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México pode ter uma presidente mulher pela primeira vez; corrida presidencial começou nesta sexta

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Por Redação em 02/03/2024 às 04:23:24
As duas candidatas que lideram as pesquisas de intenção de voto são a ex-prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, e a ex-senadora Xóchitl Gálvez. Xochitl Galvez (esquerda) e Claudia Sheinbaum em junho de 2023

Fernando Llano/AP

A campanha para presidente no México começou na sexta-feira (1º). Os eleitores vão escolher presidente, 628 deputados e milhares de políticos para cargos regionais –no total, são mais de 20 mil cargos eletivos. Essa é a maior eleição de todos os tempos no país de cerca de 130 milhões de pessoas.

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A votação acontece no dia 2 de junho. O vencedor terá um mandato de seis anos, sem direito a reeleição. Pela primeira vez, o México deverá eleger uma mulher –duas mulheres lideram as pesquisas de intenção de voto. Os partidos escolheram os candidatos muito antes do começo da campanha. Os principais são os seguintes:

A líder é Claudia Sheinbaum, com cerca de 59% das intenções de voto. Ela já foi prefeita da Cidade do México e é vista como uma aliada do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador (os dois são do mesmo partido, o Morena).

A senadora Xóchitl Gálvez aparece em segundo, com cerca de 36% das intenções de voto. Ela é uma opositora do atual presidente, e concorre pela coalizão Fuerza y Corazón por México formado pelo tradicional Partido Revolucionário Institucional (PRI) e outros dois.

Em terceiro lugar está Jorge Álvarez Máynez, que é pouco conhecido.

Uma presidente mulher seria um marco significativo no México, onde há níveis crescentes de violência de gênero e disparidades de gênero. Mulheres mexicanas assumiram cargos político na vida pública nos últimos anos em parte devido às cotas de representação.

Temas da votação

A crise de segurança que se agravou durante os anos de López Obrador no poder é um dos temas políticos, especialmente nas áreas do México onde há muita violência de cartéis.

Nos primeiros dois meses do ano, candidatos a alguns cargos eletivos foram assassinados antes mesmo do início oficial da temporada eleitoral.

As eleições deste ano poderiam ser violentas --o país tem um histórico de homicídios durante as eleições: em 1994, Luis Donaldo Colosio, o candidato do PRI, foi assassinado em um evento de campanha em Tijuana.

Além disso, também o governo de López Obrador também deve ser discutivo. Ele ainda é popular, especialmente na classe trabalhadora. No entanto o país enfrenta altas taxas de inflação e há uma insatisfação com isso.

Veja abaixo uma reportagem de 2021 sobre cartéis mexicanos.

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Começo de campanha: abraços e balas

Xóchitl Gálvez, a segunda colocada, começou a campanha nos primeiros minutos da sexta-feira, com um evento no estado de Zacatecas, que tem problemas com a violência. A ex-senadora e empresária de tecnologia disse que sob sua liderança "os abraços para os criminosos acabaram; eles enfrentarão a lei."

Essa frase foi uma referência à política de López Obrador para a área de segurança, que tinha o slogan "abraços, não balas" e que direcionava recursos para os problemas sociais na raiz da violência.

Gálvez afirmou que a votação é uma escolha entre "continuar no mesmo caminho, o que significaria ceder ao crime, ou lutar para defender as famílias, para defender os jovens, para defender aqueles que trabalham".

Ela gritou que é uma "mulher corajosa" e prometeu construir uma prisão de segurança máxima para que os criminosos saibam onde acabarão.

A primeira colocada nas pesquisas, Claudia Sheinbaum, lançou sua campanha na principal praça da Cidade do México, a capital que ela governou até renunciar para concorrer à presidência.

Ela prometeu em grande parte continuar as políticas de seu antecessor, algo que repetiu em um evento na quinta-feira, dizendo que apresentaria cem propostas para impulsionar a próxima etapa da "transformação" de López Obrador.

Ela prometeu dobrar o tamanho da Guarda Nacional que López Obrador criou para chegar a 300 mil agentes e colocá-la sob liderança civil.

Ela também propôs uma colaboração mais próxima com os Estados Unidos para enfrentar um "inimigo comum" nos cartéis.
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