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PGE pede que MPEs investiguem violĂȘncia polĂ­tica de gĂȘnero contra vereadoras de MT e SC

Por São Paulo Jornal em 02/12/2022 às 13:46:59
Parlamentares são do PT. Em Sinop, ProfÂȘ. Graciela foi hostilizada por bolsonaristas durante sessão. Em São Miguel do Oeste, Maria Tereza Zanella Capra tem sido ameaçada por criticar gesto de manifestantes. Professora Graciela, de Sinop (MT), e Maria Tereza Zanella Capra, de São Miguel do Oeste (SC) são vereadoras pelo PT.

Reprodução

A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) solicitou ao Ministério Público Eleitoral de Mato Grosso e de Santa Catarina que investiguem as ameaças e agressões sofridas pelas vereadoras do Partido dos Trabalhadores (PT), Professora Graciela, de Sinop, e Maria Tereza Zanella Capra, de São Miguel do Oeste, e se elas têm sido vítimas de violência política de gênero. (Veja mais detalhes abaixo)

O pedido foi protocolado pela coordenadora do Grupo de Trabalho da PGE, procuradora regional da República Raquel Branquinho, e solicita, além da apuração, providências e eventuais medidas de segurança às vítimas e seus familiares.

“As condutas, em tese criminosas, dos agressores relacionam-se, segundo noticiado, à atuação política das parlamentares municipais”, cita Branquinho. Segundo ela, os atos podem caracterizar crimes previstos no Código Penal e no Código Eleitoral.

Mato Grosso

Vereadora do PT é hostilizada por bolsonaristas na Câmara Municipal de Sinop (MT)

Em Sinop, a 503 km de Cuiabá, a vereadora Professora Graciela foi hostilizada por bolsonaristas durante a sessão na Câmara Municipal no dia 28 de novembro. Vídeos registraram a parlamentar sendo acompanhada por funcionários da Casa, enquanto é seguida por pessoas vestidas de verde e amarelo, sob vaias e insultos. A sessão chegou a ser interrompida duas vezes e, quando ela discursava, parte do grupo fazia barulho para que não fosse ouvida e dava às costas a ela.

As agressões foram motivadas por uma fake news espalhada pelas redes sociais que diziam que a vereadora apresentaria um projeto de lei para retirar barracas montadas por pessoas que não aceitam o resultado da eleição presidencial da BR-163. Segundo Professora Graciela, tal proposta não existe.

A procuradora cita ainda que Graciela é a única vereadora na Câmara Municipal, o que “evidencia a sua situação de vulnerabilidade de gênero”.

Após o ocorrido, a vereadora recebeu uma ligação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que também expressou sua solidariedade à parlamentar nas redes sociais.

Após sofrer ataques na Câmara de Sinop (MT), vereadora do PT recebe ligação de Lula

Santa Catarina

Em São Miguel do Oeste, a 679 km de Florianópolis, a vereadora Maria Tereza Zanella Capra tem sofrido intimidações, ameaças de agressão física e xingamentos porque criticou gestos de manifestantes que cantaram o Hino Nacional em frente à sede do 14Âș Regimento de Cavalaria Mecanizado do Exército Brasileiro. Eles estenderam a mão para frente, acima da linha do ombro, o que, segundo a vereadora, seria a repetição de gesto nazista.

“A situação descrita está impactando no desenvolvimento dos trabalhos da vereadora, que se sente ameaçada e insegura em razão das ameaças que noticiou originalmente e que, segundo parlamentares que noticiaram o fato, ainda sofre”, cita a procuradora.

Promotoria investiga suposta saudação nazista em bloqueio de rodovia em Santa Catarina

A 40ÂȘ Promotoria de Justiça de Florianópolis, especializada no combate aos crimes de racismo, ódio, intolerância, preconceito e discriminação, avaliou, em investigação preliminar, que não houve intenção de apolozia ao nazismo e que há evidências de prática de crime, "embora a atitude ser absolutamente imcompatível com o respeito exigido durante a execucação do hino nacional".
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