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Heloá, siamesa separada em hospital de Goiânia, é extubada, diz médico

Por São Paulo Jornal em 16/01/2023 às 18:50:14
Segundo o cirurgião pediatra Zacharias Calil, o objetivo é que, a partir da extubação, Heloá melhore mais a cada dia. Valentina segue intubada; ambas estão em estado grave. Siamesas Valentina e Heloá internadas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após cirurgia de separação, em Goiânia, Goiás

Divulgação/Zacharias Calil

Siamesa separada em hospital de Goiânia e irmã de Valentina, Heloá foi extubada na tarde desta segunda-feira (16). Ao g1, o cirurgião pediatra Zacharias Calil contou que o objetivo é que, a partir da extubação, ela vá melhorando mais a cada dia. As gêmeas estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad).

"O tubo deixa a pessoa muito restrita. Respirando espontaneamente é muito melhor do ponto de vista médico, sem precisar de aparelho para manter a pressão no pulmão", explicou.

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Apesar da extubação e de ter apresentado melhora no estado de sua respiração, Heloá permanece com apoio de oxigênio. O médico explicou que o suporte de oxigênio é crucial para auxiliar na cicatrização da menina.

As siamesas eram unidas por parte do tórax, abdômen, bacia, fígado, intestinos delgado e grosso e genitálias. Elas passaram por cirurgia de separação de corpos na quarta-feira (11) e seguem em estado grave, devido a gravidade da própria cirurgia. As duas irmãs se alimentam pelas veias e fazem fisioterapia respiratória.

Na manhã desta segunda-feira, o boletim médico informou que Heloá está passando pela retirada gradual da sedação e respirando com suporte. A gêmea está recebendo medicamentos para controle da pressão arterial e teve febre nas últimas 12 horas.

Apesar de Heloá ter sido extubada, Valentina segue intubada. O médico explicou que ela teve uma melhora depois que o quadro de saúde dela evoluiu para gravíssimo. O quadro de saúde dela até a tarde desta segunda-feira era considerado grave.

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Conforme o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), no domingo, Valentina teve uma obstrução pulmonar grave, mas a secreção foi retirada. Com isso, houve melhora no estado de saúde. Valentina segue tomando antibióticos, está mais estável e reduziu a ventilação mecânica.

O médico Zacarias Calil, responsável pela separação das meninas, contou que a menina teve uma obstrução chamada atelectasia, quando o corpo produz uma "rolha" (secreção) que acaba tampando o pulmão.

"Mesmo fazendo fisioterapia, essa “rolha” migrou e obstruiu o pulmão esquerdo. O pulmão esquerdo dela parou totalmente de funcionar, foi um quadro respiratório intenso. Os siameses podem ter uma piora repentina. Já à noite, a saturação voltou ao normal e agora ela está bem, segue intubada", explica o médico.

Mais de 10 horas de cirurgia

Valentina e Heloá Prado passaram por um procedimento de mais de 10 horas no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) . Os corpos das gêmeas foram separados por volta das 20h. Valentina deixou o centro cirúrgico por volta das 23h e Heloá foi liberada em seguida, por volta da meia noite. A separação das duas contou com cerca de 50 profissionais. Segundo Zacharias Calil, elas devem retornar ao centro cirúrgico três semanas após a separação.

Valentina e Heloá são naturais de Guararema, cidade do interior de São Paulo e estão em tratamento em Goiânia há cerca de dois anos. Após o início do acompanhamento médico, os pais das crianças decidiram se mudar para Morrinhos, no interior de Goiás.

Nas primeiras 24 horas de recuperação na UTI, a mãe das siamesas, Valdirene Prado, contou que as filhas estão sendo fortes.

"Estou mais aliviada com o sucesso da cirurgia. Minhas filhas são e estão sendo fortes nessa fase de recuperação hospitalar. A minha expectativa é muito boa porque elas estão vencendo cada dificuldade", ressaltou.

No sábado (14), o pai das gêmeas, Fernando Oliveira dos Santos, contou que esteve com as filhas no período da manhã e disse estar otimista e satisfeito com o empenho da equipe médica.

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