Micael Benício, de apenas 53 dias de vida, morreu logo depois de ser levado à Santa Casa e os pais foram presos. Criança apresentava hematomas pelo corpo, segundo a Polícia Civil. Paulo Ricardo Borges Bernardo, de 22 anos, e Thalita Ariel Freitas de Camargos, de 25, são suspeitos de matar o filho recém-nascido em Franca, SP
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A Polícia Civil investiga, desde o final de outubro, a morte de um bebê em Franca (SP) pela suspeita de envolvimento dos pais do menino no caso. Micael Benício, com apenas 53 dias de vida, morreu depois de se levado à Santa Casa com quadro característico de parada cardiorrespiratória, mas também com outros problemas, como hematomas pelo corpo, o que chamou atenção das autoridades.
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Os pais do bebê, de 22 e 25 anos, foram detidos na última terça-feira (5), após a Justiça decretar a prisão temporária deles.
Nos tópicos abaixo, confira o que se sabe sobre o caso em Franca.
O que se sabe sobre a morte do bebê?
Quem são os suspeitos?
O que eles alegaram?
Por que o casal foi preso?
Que provas foram obtidas?
Por qual crime eles respondem?
Paulo Ricardo Borges Bernardo e Thalita Ariel Freitas de Camargos foram presos suspeitos da morte do filho, de 53 dias, em Franca (SP)
Arquivo pessoal
1.O que se sabe sobre a morte do bebê?
De acordo com o boletim de ocorrência, Micael foi levado pela mãe à Santa Casa de Franca no início da tarde de 27 de outubro com quadro característico de parada cardiorrespiratória, mas morreu às 14h18 mesmo depois de procedimentos para reanimar o paciente.
Segundo o registro policial, a criança também apresentava hematomas pelo corpo e os exames de raio-X indicavam prováveis fraturas no crânio e nascostelas, além de água no pulmão.
2.Quem são os suspeitos?
A Polícia Civil investiga como suspeitos pela morte os próprios pais da criança: o pintor Paulo Ricardo Borges Bernardo, de 22 anos, e a mulher dele, Thalita Ariel Freitas de Camargos, de 25 anos, que, segundo um boletim de ocorrência de 2022 já havia tido a morte de bebê de 39 dias de vida dois anos antes.
3.O que eles alegaram?
Thalita, por meio de sua defesa alegou inocência e que está sofrendo pela perda do bebê. Ela relatou à polícia que, no dia dos fatos, já havia encontrado a criança passando mal depois de deixá-la em casa com o marido para votar - era segundo turno das eleições na cidade - e que, depois disso, chamou uma ambulância, e o menino foi encaminhado à Santa Casa.
Paulo, por sua vez, alegou que acidentalmente deixou o menino cair do colo enquanto o ensaboava, durante o banho.
4.Por que o casal foi preso?
Paulo e Thalita só foram detidos na terça-feira (5), após a Justiça decretar a prisão temporária deles. O pintor foi localizado por volta das 20h na casa da irmã, no bairro Pampuã, em Ipuã (SP). A mulher foi encontrada mais cedo, por volta das 18h30, na casa da mãe, no bairro Vicente Leporace I, em Franca.
No pedido apresentado à Justiça, o Ministério Público alegou que a prisão deles é imprescindível para as investigações, que demandariam a busca e apreensão de objetos e a possível apuração de maus-tratos anteriores à criança, o que foi acatado na decisão que determinou a detenção por 30 dias.
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"Por fim, de se mencionar que, na tentativa de intimação pessoal do casal, os Investigadores de Polícia não foram atendidos em sua residência, o que demonstra que não pretendem colaborar com as investigações", argumentou o juiz José Rodrigues Arimatéa.
5.Que provas foram obtidas?
Entre os documentos obtidos, consta um laudo necroscópico que apontou que a morte ocorreu em função de uma hemorragia interna traumática volumosa e que foi causada por um agente contundente, ou seja, por algum meio violento provoca algum trauma no corpo da vítima.
A Polícia Civil também obteve o testemunho de uma vizinha, que mencionou brigas constantes do casal, além de episódios em que o filho chorava bastante e a suspeita de que o casal colocava música alta para disfarçar o choro.
Os agentes também apreenderam os celulares dos suspeitos.
6.Por qual crime eles respondem?
O casal responde por homicídio qualificado, no âmbito da Lei Henry Borel, sancionada em 2022.
A legislação, além de estabelecer medidas protetivas específicas para crianças e adolescentes vítimas de violência, considera crime hediondo o assassinato de menores de 14 anos.
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