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Empresa de energia alerta para risco de apagão em Roraima caso Funai interdite região no Amazonas

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Por Redação em 28/11/2024 às 14:30:50

Eneva fornece energia a Roraima por meio de gás natural liquefeito extraído no Campo do Azulão, em Silves, no Amazonas, onde há impasse sobre existência ou não da presença de indígenas isolados. Funai não informou como conduz pedido do MPF para restringir acesso à região. Roraima é o único estado no país fora do Sistema Interligado Nacional

Divulgação

A empresa Eneva S.A, que fornece energia elétrica para Roraima por meio de gás natural liquefeito, divulgou nesta quinta-feira (28) um ofício em que faz um alerta para o governo federal sobre o risco de apagão no estado caso a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) acate uma recomendação e faça a interdição na região do município de Silves, no Amazonas, onde a empresa opera.

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???? O alerta da Eneva ocorre após o Ministério Público Federal do Amazonas recomendar à Funai que interditasse todo acesso nas regiões do Mamoriá Grande, no município de Lábrea, e do Igarapé Caribi, nos municípios de Silves e Itapiranga, no Amazonas, em razão da suspeita de que existem presença de indígenas isolados.

Na avaliação da empresa, caso a Funai decida acatar, Roraima será o principal prejudicado. O estado é o único no país fora do Sistema Interligado Nacional e depende de 21 termelétricas locais para suprir a necessidade energética da população.

A média do fornecimento no estado era de 119.170 megawatts de energia por hora até maio deste ano, conforme a Roraima Energia, empresa responsável pela distribuição. Desse total, 50% eram gerados pela usina de transmissão Jaguartirica II, da Eneva, que opera com o gás transportado de Silves para a capital Boa Vista.

Ao recomendar pela interdição, os procuradores do MPF deram um prazo de 10 dias para que a Funai acatasse a orientação. O prazo, no entanto, se encerrou no último dia 24. Procurada pelo g1, a Funai não respondeu como conduziu o pedido do MPF.

Mas, conforme a Funai, um ofício foi enviado à Eneva solicitando informações sobre o licenciamento ambiental que a empresa tem para operar em Silves. Ainda segundo a Fundação, foi recomendado, em agosto de 2023, que a empresa suspendesse as atividades de exploração de gás na região.

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Entenda por que Roraima não foi afetado pelo apagão nacional

A Eneva está em operação desde 15 de fevereiro de 2022. O processo para gerar energia a gás para Roraima ocorre da seguinte forma: o gás natural é extraído da sede da empresa em Silves, no Campo do Azulão, processado e liquefeito no local. Depois, é transportado em carretas por 1.100 km até a usina Jaguatirica II em Boa Vista.

Na capital roraimense, o gás passa pelo processo de regaseificação e é utilizado como combustível para geração de energia. A energia gerada é repassada à distribuidora Roraima Energia e entregue ao Sistema Isolado de Roraima, gerido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

De acordo com a Eneva, a capacidade de distribuição elétrica em Roraima chega a 141 megawatts, ou seja, em caso de necessidade, pode suprir até 80% da energia consumida no estado.

"A interrupção das operações da companhia pode colocar em risco o abastecimento de energia elétrica aos moradores de Roraima, ocasionando um apagão com graves consequências à economia do Estado e à qualidade de vida das pessoas. A companhia vem se colocando à disposição da Funai, como sempre se colocou à disposição de todas as instituições, para contribuir para o esclarecimento da questão e reitera a sua convicção de que as decisões do Estado brasileiro seguirão pautadas pelo princípio da legalidade", afirma Aurélio Amaral, diretor-executivo de Relações Externas.

Em nota, a Roraima Energia informou que reportou o assunto, "incluindo restrições de fornecedores", ao Ministério de Minas e Energia (MME) e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Diante da incerteza, a Eneva enviou ofícios alertando dos riscos de apagão em Roraima a Funai, o MME, a Casa Civil da presidência da República, o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), e autoridades do Amazonas, tendo em vista que sede da operação de extração do gás ocorre no estado vizinho.

O g1 procurou todos os citados e aguarda resposta.

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