Em entrevista à TV Bahia, prefeito Bruno Reis destacou medidas adotadas pela gestão municipal, como o mapeamento de áreas de risco e construção de encostas. Trecho do deslizamento de terra que atingiu a casa de Junior, no bairro da Saramandaia
TV Bahia
Após deslizamentos de terra provocarem a morte de um jovem e deixarem outro desaparecido em Salvador, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) disse que determinou a elaboração de um projeto para a realização de obras no bairro da Saramandaia. Cinco pessoas ficaram soterradas diante da falta de estrutura na área para escoar as fortes chuvas que atingiram a cidade na quarta-feira (27).
Em todo o mês, o acumulado de chuva é de 322,3 milímetros. Trata-se do novembro mais chuvoso desde 1961, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
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Para o prefeito, tragédias como essa refletem as condições naturais da cidade. Mas ele defende que a gestão tem investido para minimizar os danos e salvar vidas.
"A cidade tem uma topografia irregular, [são] muitos desafios pela frente. A gente vai iniciar, nesse momento, 45 obras de encostas. A prefeitura contratou um sistema que tem um mapeamento de todas as encostas da cidade, classificadas pelo risco, solução de engenharia e o valor para realizar essa obra", disse o gestor da capital baiana, em entrevista ao Bahia Meio Dia, telejornal da TV Bahia, nesta quinta (28).
Quanto à situação específica na Saramandaia, ele informou que autorizou a elaboração de um projeto executivo, previsto para ser concluído em cerca de 70 dias. Com o tempo de licitação, a expectativa é que as obras comecem em meados de 2025, com conclusão em até 10 meses.
Nesse período, as famílias diretamente afetadas podem receber benefícios, como uma indenização de três salários mínimos para compra de móveis e um aluguel social no valor de R$ 400. Após a conclusão do serviço, elas poderão retornar para suas casas.
Bruno Reis adiantou que, se o imóvel e a área foram definitivamente condenados pelas equipes de infraestrutura, a prefeitura deve oferecer residências ainda disponíveis no projeto Mané Dendê.
Plano de 'cidade resiliente'
Apesar dos problemas constantes decorrentes das fortes chuvas na capital baiana, o prefeito defende que o município está mais preparado para cenários com grandes acumulados de chuva.
"A cidade hoje está mais resiliente, preparada. Investimos muito. Nossa Defesa Civil se tornou referência no Brasil com nossos pluviômetros, monitoramento de encostas e sistemas de alarme".
O desafio, segundo ele, é elencar prioridades e obter os recursos necessários para realizar todas as obras. "Hoje é necessário mais de R$ 1 bilhão de investimentos pra cidade ser mais resiliente", apontou o gestor, sem detalhar como esse recurso precisa ser distribuído.
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Diante da dificuldade em atender todos os pontos de atenção, a prefeitura lista prioridades como a construção de encostas e obras de drenagem. A administração pública aponta que o foco é preservar vidas e, em seguida, minimizar os danos a casas e pontos comerciais.
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Paulo Andrade, de 18 anos, foi soterrado em deslizamento de terra em Salvador
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Os soterramentos no bairro da Saramandaia ocorreram por volta de 8h30 da manhã de quarta-feira, a uma distância de 5 km entre cada ocorrência. Em um dos pontos, morreu um jovem de 23 anos: Gerson Alexandrino Santos Júnior. Ele estava deitado na cama, quando o imóvel cedeu.
No segundo ponto, outras quatro pessoas ficaram soterradas:
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Diane Andrade, 32 anos, cabeleireira;
Paulo Andrade, 18 anos, filho de Diane;
Marcelo Heitor Andrade Mesquita, 6 anos, também filho de Diane;
Adriano Santos, um homem de 30 anos, morador de uma casa vizinha.
Eles estavam no mesmo imóvel. Diane, Marcelo Heitor e Adriano foram resgatados com vida e levados para unidades de saúde da cidade, onde seguem internados. Paulo Andrade segue sob os escombros. Os socorristas passaram a usar cães farejadores para localizá-lo, pois ele parou de responder aos chamados por voz.
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