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No Dia da Prematuridade, mãe compartilha desafios; STF muda regras para licenças de mães de prematuros

Por São Paulo Jornal em 17/11/2022 às 18:09:56
Luiz Gustavo pesava 580 gramas e tinha 33 centímetros quando nasceu. Decisão do STF determinou que agora a licença maternidade vai ser contada a partir da alta hospitalar do bebê ou da mãe. STF determina licença maternidade comece a partir da alta hospitalar para prematuros

Nesta quinta-feira (17), é celebrado o Dia da Prematuridade. O bebê é considerado prematuro quando nasce antes de 37 semana de gravidez. Uma decisão do STF determinou que agora a licença maternidade vai ser contada a partir da alta hospitalar do bebê ou da mãe.

Taís Sales sabe bem o que é a prematuridade. Mesmo depois de 1 ano do nascimento do filho Luiz Gustavo. Quem vê o sorriso do bebê não imagina a luta dele e da família. O menino nasceu em um hospital em Mogi das Cruzes no dia 7 de setembro de 2021, de apenas 23 semanas, pesando 580 gramas e com 33 centímetros. O bebê ficou cinco meses internado. “Esses cinco meses foram muito difíceis e graças a Deus, ele superou tudo e desenvolveu bem na UTI”, conta mãe do menino, Taís Sales.

Ela explica que o filho teve alta no dia 7 de setembro de 2022, dia do aniversário do menino e foi para casa usando oxigênio, mas depois de um mês já deixou o uso do gás. “Única sequela que ele ficou foi com a visão. Como nasceu muito prematuro corria o risco de ele ser cego. Ele ficou com miopia. Ele tem um ano e fez cirurgia, mas ainda hoje o grau é alto e ele usa óculos.”

A mãe relata que a rotina mensal do filho inclui a visita a médicos de diversas especialidades, como neurologista, cardiologista e pediatra. “Como é um bebê prematuro extremo precisa de acompanhamento pra ver se não ficou com nenhuma outra sequela. Faz exames e é um bebê perfeito, risonho, brincalhão e alegre.”

Taís detalha que o filho ainda não anda, não fala e não pega os brinquedos devido a prematuridade. “Ele está começando a desenvolver agora, a sentar a ter contato com as coisas. Isso tudo é da prematuridade. Vai ser o bebê com dificuldade em andar, falar, nascer os dentes e isso é normal por causa da prematuridade.”

Luiz Gustavo ficou internado depois de nascer prematuro em hospital de Mogi das Cruzes

Reprodução/ TV Diário

Mudanças

Pensando nas dificuldades das mães de bebês prematuros, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade que agora a licença maternidade vai ser contada a partir da alta hospitalar do bebê ou da mãe, a que acontecer por último. A medida se restringe aos casos mais graves, em que as internações excedam duas semanas.

De acordo com o Ministério da Saúde, todo ano são registrados em torno de 340 mil nascimentos prematuros no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos. O bebê é considerado prematuro quando nasce antes de 37 semanas de gravidez. Para chamar a atenção, o mês de novembro ganha a cor roxa, que significa sensibilidade e individualidade, características do bebê prematuro.

A primeira filha de Jéssica Campos Samuel, Olívia, nasceu prematura. Por isso, ela sabe bem a importância da mudança da legislação. Ela está grávida de cinco meses do segundo filho.

Para Jéssica a decisão do STF só vai trazer mais alívio para as mamães. "Porque é justo. A gente sofre tanto no parto e na questão da prematuridade. A gente fica na UTI, não consegue ter o que a gente espera, o que a gente deseja. Fazendo com que a licença maternidade conte a partir da alta. É muito bom. Porque aquele contato que a princípio você teria nos quatro meses, você vai conseguir ter independente da internação do bebê."

Isabelle Tribst é coordenadora de UTI neo natal e destaca que a decisão é muito importante e só traz benefícios."Foi uma conquista tanto para a gente como para as mães. Porque a gente já incentiva as mães a participar dos cuidados do bebê prematuro desde o nascimento. Então, essa mãe aqui dentro da UTI, assim que o bebê estiver estável, tá acolhendo, pegando o bebê, participando dos cuidados evidências científicas demonstram que a gente até antecipa a alta desse bebê. Esse bebê consegue melhor mais rápido. e depois em casa é super importante. Porque ela vai conseguir manter a amamentação que é de extrema importância para esses bebês prematuros."

Para a médica é possível diminuir a taxa de prematuridade, mas para isso, as mamães precisam fazer principalmente o pré-natal. Quanto aos cuidados do bebê prematuro, ela explica que precisam ser diferenciados. "Muitos bebês prematuros podem sair com algumas sequelas relacionadas a prematuridade. Então, esses bebês até os 2 anos tem que fazer um seguimento tanto com pediatra com equipe multidicisplinar para ter assim estimulação precoce, ajudar no desenvolvimento."

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