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VÍDEO: bolsonaristas radicais expulsam motorista e ocupante de ônibus durante ato de vandalismo em BrasĂ­lia

Por São Paulo Jornal em 13/12/2022 às 14:13:25
Grupo queimou veículos, depredou delegacia e tentou invadir sede da PF, no centro da capital, na segunda-feira (12). Empresa dona do ônibus não foi identificada. Bolsonaristas radicais abordam funcionário e passageiro de ônibus em ataque no DF

Um homem que estava dentro de um ônibus gravou um vídeo, na noite desta segunda-feira (12), no momento em que bolsonaristas radicais retiravam as últimas pessoas que estavam no veículo. Em seguida, o automóvel foi vandalizado, no centro de Brasília.

O ônibus foi um dos veículos queimados por um grupo de bolsonaristas durante os atos de vandalismo. Outros quatro ônibus foram incendiados, além de três carros. O bolsonaristas também depredaram uma delegacia, fecharam vias e tentaram invadir a sede da Polícia Federal. Houve confronto com a Polícia Militar.

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Reprodução

A empresa dona do ônibus não tinha sido identificada até a última atualização desta reportagem. Nas imagens, é possível ver um homem gritando para que o motorista do ônibus e a pessoa que estava gravando o vídeo calassem a boca. Em seguida, o ocupante do veículo se justificou, dizendo achar que se tratava de um assalto.

"Vai sentar na árvore. Estou tentando te salvar. Fica quieto. É que eu posso fazer", disse uma mulher com uma blusa azul e amarela, que estava com o grupo de bolsonaristas radicais.

O motorista e a outra pessoa continuaram andando para longe do ônibus. Em outro momento, o ocupante do veículo pediu pelos pertences. ""Minha mochila. Está tudo lá", afirma. Um homem usando uma máscara de gás avançou sobre o homem e deu um tapa no celular, encerrando a gravação.

Impactos na capital

Os bolsonaristas tentaram invadir o prédio da Polícia Federal e quebraram vidros da 5ÂȘ Delegacia de Polícia, na Asa Norte. Policiais militares entraram em confronto com o grupo, que colocou botijões de gás em vias próximas ao local. Segundo o Corpo de Bombeiros, os recipientes estavam vazios.

O Corpo de Bombeiros do DF afirma que, ao todo, três carros e cinco ônibus foram queimados. Ainda segundo os militares, desse total, quatro ônibus e um carro foram totalmente queimados e o restante, parcialmente.

Além disso, uma pessoa de 67 anos precisou de atendimento médico após inalar gás lacrimogêneo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, nenhuma pessoa foi presa durante o ato.

Por medida de segurança, após quatro veículos serem incendiados, os ônibus tiveram atraso de cerca de uma hora para sair das garagens nesta manhã, afirmaram as empresas Marechal, São José e Pioneira. Usuários enfrentam paradas lotadas e demora na nas primeiras horas do dia.

O que aconteceu e o que disseram as autoridades

Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador de Jair Bolsonaro;

A prisão do indígena aconteceu por determinação do STF e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República;

A PGR e o STF afirmam que o Tserere é investigado por participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes; a PF diz que o preso está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão "estão sendo adotadas nos termos da lei".

Após a prisão de Tserere, um grupo de radicais tentou invadir um prédio da PF e incendiou carros;

Parte do grupo seguiu pela Asa Norte, onde realizou novos atos de vandalismo. Pelo menos um ônibus foi incendiado; botijões de gás foram espalhados em ruas da cidade;

A Polícia Militar foi chamada e reagiu com bombas de gás e balas de borracha. Houve confronto com os radicais;

A Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que precisou restringir o trânsito na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e em outras vias da região central;

O secretário de Segurança, Júlio Danilo Souza Ferreira, afirmou que os participantes dos atos de vandalismo serão responsabilizados: "A partir de agora , temos imagens, filmagens, temos como identificar". Ele não soube dizer se houver prisões.

A região do hotel onde o presidente eleito, Lula, está hospedado teve a vigilância reforçada por equipes da PM.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse: "Por enquanto estamos agindo com as forças policiais. Todas as nossas forças policiais (...) estão nas ruas".

Ao blog da Andréia Sadi, o senador Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, afirmou que o "governo federal segue omisso diante dessa situação grave absurda".

Às 23h08, mais de duas horas depois do início dos atos, o ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, escreveu em uma rede social que o Ministério da Justiça, por meio da Polícia Federal, "manteve estreito contato" com a Secretaria de Segurança do DF e com o governo do DF "a fim de conter a violência e restabelecer a ordem". Ele disse que "tudo será apurado e esclarecido" e que a situação está se normalizando".

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou de "absurdos" os atos de vandalismo, "feitos por uma minoria raivosa". O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também disse repudiar violência e desordem. Veja a repercussão política.

Segundo o Corpo de Bombeiros, três veículos de passeio e cinco ônibus foram incendiados. Portas de vidro da 5ÂȘ Delegacia de Polícia, na Asa Norte, foram quebrados. A Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes tiveram acessos bloqueados, por segurança, nesta terça-feira (13).

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