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Mercedes blindada poderia ser utilizada em possível sequestro de Moro, indica investigação

Por São Paulo Jornal em 23/03/2023 às 21:38:58
De acordo com polícia, suspeitos indicaram em anotações que tinham pelo menos cinco veículos para o crime. Documento também diz que grupo criminoso tinha 'capacidade bélica notória'. Carro blindado poderia ser utilizado em crime contra Sergio Moro, indica investigação

Stephanie Rodrigues/g1/Reprodução

Os integrantes de uma facção criminosa que planejavam o sequestro do senador Sergio Moro (União Brasil) poderiam utilizar uma Mercedes-Benz blindada no crime, de acordo com a investigação do caso.

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A informação foi revelada em um documento obtido pelo g1 em que a Polícia Federal (PF) detalha à 9ª Vara de Curitiba o planejamento do possível sequestro. A investigação indica que os suspeitos usavam o código "Tokio" para referenciar Moro em conversas.

Na quarta-feira (22), para localizar e prender suspeitos do caso, a PF deflagrou a Operação Sequaz no Paraná e em outros estados. Pelo menos nove pessoas foram presas. Além de Moro, outras autoridades estavam na mira da organização criminosa. Veja detalhes abaixo.

Segundo a PF, os suspeitos citaram cinco carros em anotações do planejamento do crime armado contra o senador. Destes, pelo menos um era blindado. A polícia também afirmou que os veículos seriam pintados para imitar viaturas policiais.

"A conclusão nos parece evidente, os criminosos já adquiriram veículos para serem pintados de preto, imitando viaturas policiais, a fim de conseguirem facilitar seu abominável intento".

Segundo investigação, carro blindado seria pintado de preto para imitar viaturas policiais

Reprodução

A decisão da juíza Gabriela Hardt que autorizou a operação da PF na quarta também deu detalhes sobre o veículo. O sigilo da decisão foi retirado por ela nesta quinta-feira (23).

De acordo com a juíza, imagens da Mercedes e de outros veículos do grupo criminoso foram encontradas em uma conta online na "nuvem", utilizada por um dos suspeitos investigados.

O mesmo documento também detalhou o montante de dinheiro utilizado para o planejamento do sequestro e mensagens em que os suspeitos combinam códigos para o crime.

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'Capacidade bélica notória'

O documento da Polícia Federal também citou a "capacidade bélica notória" dos suspeitos investigados. A polícia, entretanto, não disse quantas armas o grupo possuía.

"Nas contas vinculadas a essa investigação demonstram armas variadas, dentro de casas, sob móveis, indicando que efetivamente estão prontas para uso da organização criminosa na prática de crimes", diz a investigação.

Segundo a polícia, o planejamento do crime era bancado com dinheiro do tráfico de drogas.

Plano custou pelo menos meio milhão de reais

Print mostra anotações de suspeitos sobre gastos que teriam em crime contra Moro

Reprodução

Segundo a decisão da juíza que autorizou a operação da PF contra os suspeitos, o plano de sequestro de Moro custou pelo menos R$ 564 mil.

Em anotações feitas em um bloco de notas de um aplicativo de celular, os suspeitos tinham um controle de gastos que indica que a operação para o crime envolvia a compra de armas, aluguéis, viagens e carros.

A mesma decisão também revela a conversa de dois suspeitos, pelo WhatsApp, em que eles definem os códigos sobre o possível sequestro.

Confira quais eram:

México: Mato Grosso do Sul

Tokio: Sergio Moro

Flamengo: Sequestro

Fluminense: Ação

Print de mensagem que constatou possível sequestro de Sergio Moro

Reprodução

Segundo a decisão, a mensagem dos códigos "permitiu descortinar o plano" que estava sendo articulado "para a consecução de um atentado" contra a segurança do senador.

O documento cita que foi esta mensagem que estabeleceu o uso de "linguagem cifrada pela organização, com intuito de dificultar a identificação da ação criminosa".

Caderno tinha informações pessoais de Moro

A mesma decisão revelou um caderno encontrado nas investigações, que segundo a juíza Gabriela, comprova "categoricamente" os levantamentos de informações pessoais sobre Moro, a esposa, deputada federal Rosângela Moro (União-SP), e os filhos do casal.

O caderno detalha, por exemplo, endereços da família. No material apreendido havia, também, informações sobre bens declarados por eles.

Caderno dos suspeitos tinha controle de endereços de Moro e da família

Reprodução

Ações para ataque começaram na campanha eleitoral

Segundo a polícia, as ações para o ataque contra Moro começaram em setembro de 2022, no período eleitoral, quando o atual o atual senador ainda era candidato ao cargo que ocupa atualmente.

Ainda de acordo com a polícia, no atentado planejado contra Moro, ao menos 16 pessoas eram investigadas por crimes como extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma de fogo de uso proibido e também promover ou integrar organização criminosa.

"As provas colhidas indicam que a maioria dos atos criminosos estão efetivamente em andamento na cidade de Curitiba e região, pois nas demais localidades identificadas, não há registro de atos recentes", diz trecho do documento.

Retaliação, diz Moro

Segundo Moro, o plano do sequestro foi uma retaliação de integrantes de uma facção criminosa por causa de uma portaria do governo, publicada na época em que o ex-juiz era ministro de Bolsonaro. Na ocasião, ele restringiu visitas em presídios federais.

Outro motivo seria o pacote anticrime apresentado por Moro na mesma época.

Investigações

De acordo com as investigações, os suspeitos planejavam homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da federação. Os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea.

Segundo a polícia, os suspeitos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços do senador. A família de Moro também foi monitorada por meses pela facção criminosa, apontam os investigadores.

Na operação de quarta, foram aprendidas quantias em dinheiro, além de carros e motos.

PF encontrou cofre durante Operação Sequaz

PF/Divulgação

Após o caso vir à tona, Moro revelou que sabia das investigações e da possibilidade de um crime ser cometido contra ele e a família.

Conforme apuração do g1, depois de alerta do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, o senador e a família passaram a contar com escolta da Polícia Militar do Paraná.

Outro alvo do grupo era Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente, interior de São Paulo, devido às investigações comandadas por ele.

De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi, um comandante de Polícia Militar também era alvo dos atentados.

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