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Jovem que fingiu ter câncer para aplicar golpes arrecadou R$ 20 mil em doações, diz delegado

Por São Paulo Jornal em 07/01/2023 às 08:03:53
Polícia Civil informou que sete pessoas procuraram a delegacia para denunciar o golpe. Camilla Barbosa gravou vídeos raspando o próprio cabelo para fazer campanhas e rifas em Morrinhos. Polícia diz que mais vítimas procuraram a delegacia para denunciar jovem que fingiu câncer

Com campanhas, almoços beneficentes e rifas divulgadas nas redes sociais, a jovem Camilla Barbosa, de 27 anos, que fingiu ter câncer para aplicar golpes, arrecadou R$ 20 mil em doações, segundo levantamento preliminar feito pelo delegado Fernando Gontijo. Ela foi indiciada por estelionato e vai responder em liberdade, em Morrinhos, onde mora.

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O delegado informou que sete pessoas procuraram a delegacia registrar ocorrência contra a jovem, até a sexta-feira (6), e prestarão depoimento formal na investigação.

Camilla Barbosa gravou vídeos raspando o próprio cabelo e tirou fotos em macas de hospitais simulando tratamento para engajar moradores da cidade nas campanhas. Fernando Gontijo disse que os maiores doadores foram ex-namorados e ex-sogras da jovem.

Segundo a defesa, a jovem não recebeu dinheiro e tem diagnóstico de uma forma mais leve de câncer. "Ela tem essa doença e faz tratamento. Em análise preliminar das provas, a defesa comprovou que não têm indícios de materialidade delitiva", argumentou o advogado Warley Divino Pires.

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Divulgação/Polícia Civil

O Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, que é referência no tratamento contra câncer em Goiás, foi usado por Camilla para fazer fotos e vídeos, geralmente deitada nas macas da sessão de quimioterapia.

A unidade disse, por meio de nota, que ela nunca foi paciente e que chegou a ser retirada do hospital, em algumas ocasiões, ao ser flagrada sem autorização para estar na ala de tratamento dos pacientes com câncer.

Falso câncer

Em depoimento, a jovem disse à polícia que teve câncer há alguns anos e que foi curada. Mas depois descobriu que a doença voltou após fazer exames de dengue, e que já estava com metástase no intestino e pulmão.

Ao delegado, Camilla afirmou que começou tratamento no Hospital Araújo Jorge, onde disse ter feito sete sessões de quimioterapia, mas que meses depois, a unidade médica perdeu o prontuário dela e o tratamento foi interrompido.

A Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Camilla, onde encontrou diversos documentos e exames, que foram apreendidos. O delegado afirmou que em nenhum dos documentos foi possível constatar que a jovem tem câncer.

Hospital nega que ela foi paciente

O Hospital Araújo Jorge informou à Polícia Civil, em um documento, que Camilla nunca foi paciente da unidade. O hospital disse ainda que funcionários já viram a mulher várias vezes no local, onde foi flagrada tirando fotos em uma maca no Setor de Quimioterapia e usando cartão de identificação interno do hospital em nome de terceiros.

Após essas situações se repetirem, os funcionários teriam começado a retirar a jovem do interior do hospital.

Em nota ao g1, o Hospital Araújo Jorge afirmou que nunca teve uma paciente com o mesmo nome dela. Durante consulta no sistema da unidade, o hospital disse que "nada foi encontrado, nem prontuário, tão pouco registros de procedimento". Além disso, o Araújo Jorge informou também que não foi encontrada regulação da mulher no Sistema Único de Saúde (SUS), convênios ou como entrada como paciente particular.

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