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Imagem de Robinho é pichada em muro de escolinha de futebol Meninos da Vila no litoral de SP: 'estuprador'

Por São Paulo Jornal em 15/11/2022 às 06:01:09
Unidade de Praia Grande (SP) foi vandalizada há um mês e permanece da mesma forma. Unidade disse que está providenciando tintas para cobrir a figura de Robinho e as ofensas. O jogador foi condenado pela justiça italiana pelo crime de violência sexual. Imagem do Robinho em muro de escola de futebol é pichada com termos como "safado" e "covarde"

Reprodução

O muro de uma escolinha de futebol em Praia Grande, no litoral de SP, foi pichado com ofensas ao ex-jogador Robinho, condenado a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual na Itália. Os xingamentos foram escritos no rosto do ex-atacante de Santos, Real Madrid, Milan, entre outros. Ao g1, a escola afirmou que está providenciando tintas para cobrir a figura de Robinho e as pichações.

A arte na fachada da Escola Meninos da Vila foi vandalizada há um mês e permanece assim, com os termos "estuprador", "safado" e "covarde". A unidade disse repudiar o ato em questão.

"Expressar opiniões alheias e realizar protestos é totalmente aceitável, assim como debater dentro da unidade sobre a [manutenção da] imagem do jogador. Vandalizar a unidade é algo que nos ataca. Não temos culpa de nada em relação ao que ele [Robinho] fez, nem manifestamos apoio às atitudes dele. Que a justiça seja feita", disse um profissional da escolinha, que não quis se identificar.

O profissional disse que imagens de ex-jogadores com passagem de destaque pelo Santos foram pintadas há aproximadamente três anos. O crime pelo qual Robinho foi condenado aconteceu em 2013, quando atuava pelo Milan, clube com sede em Milão, na Itália. Nove anos depois, em 2022, a Justiça daquele país condenou em última instância o ex-jogador e um amigo dele.

Ex-jogador de futebol Robinho

Divulgação / Atlético-MG

O caso

Robinho e um amigo dele foram condenados a cumprir nove anos de prisão pelo crime de violência sexual. Os dois foram relacionados ao artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala sobre a participação de duas ou mais pessoas reunidas para o ato de violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais pela condição de inferioridade “física ou psíquica”.

Além dos noves anos de reclusão confirmados, Robinho também terá de pagar uma indenização de 60 mil euros à vítima, o equivalente a mais de R$ 300 mil.

No começo de outubro, o Ministério da Justiça da Itália encaminhou ao Brasil um pedido de extradição do ex-atacante Robinho. O pedido havia sido feito pelo Ministério Público de Milão em fevereiro, mas depois foi enviado oficialmente às autoridades brasileiras.

Sobre o pedido de extradição, dois especialistas afirmaram ao g1 que Robinho não pode ser extraditado, pois a Constituição Federal e a Lei de Migração proíbem a extradição de brasileiro nato.

Robinho foi condenado em última instância pela Justiça Italiana pelo crime de violência sexual

Divulgação

“A extradição é o processo pelo qual um país solicita e obtém de outro a entrega de uma pessoa condenada ou suspeita da prática de uma infração criminal”, explicou o advogado criminalista e professor de Direito Penal da UniSantos, Matheus Cury. Porém, segundo ele, o governo italiano pode pedir ao governo brasileiro para que o jogador cumpra a pena no Brasil.

O especialista em processo penal Leonardo Pantaleão concorda que a possibilidade do Brasil aceitar o pedido de extradição está 'completamente afastada'. Porém, ele afirma que Robinho não está imune de cumprir a pena de nove anos de prisão.

Segundo o advogado, a ordem de prisão de Robinho já está na Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e, caso o condenado saia do país, ele perde a proteção jurídica que a Constituição lhe confere.

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