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Bolsonaro pede adiamento de depoimento à PF em investigação de trama golpista

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Por Redação em 19/02/2024 às 16:37:03
Defesa alega que não teve acesso à íntegra dos autos, inclusive de conversas registradas em decisão de operação sobre o tema. PF intimou o ex-presidente a depor na quinta-feira (22). A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu que seu depoimento à Polícia Federal (PF) na investigação que apura tramas golpistas envolvendo membros do governo e militares seja adiado.

Bolsonaro foi intimado a prestar depoimento sobre o tema na próxima quinta-feira (22), segundo informou o blog da Andréia Sadi. Outros investigados da operação, incluindo dois ex-assessores do ex-presidente, também foram intimados a prestar depoimento no mesmo dia.

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Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados de Bolsonaro afirmaram que ele "opta por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que seja garantido o acesso à integralidade das mídias dos aparelhos celulares apreendidos, sem abrir mão, por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno."

Na petição, os defensores do ex-presidente destacam que a decisão que autorizou a operação sobre o tema há duas semanas "contém excertos de supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório, mídias as quais a Defesa não teve acesso até hoje."

Os advogados do ex-presidente afirmaram que ele tem "total interesse em cooperar plenamente com a investigação e provar sua inocência". Mas que, neste momento, buscam preservar o direito à ampla defesa.

Além do pedido de adiamento do depoimento, os advogados também reforçaram solicitação de acesso à delação premiada firmada pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid.

A investigação

A operação Tempus Veritatis foi deflagrada no último dia 8 e teve como alvos, além do ex-presidente, ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.

Desdobramento de inquéritos que tramitam no STF -- o principal deles sendo o das milícias digitais --, a operação trabalha com a hipótese de que os alvos se dividiam em seis núcleos que agiam de forma simultânea e coordenada com objetivo de dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula.

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Bárbara Miranda/g1

Parte da investigação envolve a realização de uma reunião ministerial em 15 de julho de 2022. Nela, Bolsonaro diz a ministros que eles não poderiam esperar o resultado da eleição para agir. Os advogados do presidente afirmam, no entanto, que ex-presidente nunca pensou em golpe.

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