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100 dias de governo: Lula acerta ao reafirmar a política como meio de diálogo, mas desliza em algumas posições radicais

Por Redação em 10/04/2023 às 18:15:20
Nestes 100 dias de governo, completados nesta segunda-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mostrado como um dos principais pontos positivos a volta da política como meio de diálogo entre os setores da sociedade e do poder. Porém, como ponto negativo, Lula vem deslizando ao adotar algumas posições radicais.

Política como diálogo

Os 100 primeiros dias do governo Lula 3 trouxeram a reafirmação da política como forma de diálogo e negociação entre forças opostas da sociedade. Bolsonaro, eleito com o discurso da antipolítica – apesar de ter entregue grande parte do seu governo ao centrão para garantir sua permanência no poder -, não se posicionava como um presidente que estimulava o debate político.

Lula, desde sua eleição, ressaltou em seus discursos a importância da boa relação com o Congresso, com governadores e prefeitos, e escalou nomes de confiança para fazer sua articulação política. A ver como se dará a distribuição de cargos e espaços em empresas públicas, fonte de problemas e escândalos nos seus dois mandatos e uma história que seu governo se compromete a não repetir.

Deslizes no radicalismo

Lula foi eleito por uma frente ampla em defesa da democracia no país, ameaçada pelo bolsonarismo, mas que acreditava no fim do radicalismo para reconstruir um país pacificado. Diferentes declarações e ataques de Lula demonstram o abandono da ideia de frente ampla e uma guinada mais à esquerda do que as políticas aplicadas em seus dois primeiros mandatos.

Ataques ao Banco Central, a fulanização das críticas no presidente do BC, Roberto Campos Neto, ou a ameaça de gastar capital político desfazendo medidas aprovadas pelo Congresso Nacional, como a privatização da Eletrobras ou mudança no marco do saneamento, demonstram um Lula muito mais radical do que o de 2003.

O mesmo vale para compromissos que Lula não quis assumir, como escolher um Procurador geral da República que faça parte da lista tríplice do MPF, como fez em seus mandatos anteriores.
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