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Artistas Yanomami exibem obras na 60ÂȘ Bienal de Arte de Veneza

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Por Redação em 17/04/2024 às 07:38:44
A bienal acontece de 20 de abril a 24 de novembro de 2024, em Veneza, na Itália. Evento de arte conta com 13 desenhos de Joseca Yanomami e 18 obras de André Taniki. Joseca Yanomami é um dos artistas indígenas de participa da 60ÂȘ edição da bienal

Daniel Tancredi/Platô Filmes/ISA/Divulgação

Os artistas Joseca Yanomami e André Taniki, ambos do povo Yanomami, vão participar da 60ÂȘ Bienal de Arte de Veneza - o maior e mais antigo evento de arte do mundo - com a exibição de 31 obras. A bienal ocorre de 20 de abril a 24 de novembro de 2024, em Veneza, na Itália.

Intitulada Foreigners everywhere (Estrangeiros em todos os lugares), a edição dará visibilidade a artistas de grupos marginalizados como indígenas, imigrantes e refugiados. Ao todo, são 13 desenhos de Joseca Yanomami e 18 obras de André Taniki.

Joseca participa da pré-abertura do evento de 16 a 19 de abril a convite da própria Bienal de Veneza e com apoio da Hutukara Associação Yanomami (HAY) e da Galeria Millan.

Estou muito feliz nesta viagem para participar [da Bienal de Veneza]. É uma felicidade muito grande

Taniki também foi convidado pela Bienal de Veneza, no entanto, tem mais de 80 anos e não pode viajar para conhecer a exposição.

Além de artista, Taniki também é um xamã que vive no Alto Rio Catrimani - região onde a arte dos desenhos foi apresentada pela fotógrafa Claudia Andujar - e que produziu a maior parte de suas obras nos anos 1980 e 1990.

Evento de arte na Itália conta com 13 desenhos de Joseca Yanomami e 18 obras de André Taniki

Daniel Jabra/Isa/Divulgação

A participação de Joseca na abertura do evento é considerada fundamental para reconhecimento da trajetória dele e para a divulgação da luta Yanomami no âmbito internacional. Os desenhos que farão parte da exposição foram cedidos pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP), que há três anos adquiriu 92 obras de Joseca e em 2022 realizou a exposição "Joseca Yanomami: Nossa Terra-Floresta".

O repertório do artista Yanomami é composto pelas inspirações da cosmologia de seu povo, fazendo referência aos cantos, mitos xamânicos, a floresta, a defesa do território e os sonhos.

Sobre Joseca Yanomami

Na entrada da Bienal, Joseca Yanomami posa em frente a um mural de setecentos metros quadrados pintado pelo Movimento dos Artistas Huni Kuin (MAHKU), coletivo artístico indígena da Amazônia

Daniel Jabra/Isa

Joseca Yanomami ilustra cenas da vida cotidiana na floresta, lugares e eventos evocados pelos mitos e cantos xamânicos.

Nascido na década de 1970, na região do Demini, Terra Indígena Yanomami, e membro da comunidade Watorik?, Joseca é um notável artista de seu povo. Há mais de duas décadas, ele começou a desenhar e esculpir animais em madeira.

"Quando eu aprendi a desenhar, eu ouvia os pajés cantando e eu gravava na minha cabeça para desenhar depois", Joseca contou ao Instituto Socioambiental em 2021. "Desenho os parentes, os animais, árvores, os passarinhos, araras, macacos, antas, peixes".

Joseca também é o primeiro estudioso de línguas de sua comunidade e foi professor em Watorik? no início dos anos 1990. Além disso, foi o primeiro Yanomami a trabalhar na área de saúde.

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