Grupo queimou veículos, depredou delegacia e tentou invadir sede da PF, no centro da capital, na segunda-feira (12). Empresa dona do ônibus não foi identificada. Bolsonaristas radicais abordam funcionário e passageiro de ônibus em ataque no DFUm homem que estava dentro de um ônibus gravou um vídeo, na noite desta segunda-feira (12), no momento em que bolsonaristas radicais retiravam as últimas pessoas que estavam no veículo. Em seguida, o automóvel foi vandalizado, no centro de Brasília.O ônibus foi um dos veículos queimados por um grupo de bolsonaristas durante os atos de vandalismo. Outros quatro ônibus foram incendiados, além de três carros. O bolsonaristas também depredaram uma delegacia, fecharam vias e tentaram invadir a sede da Polícia Federal. Houve confronto com a Polícia Militar.LEIA TAMBÉM:Bombeiros dizem que violência de atos de vandalismo em Brasília limitou atuação: 'Perigo às guarnições era real'Segurança Pública do DF diz que nenhuma pessoa foi presa por ato de bolsonaristas radicais em BrasíliaBolsonaristas tiram motorista e ocupante de ônibus durante ato de vandalismo em BrasíliaReproduçãoA empresa dona do ônibus não tinha sido identificada até a última atualização desta reportagem. Nas imagens, é possível ver um homem gritando para que o motorista do ônibus e a pessoa que estava gravando o vídeo calassem a boca. Em seguida, o ocupante do veículo se justificou, dizendo achar que se tratava de um assalto."Vai sentar na árvore. Estou tentando te salvar. Fica quieto. É que eu posso fazer", disse uma mulher com uma blusa azul e amarela, que estava com o grupo de bolsonaristas radicais.O motorista e a outra pessoa continuaram andando para longe do ônibus. Em outro momento, o ocupante do veículo pediu pelos pertences. ""Minha mochila. Está tudo lá", afirma. Um homem usando uma máscara de gás avançou sobre o homem e deu um tapa no celular, encerrando a gravação.Impactos na capitalOs bolsonaristas tentaram invadir o prédio da Polícia Federal e quebraram vidros da 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte. Policiais militares entraram em confronto com o grupo, que colocou botijões de gás em vias próximas ao local. Segundo o Corpo de Bombeiros, os recipientes estavam vazios.O Corpo de Bombeiros do DF afirma que, ao todo, três carros e cinco ônibus foram queimados. Ainda segundo os militares, desse total, quatro ônibus e um carro foram totalmente queimados e o restante, parcialmente.Além disso, uma pessoa de 67 anos precisou de atendimento médico após inalar gás lacrimogêneo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, nenhuma pessoa foi presa durante o ato.Por medida de segurança, após quatro veículos serem incendiados, os ônibus tiveram atraso de cerca de uma hora para sair das garagens nesta manhã, afirmaram as empresas Marechal, São José e Pioneira. Usuários enfrentam paradas lotadas e demora na nas primeiras horas do dia.O que aconteceu e o que disseram as autoridadesOs atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador de Jair Bolsonaro;A prisão do indígena aconteceu por determinação do STF e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República;A PGR e o STF afirmam que o Tserere é investigado por participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes; a PF diz que o preso está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão "estão sendo adotadas nos termos da lei".Após a prisão de Tserere, um grupo de radicais tentou invadir um prédio da PF e incendiou carros;Parte do grupo seguiu pela Asa Norte, onde realizou novos atos de vandalismo. Pelo menos um ônibus foi incendiado; botijões de gás foram espalhados em ruas da cidade;A Polícia Militar foi chamada e reagiu com bombas de gás e balas de borracha. Houve confronto com os radicais;A Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que precisou restringir o trânsito na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e em outras vias da região central;O secretário de Segurança, Júlio Danilo Souza Ferreira, afirmou que os participantes dos atos de vandalismo serão responsabilizados: "A partir de agora , temos imagens, filmagens, temos como identificar". Ele não soube dizer se houver prisões.A região do hotel onde o presidente eleito, Lula, está hospedado teve a vigilância reforçada por equipes da PM.O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse: "Por enquanto estamos agindo com as forças policiais. Todas as nossas forças policiais (...) estão nas ruas".Ao blog da Andréia Sadi, o senador Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, afirmou que o "governo federal segue omisso diante dessa situação grave absurda".Às 23h08, mais de duas horas depois do início dos atos, o ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, escreveu em uma rede social que o Ministério da Justiça, por meio da Polícia Federal, "manteve estreito contato" com a Secretaria de Segurança do DF e com o governo do DF "a fim de conter a violência e restabelecer a ordem". Ele disse que "tudo será apurado e esclarecido" e que a situação está se normalizando".O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou de "absurdos" os atos de vandalismo, "feitos por uma minoria raivosa". O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também disse repudiar violência e desordem. Veja a repercussão política.Segundo o Corpo de Bombeiros, três veículos de passeio e cinco ônibus foram incendiados. Portas de vidro da 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, foram quebrados. A Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes tiveram acessos bloqueados, por segurança, nesta terça-feira (13).Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.