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Deputados estaduais aprovam projeto que autoriza acordos entre MinistĂ©rio PĂșblico e promotores que cometeram infrações

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Por Redação em 16/04/2024 às 21:33:29
Mudança vale para casos considerados de 'menor potencial' e prevê assinatura de Termo de Ajuste de Conduta antes da abertura de processo administrativo. Deputados aprovam projeto que permite acordos com membros do MPPR

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou, nesta terça-feira (16), o projeto de lei que permite que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) firme acordo com promotores que cometeram infrações de menor potencial.

Trinta e um parlamentares votaram a favor e oito contra. A mudança deve substituir, por exemplo, eventuais sanções como advertências, censuras ou multa aos promotores.

A proposta muda trechos da Lei Orgânica do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e autoriza que a Corregedoria-Geral do MP proponha um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) a promotores investigados antes da instauração de um processo administrativo.

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Prédio do Ministério Público do Paraná

Reprodução/RPC

O Ministério Público justificou que a alteração tem o aval do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que já vale em outros estados e reforçou que o TAC não poderá ser aplicado em casos em que os promotores estiverem sujeitos a sanções mais graves, como suspensão ou demissão.

Outro argumento é que a modificação na Lei Orgânica vai evitar a demora no desfecho de processos e até mesmo a prescrição dos casos em que os promotores viram alvo de investigações internas.

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Caso Traiano

Ademar Traiano (PSD) estava na presidência da Alep desde 2015

Orlando Kissner/Alep

A Assembleia Legislativa tratou do projeto de lei em 2023, mas retirou o assunto de pauta durante o escândalo que envolveu o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSD).

Traiano assinou Acordos de Não Persecução Penal (ANPP) e de Não Persecução Cível (ANPC) com o Ministério Público depois de confessar ter pedido e recebido propina, mesma confissão do ex-deputado Plauto Miró.

Eles confessaram que pediram e receberam propina do empresário Vicente Malucelli, que tinha um contrato de prestação de serviço com a Assembleia Legislativa.

Gravações desses acordos foram obtidos pelo g1 e a RPC e revelam como foram as negociações para a obtenção da propina.

Malucelli era um dos responsáveis pela TV Icaraí, que venceu uma licitação para fazer o planejamento e produção de conteúdo para a TV Assembleia — canal de TV da Assembleia Legislativa do Paraná. O contrato foi firmado em 19 dezembro de 2012. O prazo era de 36 meses, com valor total de R$ 11,4 milhões.

Como assinaram os acordos em dezembro de 2022, Plauto Miró e Ademar Traiano não responderam a processos.

Como foi a votação

Os deputados que apoiam o governador Ratinho Junior (PSD) concordaram com o projeto, que foi protocolado pelo próprio MP. Os parlamentares minimizaram o risco de que a alteração poderia gerar impunidade para promotores que cometam desvios de conduta.

O líder da bancada da oposição na Assembleia, deputado Requião Filho (PT), disse que liberou a bancada na votação porque não houve acordo nas discussões.

Apesar das discordâncias, todos os parlamentares de oposição votaram contra o projeto.

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