TV NEWS

Após reunião no Planalto, governo evita falar em mudança da meta fiscal e diz que esforço Ă© para 'ampliar arrecadação'

Políticos repetiram postura do ministro Fernando Haddad (Fazenda).

Por Redação em 31/10/2023 às 13:17:26
Foto: Reprodução internet

Foto: Reprodução internet

Políticos repetiram postura do ministro Fernando Haddad (Fazenda). Na sexta, Lula lançou dúvida sobre 'déficit zero' em 2024, incluído na LDO e visto como positivo pelo mercado. Ministros e líderes de partidos aliados ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltaram a desconversar, nesta terça-feira (31), sobre os rumores de uma possível alteração na meta fiscal do governo para 2024.

O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias elaborado pelo próprio governo prevê "déficit zero" no ano que vem – ou seja, que o governo gaste exatamente o que arrecadar, sem criar dívida. Na sexta (27), no entanto, Lula disse que isso "dificilmente" será cumprido.

Lula se reuniu nesta terça no Palácio do Planalto com ministros e líderes na Câmara para debater a "pauta prioritária" no Congresso para os próximos meses. A maior parte dos projetos listados tem o objetivo, justamente, de ampliar a arrecadação de impostos no curto prazo.

Na saída da reunião, no entanto, os políticos que estavam com Lula evitaram falar diretamente da meta fiscal. Disseram que o foco está em arrecadar mais impostos sem aumentar a carga tributária – e não em abrir mão da meta.

Entre os presentes na reunião estavam o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Luciana Santos (Ciência, tecnologia e inovação), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da presidência) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação social).

Também participaram do encontro líderes da base e do Centrão. Entre eles, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AM), o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA) e o líder da maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ao todo, compareceram representantes de 18 partidos.

Lula e Haddad se reúnem hoje com líderes da base para discutir medidas de arrecadação

Centrão presente

Para ampliar sua base parlamentar, Lula acertou com partidos do Centrão as nomeações dos deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no comando dos ministérios do Esporte e de Portos e Aeroportos, respectivamente.

Na semana passada, ainda nas negociações com o Centrão, Lula demitiu Maria Rita Serrano da presidência da Caixa e nomeou no lugar Carlos Fernandes – indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Na última sexta, o presidente justificou as trocas ao afirmar que os partidos do Centrão podem lhe entregar cem votos na Câmara.

Lula fala, e equipe se esquiva

O encontro ocorreu quatro dias depois de Lula afirmar que 'dificilmente' o país alcançará em 2024 o déficit zero das contas do governo federal.

O déficit zero foi proposto por Lula ao Congresso e tem sido defendido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que na segunda-feira (30) esquivou-se de responder se o governo vai modificar a previsão de meta de déficit zero em 2024.

Segundo integrantes do Planalto, a reunião foi chamada para três eixos centrais: economia, área social e transição ecológica.

Na área econômica, o governo deve pedir o empenho dos líderes para aprovação de projetos como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei Orçamentária Anual (LOA) e a reforma tributária.

Nas outras áreas, o governo também deve pedir apoio para aprovação de projetos como o margo regulatório de fomento à cultura; políticas para a população em situação de rua; e a regulamentação do mercado de crédito de carbono.

Déficit fiscal: incerteza gera especulação no mercado financeiro, diz Míriam
Comunicar erro
SPJ JORNAL 2