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Alemão que teve R$ 50 milhões em bitcoins roubados durante sequestro em AnĂĄpolis voltou para Europa por trauma, diz advogado

Por São Paulo Jornal em 27/12/2022 às 04:57:30
Empresário ficou com medo de sofrer novos crimes já que os investigados estão livres. Sequestro dele e da esposa foi em 2020, e ele teve que transferir os bitcoins no cativeiro para ser solto. Polícia investiga sequestro no interior de Goiás pago pela própria vítima

O empresário alemão que teve R$ 50 milhões em bitcoin roubados durante um sequestro em Anápolis, a 55km de Goiânia, ficou traumatizado e voltou para Europa por medo de sofrer novo crime, conforme explicou o advogado dele, Fabrício Pereira de Souza. Ele e a esposa estão passando uma temporada no exterior, já que os investigados estão livres.

O sequestro do empresário alemão e da esposa brasileira foi em setembro de 2020, na casa dele em Anápolis. O Fantástico mostrou as imagens das câmeras de segurança que gravaram a invasão da casa (veja no vídeo acima). Após o sequestro, o alemão pagou pelo próprio resgate no cativeiro. O empresário tinha 555 bitcoins (entenda mais abaixo sobre o sequestro).

“Eles pediram para gente abaixar a cabeça e cobriram. Paramos em frente a uma casa. Dois deles saíram, tiraram o computador e voltaram. E então dirigiram por mais ou menos 15, 20 minutos. E nós chegamos em algum lugar no meio do nada”, relatou a vítima ao Fantástico.

Após a transferência das criptomoedas, a Polícia Civil de Goiás rastreou pessoas que receberam valores. Entre elas, estão os próprios investigados e até as namoradas deles, que moram em Goiânia. Segundo o advogado, os suspeitos trabalham como traders, pessoas que atuam comprando e vendendo ativos financeiros nos mercados de capitais.

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Fabrício Pereira disse que o processo está sob segredo de Justiça, mas que nenhum investigado foi preso ou indiciado até este momento, mesmo tendo sido identificados. Como já se passaram dois anos do sequestro, a Justiça entendeu que os suspeitos não teriam como atrapalhar as investigações, segundo o advogado.

"Ele está passando uma temporada na Europa. Se mudou para uma casa em um condomínio fechado, em Anápolis, mas foi embora por a Justiça não determinar a prisão de nenhum investigado. Então ele ainda tem esse receio. É perigoso para ele", explicou Fabrício Pereira.

A Polícia Civil fez uma operação em 15 de dezembro deste ano para cumprir 32 mandados de busca e apreensão nas casas dos investigados em Goiânia, Anápolis, no Tocantins e em São Paulo. O delegado que está com o caso, Jorge Bezerra, disse que foram apreendidos notebooks, dinheiro em espécie, celulares, joias e veículos.

Criminosos sequestram e roubam R$ 50 milhões em bitcoins de alemão em Anápolis, Goiás

Reprodução/Fantástico

Sequestro em Anápolis

O casal chegou em casa e logo foi abordado por criminosos, que colocaram o empresário e a esposa dentro de um veículo, ainda na garagem da residência. O computador do casal foi roubado para fazer a transferência dos bitcoins.

Assim que chegaram a um matagal, perto da Base Aérea da Aeronáutica, os sequestradores fizeram o pedido de resgate para própria vítima. Mas não foi dinheiro, carros, joias ou transferência bancária: eles pediram as criptomoedas.

“Ele me disse se fizer algo errado e se não digitar os códigos corretos, vou matá-lo na hora”, relembrou a vítima ao Fantástico.

Criminosos sequestram e roubam R$ 50 milhões em Bitcoins de empresário alemão em Anápolis, Goiás

Reprodução/Fantástico

Eles queriam tudo em bitcoins - a principal moeda virtual do mundo. Quem tem moedas virtuais guarda no computador pessoal ou no celular, e só o dono tem a chave de acesso a elas. Quatro horas depois no cativeiro, com a transferência concluída, o casal foi abandonado no local.

De acordo com o advogado, o empresário conheceu traders por meio de amigos próximos. Eles se encontraram depois em reuniões de negócios, em São Paulo. Para ele, foi proposto um investimento em aplicativos, em que ele teria que desembolsar US$ 3 milhões, mas preferiu não fazer o negócio.

Com certa proximidade, os investigados descobriram que o alemão tinha uma carteira grande de bitcoins e planejaram o sequestro, conforme explicou o advogado. Os investigados se dividiram em dois núcleos:

Um organizado em São Paulo, que era o núcleo intelectual;

Outro montado em Goiânia, que era o operacional e que realizou o sequestro e a transferência dos bitcoins.

Ao todo, a polícia identificou 15 suspeitos, que estão sendo investigados, segundo o advogado.

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