Apenas seis mulheres brasileiras integram a lista dos mais ricos da Forbes. Vicky Safra lidera o ranking, seguida por Ana Lucia Villela, Lucia Maggy, Anne Werninghaus, Neide Helena de Moraes e Vera Santo Domingo. Foto de arquivo de maio de 2014 mostra Vicky e Joseph Safra no Teatro Municipal de São Paulo durante a pré-estreia da ópera Carmen. O evento foi realizado em Prol da Congregação Israelita Paulista
Silvana Garzaro/Estadão Conteúdo
A Forbes divulgou a lista anual dos mais ricos do mundo nesta terça-feira (4). No total, mais de 50 brasileiros integram o ranking, mas apenas seis são mulheres. Vicky Safra, a viúva de Joseph Safra — o fundador do Banco Safra — lidera a lista dos mais ricos do país.
Veja abaixo as seis mulheres mais ricas do Brasil de acordo com a Forbes, sua posição no ranking mundial e sua fortuna aproximada.
Vicky Safra e família, na 100ª posição: US$ 16,7 bilhões
Ana Lucia de Mattos Barretto Villela, na 1.905ª posição: US$ 1,5 bilhões
Lucia Maggy e família, na 2.020ª posição: US$ 1,4 bilhões
Anne Werninghaus, também na 2.020ª posição: US$ 1,4 bilhões
Neide Helena de Moraes, na 2.259ª posição: US$ 1,2 bilhões
Vera Rechulski Santo Domingo, na 2.540ª posição: US$ 1 bilhão
Veja abaixo de onde vem a fortuna das mulheres mais ricas do Brasil.
Vicky Safra, viúva e herdeira do fundador do Banco Safra
Vicky Safra é uma mulher de origem grega e tinha apenas 17 anos quando se casou com Joseph Safra, o homem que viria se tornar o banqueiro mais rico do mundo.
A fortuna da família tem raízes na Síria, com a criação de uma empresa que operava como casa bancária em 1800, e só começou a fazer parte da história do Brasil em 1953, quando o pai de Joseph Safra, Jacob Safra, se mudou com a família para o país.
Por aqui, a fundação da Safra Financeira veio em 1967. Com as compras de outras instituições financeiras, em 1972 o Banco Safra se estabeleceu no Brasil. Juntos, Vicky e Joseph Safra tiveram quatro filhos e 14 netos. Joseph Safra morreu em 2020, aos 82 anos, por causas naturais.
O episódio mais recente envolvendo o nome da família aconteceu no começo deste ano, quando um dos filhos, Alberto Safra, processou a mãe e dois irmãos, acusando-os de diluir de propósito sua participação na holding do Safra National Bank, em um esforço para expulsá-lo do império da família.
Ana Lucia Villela, uma das maiores acionistas da Itaúsa
A empresária brasileira Ana Lucia Villela é uma das maiores acionistas da holding Itaúsa, que tem no portfólio nomes como Itaú Unibanco, Alpargatas, CCR, entre outros.
Bisneta de Alfredo Egídio de Sousa Aranha, fundador do Itaú, ela também é membro do conselho de administração do banco, além de participar da diretoria do Itaú Cultural, do Grupo Orientador do Itaú Social e dos Comitês de Pessoas, Nomeação e Diversidade do Itaú.
Ana Lucia Villela, que também é pedagoga e ativista social, ainda fundou o Instituto Alana em 2002 – organização sem fins lucrativos que conta com programas próprios e com paceiros e buscam a garantia de condições para a vivência plena da infância.
Lucia Maggi, cofundadora de uma multinacional
Lucia Maggi, fundadora da Amaggi
Divulgação/Amaggi
A empresária Lucia Borges Maggi, de 89 anos, também configura na lista dos mais ricos do Brasil. Seu sobrenome tornou-se notável no agronegócio brasileiro com a fundação do Grupo Amaggi, em 1977, em São Miguel do Iguaçu (PR), que nasceu com o nome de Sementes Maggi.
Lucia e o marido, André, iniciaram juntos a empresa que se tornaria uma das maiores exportadoras de soja do mundo. Dois anos depois, a companhia chegou ao Mato Grosso, que se tornou o estado-símbolo do cultivo do grão. Em 2001, após a morte de André, a viúva e mãe de cinco filhos passou a ser a principal acionista da empresa.
O grupo expandiu do simples plantio para o processamento de grãos, comercialização de insumos agrícolas, geração de energia elétrica e operações logísticas.
Em janeiro deste ano, a Amaggi ocupava a 10ª posição na lista as 100 maiores empresas do agronegócio no Brasil, também segundo a Forbes, com uma receita de R$ 38,21 bilhões.
Anne Werninghaus, neta de um dos fundadores da WEG
Natural de Santa Catarina, Anne Werninghaus é neta de Geraldo Weninghaus, cofundador da WEG, empresa multinacional brasileira que produz diversos componentes eletrônicos, produtos de automação industrial, transformadores de força e distribuição, entre outros.
Apesar de estar no quadro de acionistas da companhia, Anne não trabalha na companhia nem tem posição no conselho da companhia.
Neide Helena de Moraes, herdeira do Grupo Votorantim
A empresária Neide Helena de Moraes é neta de José Ermírio de Moraes e uma das herdeiras do Grupo Votorantim, conglomerado industrial brasileiro. A companhia atua em mais de 20 países, nos setores de alumínio, papel e celulose, energia, bancos e cimento.
Após a morte de seu pai, José Ermírio de Moraes Filho, em 2001, Neide herdou uma participação de 8% da companhia, junto com seus dois irmãos, José Ermírio Neto e José Roberto Ermírio de Moraes.
Vera Rechulski Santo Domingo, uma das controladoras do Grupo Santo Domingo
Vera Rechulski Santo Domingo é viúva de Julio Mario Santo Domingo Jr. – filho de um barão da cerveja colombiano, falecido em 2009 – e controla cerca de 11% da holding da família Santo Domingo, com sede em Luxemburgo.
Além de participações na Anheuser-Busch InBev – empresa multinacional formada pela fusão da brasileira Ambev e da Interbrew –, o grupo também tem investimentos em uma vinícola e em várias outras empresas.
Veja a lista dos 10 brasileiros mais ricos, segundo a Forbes
Vicky Safra e família (Banco Safra): US$ 16,7 bilhões
Jorge Paulo Lemann e família (3G Capital): US$ 15,8 bilhões
Marcel Herrmann Telles (3G Capital): US$ 10,6 bilhões
Eduardo Saverin (Facebook): US$ 10,2 bilhões
Carlos Alberto Sicupira e família (3G Capital): US$ 8,6 bilhões
Alexandre Behring (3G Capital): US$ 5,2 bilhões
Andre Esteves (BTG Pactual): US$ 4,7 bilhões
João Moreira Salles (Itaú): US$ 4,1 bilhões
Walther Moreira Salles Junior (Itaú): US$ 4,1 bilhões
Jorge Moll Filho e família (Rede D'Or): US$ 3,9 bilhões