma mochila de até 2 quilos. Não são permitidos na bagagem de mão itens proibidos em voos nacionais, como líquidos com mais de 100 ml e objetos cortantes. Animais de estimação devem ser transportados em compartimentos adequados."
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Segundo voo já pousou
As famílias a serem incluídas no terceiro voo começaram a receber as mensagens quase ao mesmo tempo em que o segundo voo pousava na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos (SP).
A aeronave tocou o solo brasileiro às 6h58 desta quarta, no horário de Brasília, com 227 passageiros – incluindo 49 crianças.
O primeiro grupo chegou ao país no domingo e foi recepcionado pelo presidente Lula.
Ao todo, quase 3 mil pessoas demonstraram disposição para voltar ao Brasil. A maioria é de moradores do Vale do Bekaa e da capital, Beirute.
O brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica, informou que o Brasil tem capacidade para buscar 500 pessoas por semana no Líbano.
O Ministério das Relações Exteriores, por meio da embaixada em Beirute, segue em contato com os brasileiros que estão em território libanês para organizar novas operações de repatriação.
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